Bebês são colocados em caixas de papel em Aparecida de Goiânia

Ainda faltam lençóis limpos e insumos para realização de exames. Unidade alega que problema se dá por causa da superlotação

Postado em: 14-06-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Ainda faltam lençóis limpos e insumos para realização de exames. Unidade alega que problema se dá por causa da superlotação

Marcus Vinícius Beck

A Maternidade Marlene Teixeira, em Aparecida de Goiânia, abriga crianças recém-nascidas em caixas de papelão, segundo pacientes. O hospital, no entanto, reconhece o problema e diz que a situação é devido à superlotação nas unidades de saúde. Recentemente, funcionários acomodaram dois bêbes em caixas de papelão ao lado das mães. 

Atualmente, falam até insumos para fazer ultrassonografia. “Colocam a gente em ordem para fazer exame e fiquei sabendo que estavam passando outras pessoas na frente porque não tem preservativo para pôr no aparelho que faz o exame para ver o útero”, afirma. 

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Mas não são apenas berços que faltam na unidade. “Chega ao ponto da mulher ganhar neném de parto normal e ficar lá, precisando de roupa para repor, como lençol da cama, que não tem”, diz a dona de casa Rosa Maria de Castro. “A gente vai atrás e eles falam que não tem”.


Outro lado

A Maternidade Marlene Teixeira informa que problemas acontecem devido à superlotação na unidade. Já sobre os bebês colocados em caixas de papelão, o diretor técnico da unidade, Itamar Júnior, diz que foi uma medida emergencial. “A opção era ficar com as crianças no colo, no seio. Foi um improviso no pós-parto para dar repouso à mãe. Foi um dia isolado por causa da demanda grande”, afirma. 

O diretor-geral da maternidade, Denysson José Morais Lopes explicou que não houve quaisquer riscos de contaminação das crianças que ficaram nas caixas. “Logo a unidade começou a dar vasão em relação às gestantes e vagas, leitos, foram surgindo para as nossas pacientes. As crianças ficaram nas caixas em torno de quatro, cinco horas”, diz o diretor-geral.

De acordo com a Secretaria de Saúde, a atitude foi tomada com o consentimento da mãe. Segundo a pasta, ela supostamente havia compreendido a necessidade da situação. “Ela entendeu e foi bem assistida, assim como a criança”, assegura a secretaria. 

Já sobre os leitos, a Secretaria garantiu que está os ampliando de 13 para 23. “Mais de 30% de sua capacidade normal foi aumentada, uma vez que as unidades da capital estão com capacidade reduzida”, explica, salientando que em janeiro a maternidade realizava 70 partos por mês e hoje são 130.


Superlotação

A unidade afirma que a superlotação se deu por causa da falta de lençóis, uma vez que a direção os pediu para a Secretaria de Saúde, que não atendeu a solicitação. Já sobre a falta de preservativo, a maternidade explica que chegaram poucas unidades na manhã de ontem (13).

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