Motoristas afundam o pé na Marginal

Marcus Vinícius Beck

A Marginal Botafogo é palco de imprudência. Três motoristas foram flagrados com o pé fundo do acelerador na última semana. A velocidade máxima permitida na via é de 80km/h, mas o desrespeito às leis de trânsito geram constantes acidentes que resultam em tragédias. Isso sem falar no problema da chuva que causa inundações e outros transtornos. 

O gestor da Secretaria Municipal de Trânsito (SMT), Fernando Santana, afirma que a fiscalização na via não é meramente aplicar multas aos condutores, e sim contribuir para a educação no trânsito. “A gente quer ter uma cidade em que as regras de trânsito sejam respeitadas”, diz Santana. Segundo a SMT, mais de 24 mil multas foram aplicadas nos últimos meses. 

Horácio Ferreira, gerente de educação de trânsito, afirma que é importante conscientizar o condutor dos riscos de exceder a velocidade. “É preciso que haja fiscalização para que os abusos diminuam”, diz ele, alertando para o papel que as palestras desempenham. “Temos de manter a fiscalização no local, levando informações sobre os riscos de se andar em alta velocidade”, finaliza.

Os radares utilizados pela SMT na Marginal Botafogo eram móveis e estavam em prontos estratégicos. No entanto, a via será monitorada integralmente por fotossensores nos próximos dias. Ao todo, mais de 318 veículos foram fotografados. Alguns, inclusive, estavam bem acima do limite permitido. A SMT flagrou três condutores que trafegavam a 151km/h, a 139km/h e a 152km/h, respectivamente. 

Nos próximos dias, a expectativa é de que esses números diminuam. A Prefeitura de Goiânia assinou contrato com a empresa Eliseu Kopp & Cia Ltda para monitorar o trânsito de Goiânia. A SMT garante que os equipamentos serão instalados nos próximos dias.

Outros problemas, porém, também são corriqueiros no trânsito. Em Goiás, 4411 pessoas foram flagradas conduzindo automóveis sem CNH, neste ano. No primeiro semestre do ano passado, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) prendeu mais de 700 motoristas sem habilitação nas rodovias federais. 

Redução

Em março de 2010, a Assembleia Geral das Nações Unidas editou resolução definindo o período de 2011 a 2020 como a “década de ações para a segurança no trânsito”. Os números de infrações ligados ao trânsito assustam. São mais de 3 mil vidas perdidas por dia nas estradas e ruas. Atualmente, os acidentes representam um custo de US$ 518 bilhões por ano. 

Até 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 1,9 milhão de pessoas devem morrer no trânsito. E, se nada for feito, até 2030 este número pode aumentar exponencialmente, chegando a 2,4 milhões de pessoas. 

O Brasil aparece em quinto lugar entre os países recordistas em mortes no trânsito, configurando o problema mais grave nos países de média e baixa renda. A OMS, ainda, diz que 90% das mortes acontecem em países em desenvolvimento, como o Brasil. 

“Se continuarmos no passo atual, caminhamos para nos colocar entre os três países do mundo que mais matem pessoas no trânsito”, afirma o especialista de trânsito Eduardo Biavati.

Gestão passada

Na gestão do ex-prefeito Paulo García (PT) foi prometido agilidade para se registrar ocorrência aos motoristas que se envolverem em acidentes de trânsito. O secretário municipal de trânsito à época, José Geral Freire, afirmou o serviço seria menos burocrático e gastaria apenas 10 minutos para se formalizar o registro. “Vai depender da capacidade das pessoas de usarem a internet. Mas o site é muito simples e já na capa constam todas as informações necessárias”, afirmou na época. Mas essa agilidade ainda não foi sentida na prática.