Cerol fez três vítimas este ano em Goiânia

Comandante da Guarda Civil afirma que campanha visa reduzir acidentes que envolvem pipas com cerol

Postado em: 20-06-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
Imagem Ilustrando a Notícia: Cerol fez três vítimas este ano em Goiânia
Comandante da Guarda Civil afirma que campanha visa reduzir acidentes que envolvem pipas com cerol

Marcus Vinícius Beck

Caco de vidro e cola de sapateiro. Esta é a matéria prima do cerol, que já fez três vítimas este ano em Goiânia – uma delas fatal. Mas, com o propósito de amenizar o problema, a Prefeitura de Goiânia lançou, ontem (20), a campanha “Pipa sem cerol”. Promovida pela Guarda Civil, a iniciativa conta com participação de diversas secretarias municipais e órgãos de segurança.

José Eulálio, comandante da Guarda Civil Metropolitana, afirma que a campanha visa reduzir número de acidentes que envolvem pipas com cerol, conscientizando alunos da rede pública de ensino. “Vamos atuar também na conscientização das pessoas em parque e praças”, diz José, salientando que iniciou período de ventania e pipas são soltas até a noite.

Continua após a publicidade

Recentemente, Wilquer Vaz Rodrigues, de 8 anos, foi ferido por cerol enquanto andava de bicicleta. Ele chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos. “O pai tentou ajudá-lo, porém ele já chegou à unidade de saúde sem vida”, afirmou o sargento Eugênio Bonfim. “Tinha uma linha cruzada na rua e acabou pegando nele”. O menino faz parte da lista fornecida pelo Corpo de Bombeiros à reportagem de O Hoje. 

Famoso entre as crianças que empinam pipa, o cerol é proibido, todavia algumas crianças meninos admitem usá-lo. “Muitos usam para cortar a linha do outro. Eles querem derrubar a raia do outro”, disse um garoto. Segundo a Polícia Militar, quem usa cerol pode responder pelo crime de lesão corporal, danos e até homicídio.

Combatido, o cerol fez 47 vítimas, em 2010, com quatro mortes. No ano seguinte o número diminuiu, tendo apenas uma morte. Mas, em 2015, foi registrado a morte de Francisco de Assis Pereira, de 60 anos, na BR-153, próximo a Vila Redenção. À época, a Guarda Civil Metropolitana (GCM) tentou conscientizar a população para os riscos do cerol. 

Proibição

Em 2015, a Polícia Militar fez campanha para proibir uso de cerol, na Região Metropolitana. Durante a ação, os policiais distribuíram panfletos em que eram explicados os riscos do artifício. À época, foram feitas 100 apreensões de linhas e pipas. 

A linha chilena, porém, é comprada pronta e também é perigosa. Ela tem poder de corte três vezes maior que o cerol, e a multa para quem for pego usando-a ou vendendo-a varia de R$ 200 a R$ 1,5 mil.

CCJ

A Comissão de Constituição e Justiça aprovou, em 2014, projeto que proíbe linhas cortantes, ainda que para empinar pipas. Uma das autoras do projeto, a deputada Nilda Gondim (PMDB-PB) disse que foram criadas formas para que as linhas degolassem motociclistas. Já Luís Couto (PT-BA) modificou o projeto para inseri-lo no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), uma vez que a maioria dos usuários são menores de 18 anos. O projeto, porém, ainda está em andamento.

Veja Também