Pedestres são forçados a andar pela rua na 44

Seplanh reconhece dificuldades na fiscalização. Parceria com a Guarda Civil Metropolitana deve ser retomada

Postado em: 07-07-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Seplanh reconhece dificuldades na fiscalização. Parceria com a Guarda Civil Metropolitana deve ser retomada

Wilton Morais

Os pedestres que passam pela região da Avenida 44, no Setor Norte Ferroviário, em Goiânia, têm enfrentado dificuldades para transitar nas calçadas. Na rua, metade da pista também fica bloqueada, devido à presença de vendedores ambulantes e suas mercadorias. “É perigoso. Corremos até risco de assalto com essa ‘muvuca’”, definiu a estudante Valdineia Gomes.

Para o motorista José de Queiroz, andar pela via da região é “péssimo”. O comerciante aponta as quintas e sextas-feiras, além do sábado, como os piores dias para circular pelo local. “É sempre complicado, tomam conta da rua. E o povo também é roda dura”, reclamou Queiroz.

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Já a vendedora Leyla Rodrigues, apesar de dizer que “não é confortável”, considerou que os ambulantes estão trabalhando. “Pior são os roubos. Acaba funcionando como uma feira. Eles mesmos não me atrapalham. Até compro dos ambulantes. É mais fácil e barato, não preciso entrar nas lojas”, considerou.

Imprudência

Na Avenida, a reportagem do O Hoje flagrou outro problema. No momento da execução da reportagem, a Policia Militar (PM) realizava atendimento de uma ocorrência. No local, moto taxistas dividia o espaço de estacionamento proibido com araras de roupas.

De acordo com um mototaxistas, que não pode se identificar, dois homens que trabalham com o mesmo serviço aviam brigados por conta de uma vaga no local proibido. “É proibido, mas não tem fiscalização. Acontece acidente aqui direto. Ainda essa semana, um motociclista chutou o carro de uma mulher. Saiu algemado daqui, em outro carro havia um policial que presenciou tudo”, contou o moto taxistas. 

Fiscalização

Por meio de nota, a Secretaria Municipal de Planejamento Urbano e Habitação (Seplanh) informou que equipes de auditores fiscais estão exercendo normalmente a atividade de fiscalização do comércio irregular na região da 44 e em toda a capital.

“Ressaltamos que houve algumas dificuldades no serviço nos últimos meses, entretanto, já estão sendo discutidas estratégias com a Guarda Civil Metropolitana de Goiânia para a retomada de ações conjuntas de fiscalização em toda a capital”, reconheceu a nota sobre os problemas na fiscalização.

Apesar disso, a pasta reafirmou que continuará a trabalhar para manter a ordem pública na cidade. A Seplanh garantiu ainda que, conforme a legislação irá notificar, apreender e multar todos que estiverem comercializando irregularmente produtos em Goiânia.

Mototaxistas

Sobre o estacionamento irregular dos motostaxistas e de outros veículos que impedem o trânsito e a passagem de veículos, além do volume de ambulantes na via pública, a reportagem entrou em contato com o secretário municipal de trânsito, Luis Fernando Santana. Mas o representante da SMT não pode atender as nossas ligações, no fim da tarde de ontem. 

Lojistas reclamam de concorrência desleal na região 

Lojistas da Rua 44 reclamam que a atuação dos ambulantes no local provoca uma concorrência desleal na busca por clientes. Eles afirmam que pagam impostos e têm custos para manter seus estabelecimentos abertos e perdem mercado para os profissionais liberais, que ocupam várias calçadas da região. 

O comerciante Bruno Borges afirma que o comércio ambulante gera um prejuízo médio de 30% para os lojistas regulares. “Precisa ser corrigido porque o lojista tem custo, gera emprego e renda para o município”, reclama. Para o microempresário Juliano Teles, é impossível competir com os ambulantes. “As pessoas que vem para comprar da gente, compram deles. Eles não tem gasto e o que fazem é desumano”, lamenta.

Fiscalização

Os fiscais da prefeitura dizem que não realizam o trabalho sem a ajuda da Guarda Civil Metropolitana (GCM). Nesse sentido, a corporação informou que se reuniu com a diretoria da Secretaria Municipal de Planejamento (Seplanh) para definir horários de atuação dos guardas em conjunto com fiscais e que as operações são realizadas constantemente.

Já a Seplanh informou que as equipes de auditores fiscais do trabalho atuam normalmente na região. O órgão reconhece algumas dificuldades, mas diz que vai continuar apreendendo e multando os comerciantes irregulares. 

Rhudy Crysthian 

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