Entenda o caso da jovem grávida que morreu após usar abortivo comprado pela internet

Ana Carolina Pereira Pinto, de 20 anos, foi encontrada morta pelos pais dentro do quarto, em Votorantim (SP), na manhã de terça-feira (26); o bebê também não resistiu

Postado em: 29-10-2021 às 16h35
Por: Giovana Andrade
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Ana Carolina Pereira Pinto, de 20 anos, foi encontrada morta pelos pais dentro do quarto, em Votorantim (SP), na manhã de terça-feira (26); o bebê também não resistiu. | Imagem: Reprodução

Uma jovem de 20 anos morreu, na última terça-feira (26/10), após usar medicação abortiva para interromper a gravidez de 7 meses. O caso foi registrado na cidade paulista de Votorantim. Ana Carolina Pereira Pinto foi encontrada morta pelos pais na casa onde morava, e o bebê também não resistiu.

Segundo o boletim de ocorrência, a jovem fez uso da medicação em uma pousada no bairro Campolim, em Sorocaba, acompanhada do namorado, no domingo (24). Na segunda-feira (25), ela relatou dores e mal estar ao namorado por mensagens. O rapaz, no entanto, pediu que ela não contasse aos pais, e disse que “resolveriam no dia seguinte”.

Ainda de acordo com o B.O., a família contou à polícia que estranhou quando o alarme da jovem começou a tocar e ela não o desligou nesta terça-feira (26). Por isso, os pais resolveram entrar no quarto, onde a encontraram morta.

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O namorado dela, de 22 anos, foi preso em flagrante e passou por audiência de custódia nesta quarta-feira (27). Em interrogatório à Polícia Civil, ele relatou em detalhes o ocorrido. Segundo o registro, o casal mantinha um relacionamento de cerca de 2 anos quando a jovem, um mês atrás, relatou que estava com sintomas de gravidez. Os dois decidiram fazer um teste de farmácia, que confirmou a gestação.

Na época, Ana marcou uma ultrassonografia, que constatou a gravidez de 27 semanas de um menino. Durante uma conversa entre os dois, ela citou receio de prosseguir com a gestação e como contaria à família sobre o filho. Assim, ambos chegaram ao consenso de não seguir com a gestação, por conta da idade e “pouca e experiência”.

Segundo o namorado afirmou, a vítima teria feito pesquisas sobre métodos abortivos, e ele chegou a falar sobre os riscos, mas que ambos concordaram com a compra da substância abortiva, que foi realizada pela vítima, no valor de R$1.400, via PIX.

A encomenda foi entregue na casa do namorado e, em seguida, os dois combinaram de achar um local para aplicarem o produto. O lugar escolhido foi uma pousada no bairro Campolim, na Zona Sul de Sorocaba.

O investigado detalhou que a vítima pegou as injeções e disse que tinha medo de aplicar, de forma que pediu ajuda ao namorado. Ainda segundo o rapaz, foram quatro aplicações na barriga, e a “técnica” de como injetar o medicamento foi explicada pela pessoa que vendeu o produto à vítima.

Além de ter confessado que comprou o “kit aborto” pela internet junto com a namorada após tomarem a decisão de interromper a gravidez, o investigado cedeu o próprio celular. Assim, o rapaz responde por crime contra a vida, por ter provocado o aborto com o consentimento da gestante, mas será investigado em liberdade por não ter antecedentes criminais e estar colaborando com as investigações. Ainda segundo a polícia, a perícia vai periciar o celular do jovem e apontar qual foi a medicação usada por Ana Carolina.

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