Com produção de 2.5 ton/ano, Minaçu se destaca na piscicultura nacional

Aumento do custo da produção preocupa produtores

Postado em: 30-10-2021 às 08h32
Por: Maiara Dal Bosco
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Aumento do custo da produção preocupa produtores | Foto: Reprodução

A produção de peixes em Minaçu, Norte do Estado, além de auxiliar na economia do município vem caminhando para ocupar um lugar de destaque em Goiás e no Brasil. De acordo com a Associação dos Piscicultores do Parque Aquícola Conquista (AAQUIPAC), Minaçu produz, hoje, algo em torno de 2.500 toneladas de peixes por ano, com cerca de 200 licenças ambientais, incluindo tanques escavados e em tanques redes no lago, com cerca de 40 aquicultores produzindo.

De acordo com Adilson Cascão, presidente da AAQUIPAC e membro da Cooperativa Aquícola de Cana Brava, com a implantação de novas licenças e ampliação da produção existente, a expectativa para 2022 é positiva. “Para o ano que vem deveremos triplicar a produção. Tem um grupo de empresários instalando suas atividades aquícolas em breve, onde inclui produção de peixes e a instalação de um frigorífico de grande porte”, destaca.

Ele pontua que o município vende a produção para diversos cidades fora do Estado, entre elas Belém, São Paulo, Brasília, Belo Horizonte. “Estamos começando a ser reconhecidos no mercado geral, e com a oferta de novos compradores acreditamos que o frigorífico venha comprar com preço menor, porque não vai ter frete. Na Cooperativa, estamos estruturando a montagem do abatedouro, para que possamos comercializar o peixe sem ser in natura, em mercados, restaurantes e peixarias”, afirma. 

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Mesmo em um cenário positivo, Adilson Cascão chama a atenção para o aumento dos custos de produção. “A ração mesmo subiu muito, quase dobrou o preço, enquanto os frigoríficos seguem pagando o mesmo valor do ano passado. Para se ter uma ideia, 25kg de ração no ano passado custava cerca de R$ 55. Hoje, já é R$ 110”, enfatiza.

Parceria

Na última semana, o Governo de Goiás divulgou que parceria entre o Estado e iniciativa privada vai levar investimento de R$ 30 milhões para implementar criadouro de peixe de larga escala e frigorífico, em Minaçu. A expectativa é que a produção chegue até três milhões de toneladas de tilápia, por ano, até 2024, e com geração de 185 novos empregos, sendo 155 diretos e 30 indiretos.

As atividades de piscicultura começam ainda neste mês de outubro e devem ter a primeira comercialização no primeiro semestre de 2022. O processo de implementação terá duas etapas e a empresa deve estar em plena produção até 2024. A primeira etapa, já iniciada, prevê investimento de R$ 5 milhões com produção inicial de mil toneladas, por ano, e criação de 35 empregos diretos. Já a segunda etapa, que deve ser concluída em três anos, conta com mais R$ 25 milhões para instalação do frigorífico e tem previsão de triplicar a produção inicial, além de gerar outros 120 empregos diretos e 30 indiretos.

A empresa que se instala no Norte goiano é proveniente de Rondônia. Ela decidiu fechar suas instalações na região Norte do Brasil e criar uma empresa 100% goiana, aproveitando toda a expertise adquirida durante os 12 anos no mercado e os incentivos de Goiás.

Minaçu também faz parte dos 64 municípios com maior carência e necessidade de desenvolvimento econômico que são preferenciais para a aprovação de investimentos e destinação de incentivos fiscais, como o Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO) e o ProGoiás, que também devem atender o projeto.

Exportação

A ampla previsão de produção do pescado abre possibilidades para a exportação. Os produtos goianos com mais vendas internacionais são as carnes, correspondendo a 30,12% do exportado pelo Estado, em setembro, com destaque para as carnes bovinas, de aves e suínas. O projeto deve ampliar a venda internacional de peixe e mostrar mais uma vocação do mercado internacional goiano. (Especial para O Hoje)

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