Seca faz crescer procura por serviço de caminhão pipa

Serviços podem variar de R$ 300 a R$ 700 para um caminhão de 15 mil litros, mas é preciso agendar para ser atendido

Postado em: 22-09-2021 às 08h09
Por: Maiara Dal Bosco
Imagem Ilustrando a Notícia: Seca faz crescer procura por serviço de caminhão pipa
Serviços podem variar de R$ 300 a R$ 700 para um caminhão de 15 mil litros, mas é preciso agendar para ser atendido | Foto: Jota Eurípedes

Na época de seca é corriqueiro avistar caminhões pipa circulando por cidades como Goiânia e Aparecida de Goiânia. Nesta semana, a procura pelo serviço, que já era alta, aumentou ainda mais por conta da falta de água em alguns setores da Capital. Com isso, empresas do segmento tiveram dificuldade para atender a demanda, que deve continuar alta, inclusive pela falta de chuvas.

Para entender como tem sido essa procura, a reportagem de O Hoje entrou em contato com empresas que realizam esse serviço – muitas não atenderam e outras adiantaram que não podiam falar por conta da grande quantidade entregas. Outras, relataram não estarem conseguindo atender a todos as solicitações.

Antônio Oliveira, da Trans-Água, há 15 anos no segmento, conta que a demanda sempre cresce muito nesta época do ano. “Trabalhamos com três caminhões, de 15 mil litros cada. E nossa agenda está lotada. Hoje [ontem] mesmo já não temos mais disponibilidade”, afirma. Ele destaca que o serviço, que costuma custar cerca de R$ 350 por um caminhão com 15 mil litros de água, nesta época do ano pode chegar até a R$ 700, dependendo da distância da entrega. “Essa época do ano acaba ajudando no orçamento, porque a procura cresce muito”, destaca.

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Ele explica que os caminhões de 15 mil litros levam cerca de 17 minutos para serem enchidos e 30 minutos para serem descarregados. “Nossa água vem de um poço artesiano, tudo documentado. Carregamos os caminhões em Aparecida de Goiânia e realizamos as entregas em Goiânia e região”, afirma. De acordo com Antônio, os setores que mais estão solicitando entregas na Capital são Marista, Bueno, Sul, Nova Suíça e Jardim América. Além do consumo residencial, segundo afirmou, o setor de motéis também tem demandado bastante.

Falta de água

Já Carlos Dias, proprietário da Monte Cristo Água Potável e que trabalha no segmento desde 2017, afirma que a demanda aumentou tanto que a empresa não consegue atender à todas as ligações. “Desde segunda-feira (20), com a falta de água em alguns setores, como Marista e Bueno, a procura aumentou muito. Mesmo se eu tivesse 20 caminhões, não conseguiria atender todo mundo”, conta. Ele destaca ainda que até mesmo para encontrar água com fornecedores já antigos tem sido complicado e que, nesta semana já aconteceu de fornecedores não terem água para revender. Nesse caso, ele explica que a solução é acionar outros fornecedores, para cumprir com o que já está agendado.

À reportagem, ele explicou que os valores para o serviço dependem da distância em que são solicitados, mas que o custo total para o cliente não costuma variar muito, mesmo neste período do ano. “Dependendo da distância, mas por volta de R$ 300. Às vezes, reajustamos um pouco, cerca de 10% por conta de despesas como combustível, manutenção do caminhão, que costuma ser cara, e funcionários, mas dobrar o valor, não dobramos”, afirma. Segundo ele, os segmentos que têm demandado mais o serviço são dos mais variados, e vão desde restaurantes, hospitais, salões de beleza, à motéis e residências.

Para Antônio, a questão da falta de água parece distante de uma solução. “Chegou a seca e as pessoas resolvem encher as piscinas e, além disso, a falta de água, em diversos setores, também preocupa. Por conta da baixa vazão [do Meia Ponte], a gente fica sabendo que faltou água em um setor, depois em outro, e com isso o sofrimento da população é muito grande. Trabalho não faltará pelas próximas semanas”, comemora.

Para quem tem procurado o serviço e não conseguiu atendimento, ele orienta a agendar a entrega. “Estamos orientando as pessoas que elas agendem para receber o caminhão pipa, se possível para o dia seguinte, porque assim já garante. Hoje, eu só agendo o que eu consigo atender, porque não adianta agendar 20 entregas, por exemplo, se só conseguimos entregar 10. É mais correto do que deixar o cliente na expectativa”, finaliza. (Especial para O Hoje)

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