Motoristas ainda desrespeitam normas para transporte infantil

Segundo a SMT, 118 autuações foram realizadas em 2016. De janeiro a maio deste ano, 67 motoristas já foram autuados

Postado em: 29-06-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Segundo a SMT, 118 autuações foram realizadas em 2016. De janeiro a maio deste ano, 67 motoristas já foram autuados

Renan Castro

Desde 2010, o uso de equipamento de retenção nos veículos para crianças menores de sete anos e meio é obrigatório. A norma serve para dar mais segurança aos pequenos e evitar que uma tragédia ocorra em um eventual acidente de trânsito. Contudo, muitos pais ainda não respeitam a exigência do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) e colocam a vida dos filhos em risco. 

Depois de amanhã começa o mês de julho. O período letivo para a criançada terminou e agora a época das férias é opção para fazer as viagens do ano. Assim, os pais que precisam transportar os filhos com idade de até 10 anos têm uma série de medidas para tomar e fazer com que os passeios não terminem mais cedo.

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Dados da Secretaria Municipal de Trânsito de Goiânia (SMT) mostram que foram realizadas 118 autuações em 2016 em condutores que não respeitaram as normas estabelecidas pelo Código Brasileiro de Trânsito (CTB) para transporte de crianças. De janeiro a maio deste ano, as autuações já somam 67 e do jeito que caminha a situação, 2017 poderá superar o ano passado em número de infrações.

Segundo informações do Departamento Estadual de Trânsito de Goiás (Detran-GO), até completar um ano, os pequeninos devem ser levados em bebês-confortos, fixados no banco traseiro, de costa para o motorista. De um a quatro anos, a criança deve ser carregada em cadeirinha, fixada no banco traseiro, virada de frente para o condutor. Dos quatro aos sete anos e meio, é necessário o uso do assento de elevação. De sete aos 10 anos, a criança deve continuar usando o banco traseiro, sempre com o cinto de segurança. O uso desses equipamentos evita que a criança seja projetada para fora do veículo em uma batida, por exemplo. 

Como infringir regras faz parte de várias culturas, principalmente a do brasileiro, punições acabam por tornar-se a válvula de escape para tentar evitar que condutores passem por cima das exigências. A desobediência é considerada infração gravíssima, conforme o Detran, e resulta em multa, perda de sete pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e retenção do veículo até que a irregularidade seja sanada.

Bom exemplo

Mas não existem só desobedientes no trânsito. Há quem valoriza a vida e sabe que regras também servem para deixar a sociedade mais organizada. A jornalista Anna Paula Félix, 28, tem um casal de filhos e está grávida de oito meses. Ela conta que desde que a filha mais velha, Geovanna, 6, completou três meses de vida já caía na estrada com os pais. “Uso a cadeirinha desde 2010. A Geovanna agora usa o acento de elevação”, explica Anna. Após o nascimento do Bernardo, Anna adquiriu o bebê conforto para poder transportar o filho. Ela afirma que essas normas de segurança foram as melhores coisas que já inventaram. “A cadeirinha ou bebê conforto deixa a criança mais segura. Existem inúmeros casos que comprovam que realmente salvam vidas. Eu não deixo de usar em hipótese alguma. Já deixei de sair por que não estava com a cadeirinha”, ressalta, que já está com o bebê conforto preparado à espera do Benício. 

Ações

De acordo com a SMT, ações educativas são realizadas nas portas das escolas e “onde existe grande aglomeração de crianças para transporte”. O órgão afirma também vai começar a utilizar vídeomonitoramento na região do Parque Vaca Brava, no Setor Bueno, e o uso do equipamento de retenção nos veículos será um dos pontos fiscalizados. 

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