Missas e visitas ao cemitério: Dia de Finados é marcado com chuva e homenagens

Neste ano, a data foi mais triste para muitas famílias que há mais de um ano enfrentam as dificuldades e perdas provocadas pela pandemia da Covid-19

Postado em: 03-11-2021 às 06h29
Por: Daniell Alves
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Neste ano, a data foi mais triste para muitas famílias que há mais de um ano enfrentam as dificuldades e perdas provocadas pela pandemia da Covid-19 | Foto: reprodução

Por Daniell Alves

O Dia de Finados em Goiânia foi marcado por chuva e muita emoção. Diversas missas foram realizadas nos cemitérios da Capital. Mesmo com a chuva, as pessoas não deixaram de prestar homenagens aos entes queridos. Neste ano, a data foi mais triste para muitas famílias que há mais de um ano enfrentam as dificuldades e perdas provocadas pela pandemia da Covid-19.

Durante as visitas, foi exigido o uso de máscaras. A aposentada Rita Pereira, de 68 anos, foi visitar um parente que morreu recentemente junto com seu marido e filhos. “Foi uma perda muito grande causada pelo coronavírus. Tem poucos meses que ele já se foi, e lidar com a morte é sempre algo muito difícil. Mas só Deus para nos dar forças em situações tão tristes como estas.

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No Jardim das Palmeiras, por exemplo, estão enterrados algumas personalidades como os cantores Leandro, irmão e ex-parceiro do sertanejo Leonardo, e Cristiano Araújo, morto em um acidente de carro. Também estão enterrados no local o jogador Fernandão, vítima de um acidente de helicóptero, e seu Francisco, pai da dupla Zezé de Camargo e Luciano.

Membros de ONGs e voluntários também abordam os visitantes para passar mensagem de fé, acolhimento e amor. Na entrada do cemitério, a Prefeitura de Goiânia colocou funcionários para orientar os visitantes a usarem máscaras de proteção facial, higienização das mãos com álcool gel e controlar a entrada de pessoas. Foi determinado que a visitação aos cemitérios durasse somente 30 minutos.

Luto

A psicóloga especialista em luto, Letícia Rodrigues, explica que o luto é algo bastante individual. “O processo de luto é individual e devastador, altera nossa vida de forma global. E quando se trata de uma perda em massa, como à pandemia da Covid-19, a sociedade é acometida por este luto. É como se estivéssemos solidários”, diz.

No entanto, o luto não pode ser caracterizado em uma fase, pois se trata de um processo oscilatório. “Teremos momentos muito difíceis, mas teremos momentos de resignação para que possamos elaborar melhorar e viver com qualidade”, diz. “O amor não tem data de validade. Se a gente pensa por esse lado, ele é atemporal, porém é possível que a gente consiga se adaptar a essa dor após o passar do tempo”, destaca.

A partir daí, as pessoas conseguem lembrar daquilo que já foi bom com gratidão e carinho. “Por exemplo, na data de finados, eu posso fazer um prato especial que um ente querido gostava. Deixar flores em casa”, diz. Além disso, explica, é muito comum que a sociedade não saiba se comportar diante do enlutado. “A principal rede de apoio do enlutado, como a família, deve atuar nessa ajuda, respeitando o espaço de cada um, sem julgamentos, questionamentos”, finaliza Letícia.

Programação

Diversas paróquias da Capital tiveram programações especiais voltadas para a ocasião. Tiveram missas nas igrejas e celebrações nos cemitérios. Os visitantes puderam acompanhar as programações de modo presencial, porém precisaram seguir todos os protocolos de segurança para o combate à Covid-19. Desse modo, o uso de máscara foi obrigatório durante toda a celebração, assim como o distanciamento entre famílias e grupos diferentes.

Origem

O Dia de Finados foi celebrado pela primeira vez em 2 de novembro há mais de um milênio, no ano de 998, conforme informações do site oficial da Igreja Católica. De acordo com o Vaticano, a reunião de homenagens em apenas uma data foi uma criação do abade francês Odilo de Cluny, que viveu entre os séculos 10 e 11.

Anteriormente, a data era conhecida como “Dia de todas as almas”, já que entre os séculos 2 e 10 os rituais em lembrança dos mortos aconteciam em dias variados. Por isso, não havia nenhuma data no calendário cristão que estabelecesse uma homenagem. As primeiras celebrações eram realizadas por familiares no terceiro dia após cada enterro. Mais tarde, passaram a acontecer no aniversário de morte. (Especial para O Hoje)

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