Segunda-feira, 01 de julho de 2024

“Nós queremos é saber o que houve com ela”, relatou tio de bebê de 6 meses encontrada morta em creche

Pais da criança foram buscá-la na Creche da Tia Cleidinha quando a encontraram morta

Postado em: 22-10-2021 às 15h58
Por: Maria Paula Borges
Imagem Ilustrando a Notícia: “Nós queremos é saber o que houve com ela”, relatou tio de bebê de 6 meses encontrada morta em creche
Pais da criança foram buscá-la na Creche da Tia Cleidinha quando a encontraram morta | Foto: Reprodução

Uma bebê de apenas 6 meses, Amariah Noleto, foi encontrada morta enquanto estava sob os cuidados de funcionários da Creche da Tia Cleidinha, na última quarta-feira (20/10), em Planaltina, no Distrito Federal. Segundo informações, os pais de Amariah só descobriram que a filha estava morta quando foram buscá-la. Velório deve ocorrer neste sábado (23/10), no Cemitério de Planaltina.

O tio da criança, Jonas Noleto, contou em entrevista ao Metrópoles que a família está em busca de respostas sobre o que de fato aconteceu com a menina. funcionários da Creche da Tia Cleidinha, em Planaltina, busca respostas para a tragédia. “O que, realmente, os pais e nós queremos é saber o que houve com ela. Foi o que eles (os pais) mais pediram para o delegado ontem (quinta-feira) à noite, em depoimento”, disse.

O Instituto Médico Legal (IML) previu que o laudo responsável por determinar a causa da morte seja divulgado por volta das 16h desta sexta-feira (22/10), somente depois o corpo vai ser liberado para os familiares. De acordo com Jonas, os pais passaram por apoio psicológico no Hospital de Planaltina, onde a criança foi levada, além de ter acompanhamento do pastor da família.

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O Governo do Distrito Federal (GDF) informou que a instituição não é cadastrada junto à Secretaria de Educação e, segundo testemunhas, a creche abrigava cerca de 40 crianças. Entretanto, havia apenas um berço para todas elas, com leito dividido por lençóis, para que mais de uma criança conseguisse dormir ao mesmo tempo.

Para dormir, os bebês eram colocados em sacos de dormir sem aberturas, impedindo a movimentação dos braços e o quarto ficava trancado. Um dos investigadores descreveu ao Metrópoles que a sala tinha 13 metros e abrigava mais de 30 crianças, sendo que várias dormiam no chão e em bebê-conforto. “Tudo muito insalubre”, disse o investigador.

Segundo testemunhas, Amariah foi encontrada de bruços no berço e o investigador aponta que a criança pode ter passado mal e não recebeu atendimento. “Tudo indica que a criança virou de bruços e o pano caiu sobre o rosto dela. Ela ficou no saco sem poder se mexer, passou mal e não recebeu nenhum atendimento”, destacou o investigador.

De acordo com os agentes, o hospital não fica distante da instituição, portanto acreditam que as cuidadoras demoraram a ver que a criança estava passando mal. Ainda conforme informações dos investigadores, os médicos que atenderam a menina no Hospital Regional de Planaltina (HRP) relataram que ela chegou ao local com palidez acentuada.

A 31ª Delegacia de Polícia de Planaltina é responsável pelo caso e prendeu Marina Pereira da Costa, uma das donas da creche. A acusada vai passar por audiência de custódia nesta sexta-feira (22/10).

Conforme informações, horas após a morte de Amariah, as funcionárias da creche trocaram mensagens em tom preocupado. Marian escreveu para uma funcionária que ela e Cleide, outra proprietária, estariam “fudidas”. O diálogo começa com Marina dispensando a funcionária de trabalhar no dia seguinte, uma vez que o local ficaria de luto. As conversas estão em poder da polícia.

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