Jovens denunciam homofobia em abordagens da GCM e PM em áreas públicas do centro de Goiânia

“Gays quase não tem lugares seguros para trocar afeto, o centro da cidade é refúgio”, declarou uma das vítimas

Postado em: 22-10-2021 às 14h26
Por: Alexandre Paes
Imagem Ilustrando a Notícia: Jovens denunciam homofobia em abordagens da GCM e PM em áreas públicas do centro de Goiânia
“Gays quase não tem lugares seguros para trocar afeto, o centro da cidade é refúgio”, declarou uma das vítimas | Foto: reprodução

Na madrugada da última quinta-feira (21/10) vários homens gays e bissexuais denunciaram que foram agredidos por servidores da Agência Municipal do Meio Ambiente (AMMA), da Guarda Civil Metropolitana (GCM) e da Polícia Militar em regiões do Setor Central de Goiânia.  Nas redes sociais a Amma chegou a informar que que a fiscalização havia sido “intensificada visando evitar crimes ambientais, além de combater a prostituição, o tráfico de drogas e a depredação do patrimônio público”. (Veja abaixo)

Além disso, foram vários os relatos afirmando que, tanto agentes da GCM, quanto da PM, “passaram dos limites”. Parte das vítimas afirmou, ainda, que as autoridades os coagiram e agrediram os LGBTs que estavam nos locais públicos com o Bosque dos Buritis, Rua do Lazer e outros locais. “Chegaram jogando gás de pimenta na nossa cara, nos agredindo com palavras de cunho homofóbico, fazendo cerco como se fossemos bandidos, criando constrangimento ilegal e abusando do poder”, comentou um dos jovens que não quis ser identificado.

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O grupo Eles Por Eles (GEE), de apoio ao público LGBT, chegou a encaminhar um ofício à Secretaria Municipal de Direitos Humanos e ao Comitê de combate à Discriminação e Preconceito do Estado (COMELL-GO), solicitando investigação sobre os atos homofóbicos acometidos aos jovens. Além disso o documento denuncia o abuso de autoridade, desvio de finalidade de agentes da AMMA, GCM e PM.

“Desde a Rebelião de Stone Wall in, nos Estados Unidos quando um grupo de gays, trans e lésbica revidaram a violência policial com pedras e garrafadas, a perseguição homofobia das polícias contra LGBT vem sendo uma luta constante da comunidade e dos ativistas LGBT”, afirmou o GEE em nota emitida sobre o acontecido.

De acordo com Léo Mendes, presidente do GEE, o público LGBT representa 10% de pagadores dos impostos, e pessoas que votam. Pagamos e queremos uma polícia que nos proteja dos estupros, assaltos, furtos, homicídios, feminicídios e não guardas que cometem abuso de autoridade, tortura, constrangimento ilegal, racismo/homofobia diária contra a comunidade LGBT.

Possíveis crimes

De acordo com o ativista Liorcino Mendes, tanto os representantes da AMMA quanto a GCM, agindo com essas abordagens, “cometeram diversos crimes”. “Improbidade administrativa, abuso de autoridade, desvio de finalidade, constrangimento ilegal, injúria racial, injúria homofóbica e que isso traz como penas perda de cargo, prisão de 3 a 15 anos por todos crimes juntos e indenização coletiva e individual”, afirmou.

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