Adolescentes goianos lideram consumo de refrigerante

Goiânia é a Capital com o segundo maior índice do País.

Postado em: 25-09-2021 às 09h00
Por: Maiara Dal Bosco
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Goiânia é a Capital com o segundo maior índice do País. | Foto: Reprodução

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 24% dos estudantes de 13 a 17 anos em Goiás consomem refrigerantes em cinco ou mais dias da semana. O índice demonstrou que Goiás é o Estado em que houve o maior consumo deste tipo de bebida, já que a média nacional é de 17,2%. Goiânia, por sua vez, é a Capital com o segundo maior índice no consumo de refrigerante, contabilizando 23,7% e estando atrás somente de Cuiabá, que apresentou o índice de 26,1%.

Além do consumo de refrigerante, a análise estima ainda que cerca de 96% dos estudantes goianos consomem alimentos ultraprocessados. Para compreender quais os malefícios do alto consumo de itens como refrigerante, especialmente na adolescência, o jornal O Hoje conversou com dois nutricionistas.

A nutricionista e professora do Centro Universitário de Brasília (CEUB), Paloma Popov Custódio, explica que o refrigerante é uma bebida açucarada e gaseificada, e que, por conta disso, ele traz refrescância, o que desperta o interesse das pessoas. Entretanto, elenca alguns aspectos negativos. “O principal fator negativo por conta do consumo de refrigerante é o aparecimento de doenças relacionadas a esse excesso de açúcar corporal, esse açúcar sanguíneo – mais diretamente relacionado a, por exemplo, à diabetes tipo 2. Claro que a obesidade, cárie dental, tudo isso também pode estar relacionado ao consumo de refrigerante, mas não só a ele, porque sabemos que a obesidade é multifatorial e depende de vários outros fatores, mas o excesso do consumo pode ser uma pré-disposição ao aparecimento dessas patologias”, afirma Paloma.

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Já o nutricionista e professor do curso de Nutrição do Centro Universitário de João Pessoa, Nelson Justino, destaca que é importante falar sobre o vício em refrigerante. “Uma das substâncias que mais se vicia no mundo é o açúcar. Então, de modo geral, todo alimento que contém açúcar, a exemplo do refrigerante, facilitar o vício por parte de quem o consome com muita frequência”, afirma. Segundo ele, a partir do momento em que o indivíduo sente desejo, necessidade de consumir determinado produto todos os dias, isso constitui um vício.

Além da questão do açúcar, o especialista alerta para outros malefícios. “Outro aspecto maléfico, por exemplo, é a presença do ácido fosfórico, que causa desmineralização óssea, o que aumenta o risco de doenças como osteoporose, além de possuir atividade mutagênica, que pode, inclusive, alterar e modificar o DNA de células, aumentando o risco no desenvolvimento de carcinomas. Também é muito comum que indivíduos não se hidratem, e que, ao invés de tomar água, tomam refrigerante, o que é muito ruim para a saúde”, frisa Nelson. 

Neste sentido, a nutricionista e professora do CEUB, deixa um alerta. “Nunca devemos substituir a água por nenhuma outra bebida. A água deve ser consumida diariamente e o que é preconizado que é em torno de 2 litros por dia. Nesse tempo seco em que estamos, essa quantidade até pode aumentar para que a gente não tenha nenhuma desidratação, ainda mais para crianças e idosos. O consumo de água é primordial,” destaca Paloma. 

Orientação

O nutricionista e professor de curso de Nutrição do Unipê destaca ainda que os pais que já percebem que os filhos não estão com alimentação muito adequada, e que têm uma noção da importância de se ter uma qualidade de vida mais saudável, já procurem um nutricionista. “A sugestão é que as crianças e adolescentes procurem se alimentar bem ao longo da semana e no final da semana elas tirem duas, três refeições em que possam comer o que desejarem, desde que não haja excessos. Além disso, a busca desde os primeiros anos de vida, para que a criança vá crescendo com consciência do que é se alimentar bem, para que, ao chegar na fase adulta, ela não tenha tanta dificuldade ao fazer essa transição”, finaliza Nelson.  (Especial para O Hoje)

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