Cresce em 166% acidentes com vítimas fatais envolvendo bicicletas

De acordo com dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP) de Goiás, aumentou em 166% o número de pessoas que morreram vítimas de acidentes envolvendo bicicletas. De janeiro a junho de 2020 foram três vítimas fatais. O número de acidentes envolvendo ciclistas também aumentou, de 305 o ano passado para 342 este ano.

Em todo o Estado também foi registrado aumento nos números de óbitos de ciclistas durante o mesmo período, com 14 mortes em 2020 e 21 em 2021: um crescimento de 150%. Também houve aumento nos acidentes, de 1071 em 2020 para 1227 em 2021.

Usar as ‘bikes’ como meio de locomoção está associado a uma vida mais saudável, sustentável e divertida, ainda mais depois da pandemia. Apenas em 2020 houve um aumento de 50% no número de vendas em todo o Brasil, segundo um levantamento da Aliança Bike (Associação Brasileira do Setor de Bicicletas).

Crescimento na produção

Dados da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicleta, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo) revelaram que a produção de bicicletas cresceu em 2021. Até abril deste ano, 51.281 bicicletas foram produzidas, enquanto em 2020 foram 10.071, ou seja, um aumento de 409,2%.

Atualmente, Goiânia conta com pouco mais de 94 km de ciclovias, ciclofaixas e ciclorrotas implantadas. A questão é que, desde 2016, não há investimentos na construção de novos trajetos. No último ano, a prefeitura somente revitalizou a sinalização de algumas das ciclovias de Goiânia, principalmente da Avenida Universitária e a da Avenida T-63. A prefeitura diz que existe um processo de reimplantação das ciclovias e ciclofaixas. E os planos são de quase dobrar a malha cicloviária atual, chegando a 178,7 km.

“Há mais bicicletas nas ruas, mas sem o crescimento da infraestrutura para recebê-las, infelizmente a tendência é ter um aumento no número de acidentes envolvendo bicicletas e pedestres”, explica Henrique Volpi, CEO da Kakau Seguros, que oferece proteção por assinatura de bicicletas.

Aliada na pandemia

Existem mais bicicletas do que carros no Brasil. São cerca de 50 milhões de bikes contra 41 milhões de automóveis, segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Quem anda pelas ruas da cidade percebe que, nos últimos anos, houve um aumento de ciclistas circulando por aí. O meio de transporte é seguro, benéfico ao corpo, mas aqueles que pedalam ainda encontram dificuldades para tráfego na Capital.

Carol Goss e sua família já possuíam o hábito de utilizar a bike como um meio de transporte. Ela e o marido dividem a bicicleta, e a filha dela, de 6 anos, também já é estimulada desde pequena a utilizar o veículo. Carol contou como é a rotina da família andando de bike pelas ruas da Capital. Ela possui um carro, mas também utiliza o transporte de duas rodas.

Andar de bicicleta, segundo ela, é uma forma de se manter saudável e, além disso, poder observar o espaço urbano de maneiras distintas. “Tem a questão da saúde, da mobilidade mais econômica e de sociabilizar com a cidade”, explica. “A gente tem percebido que andar de bike é um pouquinho mais seguro do que fazer caminhada, por exemplo. A bicicleta nos mantém um pouco mais afastados das outras pessoas”, diz ela.

Cuidados redobrados

Ao andar em estradas, ruas, parques ou ciclovias, é preciso se precaver. Henrique Volpi enumera alguns cuidados importantes para evitar acidentes ao andar de bicicleta. “Escolha a bicicleta do tamanho certo: usar bicicleta muito pequena ou grande limitará a capacidade de manobrar e controlar a bike corretamente”. Além disso, a recomendação é para que a pessoa sempre verifique os freios. “Antes de começar o percurso, verifique se os freios estão em boas condições”, explica.

Os ciclistas também devem usar faróis. Segundo o especialista, os faróis não são benéficos apenas para os veículos motorizados. Então, usar faróis ajudará a ver e ser visto, seja de dia ou de noite. Outra dica é para que sempre se use capacete. “Usar capacete reduzirá muito as chances de desenvolver uma lesão caso você venha a se envolver em um acidente de bicicleta”, finaliza. (Especial para O Hoje)