Retorno do CityBus 2.0 em Goiânia ainda é incerto, saiba os motivos
Citybus 2.0 não tem data definida de retorno
Por: Daniell Alves
Após quase um ano com as atividades paralisadas, o CityBus 2.0 deve retornar em Goiânia. No entanto, a Companhia Metropolitana de Transporte Coletivo (CMTC) não informou a data do retorno. O serviço ainda engatinhava na Capital e funcionou por pouco mais de um ano. Foi paralisado por conta da pandemia.
Em dezembro do ano passado, a HP Transportes, responsável pelo serviço CityBus 2.0, comunicou a suspensão temporária do serviço em Goiânia. Segundo a empresa, a medida foi motivada pela crise instalada no transporte público coletivo, devido à pandemia da Covid-19.
De acordo com o comunicado, o CityBus 2.0, apesar de ser um serviço público, não está vinculado ao serviço convencional. A HP justificou a suspensão da operação dos miniônibus por aplicativo alegando que todos os recursos da empresa devem ser concentrados no custeio da operação do serviço básico e obrigatório.
Naquele mesmo mês, antes da suspensão, os motoristas os motoristas do CityBus fizeram greve parciais. Os profissionais se manifestaram em relação ao atraso do salário referente ao mês de novembro e do décimo terceiro. Conforme explicou o presidente Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo (Sindicoletivo), Sérgio de Araújo, havia um acordo judicial que previa que as empresas não poderiam atrasar o salário dos motoristas e eles não poderiam paralisar. O que não estaria sendo cumprido. O Sindicoletivo ainda solicitou antecipação de tutela para obrigar a empresa a pagar os vencimentos.
Dificuldades financeiras
Na época, a HP alegou dificuldades financeiras. Por meio de nota, a empresa relatou que entendia a insegurança dos colaboradores, bem como dos usuários, mas ressaltou que ocorreu um alerta à CMTC e à Prefeitura de Goiânia para “pedir socorro, para manter a operação do serviço, aos verdadeiros responsáveis pelo transporte.”
“O atraso nos salários não é um desejo da empresa, que vem lutando para manter o serviço e honrar seus compromissos perante seus colaboradores e fornecedores. Estamos trabalhando num esforço diário para contornar as dificuldades. E entendemos que paralisar o serviço não é o caminho, pois se isso ocorrer ficaremos sem nenhum real de receita, e com isso não teremos dinheiro sequer para saldar parte dos salários, como conseguimos neste mês”, alegou na época.
80 mil usuários
No período de um ano, o CityBus 2.0 chegou a 80 mil usuários, percorrendo 35 bairros de Goiânia. O sistema iniciou a operação na Capital no dia 11 de fevereiro de 2019. A empresa que opera o serviço atua também no transporte coletivo da Região Metropolitana de Goiânia.
O serviço começou, em período de testes, com 15 vans modelo Mercedes-Benz Sprinter e abrangendo 11 bairros do centro da Capital. Em julho de 2019, a operação do CityBus 2.0 teve a primeira expansão para mais 13 bairros, passando a atender um perímetro de aproximadamente 40,8 quilômetros quadrados.
Subsídios para o transporte
De acordo com presidente da CMTC, Tarcísio Abreu, se a tarifa da passagem do transporte público for corrigida com atualização da inflação, o valor seria de R$ 7. “Precisamos de uma tarifa que os entes federativos ajudem na construção de um sistema sustentável”, diz. Além disso, afirma que o sistema de transporte coletivo precisa de subsídios para trabalhar com uma tarifa diferenciada. “Essa é a grande dificuldade atual”.
Estudos técnicos da CMTC apontam que para que a Metrobus possa operar com apenas passageiros sentados na realidade atual seriam necessários mais 200 ônibus para rodar apenas no Eixo Anhanguera para conseguir atender a demanda no horário de pico. Hoje são 99 ônibus entre articulados e biarticulados em operação. Portanto, seriam necessários quase 300 ônibus no total para atender ao transporte de apenas passageiros sentados no Eixo. Uma frota duas vezes maior do que a que a Metrobus já teve em toda sua história e na história do Eixo Anhanguera. (Especial para O Hoje)