No frio, aumenta casos de doenças respiratórias

Clima seco, baixa umidade e temperaturas amenas são principais agentes causadores

Postado em: 08-07-2017 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Clima seco, baixa umidade e temperaturas amenas são principais agentes causadores

Guilherme Araujo

As famosas dores de garganta, coriza e obstrução nasal podem contradizer quem diz que o inverno é a melhor estação do ano. Na madrugada da última segunda para terça-feira (3 e 4), a sensação térmica na capital chegou a 5ºC e as baixas temperaturas não vêm sozinhas – costumam trazer consigo uma série de doenças e muitas reclamações. Com a tendência de fechar portas e janelas, é em locais abafados e com aglomerações que vírus e bactérias tendem a proliferar, provocando uma série de problemas respiratórios. 

As infecções são as vilãs mais comuns dessa época. O resfriado, velho conhecido tanto de adultos quanto de crianças, acomete principalmente nariz e garganta. Esse tipo de infecção tem transmissão feita pelo contato direto. Os medicamentos geralmente mais usados são os analgésicos e antipiréticos. Segundo a pneumologista Karla Cristina Curado, os sintomas dessa classe de infecções são muito semelhantes: “Uma avaliação médica é fundamental para a definição adequada do diagnóstico, até para que se evite que doenças mais graves passem despercebidas”, explica. 

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Equívocos

Karla Cristina faz um alerta ainda para uma série de equívocos que acontecem graças à forte presença das crenças populares, que seriam elementos desencadeadores de doenças de inverno. Para ela, andar descalço, dormir com o cabelo molhado, tomar sorvete, beber água gelada ou ainda pegar chuva ou sereno, são mitos: “O que realmente poderia deixar a pessoa doente seria aquilo que irrita as mucosas e a predispõe a infecções, como por exemplo, as frequentes mudanças climáticas que Goiânia vive ou as alergias”, afirma. “A regra é uma só: sempre passe por uma avaliação médica. Segurança é fundamental”.

Também fruto de equívoco está a relação entre a gripe e os resfriados. Embora os sintomas possam ser relativamente semelhantes, como febre alta, tosse, secreção nasal e dor de garganta, para o tratamento da gripe são comumente adotados medicamentos que atenuam os sintomas, como os antitérmicos e os analgésicos. 

Aspecto já corriqueiro, a automedicação figura como um dos hábitos mais frequentes no dia a dia do brasileiro. Um estudo do Instituto de Ciência Tecnologia e Qualidade (ICTQ) aponta que o número de brasileiros que toma medicamentos por conta própria é grande: ao todo, 76,4% das pessoas tem esse hábito – dados que segundo pessoas ligadas à área, seriam muito maiores. Não o bastante, 32% afirmam que aumenta a dose de medicação devidamente prescrita por um médico. Justamente por isso, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) vem propondo um maior controle do uso indiscriminado de remédios, como a venda somente com a apresentação de receitas para determinados medicamentos.

O estudante de História, Joaquim Henrique Silveira conta que tanto ele, quanto toda a sua família se automedicam. “Depois de algumas visitas ao médico, me receitavam exatamente aquilo que eu já tomava. Deixei de ir.” Para ele, é algo automático: “Acabo tomando o que sempre tomo, uso o Google e pergunto para pessoas de confiança, mas nunca tive nenhum problema”, diz.

Casos graves

Todavia, há casos mais graves, como as viroses, meningite, infecção causada por vários tipos de germes (vírus, bactérias e fungos) que acomete as membranas do sistema nervoso. Além disso, é preciso cautela quanto às pneumonias, um tipo específico de infecção ou inflamação dos pulmões, que pode ser causada por vários microrganismos diferentes, incluindo vírus, bactérias, parasitas ou fungos. Como prevenção, recomenda-se evitar grandes aglomerações e ambientes fechados 

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