Indução de chuvas artificiais: conheça a técnica que pode ajudar no abastecimento do Rio Meia Ponte

Estudos em diferentes áreas tem sido realizados com objetivo de atenuar a crise hídrica dos meses de agosto e setembro. Entre eles, está a possibilidade de induzir chuvas artificiais.

Postado em: 03-10-2021 às 10h00
Por: Ícaro Gonçalves
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Estudos em diferentes áreas tem sido realizados com objetivo de atenuar a crise hídrica dos meses de agosto e setembro. Entre eles, está a possibilidade de induzir chuvas artificiais | Foto: Reprodução/ Pixabay

O inverno goiano é tradicionalmente conhecido como um período de tempo seco, de altas temperaturas, de inúmeras queimadas e de falta de chuvas. Tudo isso tem feito com que, ano após ano, o Rio Meia Ponte enfrente períodos de escassez em sua vazão.

Neste ano de 2021, o rio que é uma das principais fontes de abastecimento de água da capital chegou a atingir o nível de pré-racionamento, como vazão estimada pela Secretaria do Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) em 2.344 litros por segundo (l/s).

Em 2019 a situação foi ainda mais crítica. O rio chegou a atingir vazão menor que 1.500 l/s, e com isso, o governo precisou negociar a abertura de 70 reservatórios particulares acima do ponto de captação.

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Diante dos recorrentes problemas, a Saneago tem realizado estudos em diferentes áreas com objetivo de atenuar a crise hídrica dos meses de agosto e setembro. Entre eles, está a possibilidade de induzir chuvas artificiais sobre o Alto Meia Ponte.

Entenda

A técnica de provocar chuvas artificiais já é utilizada com frequência em alguns países do Oriente Médio. Também chamada de “semeadura de nuvens”, consiste no bombardeamento de nuvens com determinadas substâncias que provocam a aglutinação de suas partículas de água, ocorrendo assim a precipitação.

Normalmente são usados sais de prata, como o iodeto de prata, mas também podem ser usadas substâncias como cloreto de sódio, o dióxido de carbono sólido (gelo seco), água e carvão ativo.

O bombardeamento pode ser feito com o uso de aviões, que dispersam as substâncias aglutinadoras no meio de uma nuvem, ou usando canhões para disparar as substâncias na direção das nuvens.

A técnica foi utilizada com sucesso nos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008, para fazer chover antes das competições e evitar que o clima afetasse as disputas. Porém seu uso não apresentou resultados eficientes em São Paulo, em 2020, quando o objetivo era afastar as chuvas durante o período de Carnaval.

Em nota, a Saneago afirma que tem estudado meios para dar solução às crises hídricas enfrentadas pelos goianos durante o período de estiagem, e que a indução de chuvas artificiais é uma alternativa, embora ainda em fase de estudos preliminares.

Leia a seguir a nota na íntegra:

“A Saneago explica que ações de saneamento ambiental são planejadas com antecedência e com estudos multidisciplinares, que envolvem técnicos de diversas áreas. Atenta aos desafios no fornecimento de água tratada, a Saneago estuda alternativas de inovação em todos os 226 municípios onde atua. A Companhia desenvolve estudos e elabora planejamentos para o abastecimento público. As discussões em questão ainda estão em fase de estudos preliminares”.

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