Contra reformas, Auditoria Fiscal do Trabalho em Goiás paralisa atividades

Categoria alerta para pontos negativos das mudanças propostas pelo governo federal

Postado em: 01-07-2017 às 10h00
Por: Toni Nascimento
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Categoria alerta para pontos negativos das mudanças propostas pelo governo federal

Da Redação

A Auditoria Fiscal do Trabalho em Goiás aderiu à paralisação
contra as reformas trabalhista e previdenciária realizada nesta sexta-feira (30)
em todo Brasil. O protesto, realizado na sede da Superintendência Regional do
Trabalho e Emprego em Goiás (SRTE/GO) é uma forma de alertar para os prejuízos
que os trabalhadores brasileiros terão caso as propostas sejam aprovadas.

“A modernização trabalhista nada mais é do que um retrocesso
das normas trabalhistas. Direitos conquistados após anos de história de luta
dos trabalhadores estão sendo desprezados e substituídos por normas que visam
beneficiar apenas o empregador”, destaca a presidente da Associação dos
Auditores Fiscais do Trabalho do Estado de Goiás, Odessa Martins Arruda
Florêncio.

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Uma das principais linhas da reforma defendida pelo governo
é aumentar o poder das negociações e permitir que o acordado se sobreponha ao
legislado. “A ideia do negociado sobre o legislado vai fragilizar enormemente o
empregado, deixando-o sem uma norma protetora maior, que é a Consolidação das
Leis do Trabalho (CLT), e sujeitando a uma negociação entre o patrão e seu
sindicato”, explica Odessa.

Para a presidente da Associação, além dos prejuízos para os
trabalhadores, a economia brasileira também será alvo de um rombo. “A mudança
tem um ponto que está sendo deixado de lado. Enquanto os defensores da ideia
julgam que haverá um aumento de empregos, estão se esquecendo de uma coisa
muito importante, que é o rombo que haverá daqui para frente no recolhimento da
previdência social e do FGTS. Os autônomos poderão ser contratados pelas
empresas sem carteira assinada e, portanto, sem recolhimento de qualquer
tributo”, completa Odessa. 

As propostas defendidas pelo governo também incluem o
aumento de garantias ao trabalhador terceirizado, o fim da obrigatoriedade do
pagamento da contribuição sindical, o parcelamento do gozo das férias anuais em
até três vezes e também prevê que a jornada de trabalho possa ser estendida em
até 10 horas diárias. “São vários itens que precisam ser discutidos. Os
trabalhadores e as entidades que os representam precisam ser ouvidos”, alega a
presidente.

A paralisação desta sexta-feira foi organizada por centrais
sindicais e ocorreu em todo o país. Em Goiânia a concentração foi feita na
Praça Cívica e os manifestantes seguiram em passeata pela Avenida Goiás até a
Praça do Bandeirante.

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