Expectativas: Shoppings esperam faturar 25% a mais com o Natal deste ano

Otimistas, centros de compras investem pesado em decorações para atrair consumidores

Postado em: 12-11-2021 às 08h19
Por: Redação
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Otimistas, centros de compras investem pesado em decorações para atrair consumidores | Foto: Reprodução

Por Alzenar Abreu

Com vitrines e espaços repletos de decorações luxuosas, os principais shoppings da cidade esperam lucrar 25% a mais com as vendas de fim de ano. A aposta é na magia do Natal que está presente em diversos espaços desses centros de compras, mostrando a exuberância e a riqueza de detalhes desses locais.

Para isso entram em cena os mais tradicionais símbolos de Natal numa tentativa de encher os olhos dos consumidores e tentar recuperar as vendas perdidas durante as festas natalinas do ano passado, primeiro ano da pandemia de Covid-19. Além das decorações imponentes, esses espaços apostam em promoções e na demanda reprimida dos consumidores.

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Para o economista Luiz Carlos Ongaratto o impacto com os melhores índices pandêmicos frente à Covid é condição fundamental para a população sair às compras. “Mais existe também um apelo emocional que impulsiona”, explica.

O especialista diz que as pessoas passaram tempos de muita privação na pandemia ano passado. “Não podia viajar, encontrar com familiares, se reunir em grandes grupos. Mas agora, com o avanço da vacinação, a sensação de liberdade parece que vem com impulso de ‘agora eu posso, eu mereço me presentear e presentear os outros’. É a corrida para gastar mais”, avalia.

O maior público que circula pela classe média, que recebe salário entre R$ 2.971 a R$ 7.202.57, é considerado por Luiz Carlos o maior espectro que vai às compras em shoppings. Segundo ele, mesmo com a alta da inflação, a economia tende a ter um aquecimento melhor nesse fim de ano. “Por diversos fatores: a entrada da 1ª parcela do 13º, as estratégias de Black Friday, no final de novembro, e desejo represado das compras”, diz.

Para o economista, não se deve esperar grandes promoções este Natal por parte das grandes redes que operam nos shoppings. Mesmo porque com a inflação, por conta do aumento da matéria-prima, os fornecedores acabam repassando os valores aos lojistas. “Embora haja otimismo, não acredito na oferta de promoções. Mas sim que os empresários devem segurar os preços para ter uma margem de lucro menor”.

Executivos da Associação Brasileira de Shoppings Centers (Abrasce) avistam uma situação extremamente positiva. Os empresários dizem que ainda existe uma preocupação com o desemprego elevado e a inflação crescente, além da tensão política.

Já pelo lado positivo, aponta-se o avanço da vacinação em massa, a diminuição dos números da Covid, graças à chegada das doses das farmacêuticas e da vontade da população brasileira em se vacinar.

Demanda reprimida

No cômputo de gastos têm-se viagens que não foram realizadas, restaurantes que não receberam clientes e lojas fechadas. Certamente, as visitas ao Papai Noel este ano ainda será cheia de cuidados protocolares, todos deverão circular com máscaras e usar álcool em gel nos shoppings da Capital.

Nos espaços que fazem brilhar os olhos de crianças e adultos estão investimentos nada módicos. O shopping Flamboyant, por exemplo, investiu mais de R$ 4 milhões na decoração natalina. Isso inclui decoração, campanha publicitária, premiação, divulgação interna e externa, eventos e ações dirigidas. A média de trabalhos gerados por shoppings gira em torno de 300 a 500 contratações para esta época do ano.

Papai Noel

A festa da chegada do bom velhinho em alguns shoppings foi animada por bandas natalinas e performances teatrais com personagens da época mais esperada pelas crianças, além de brincadeira e atividades lúdicas. E não vão faltar árvores de Natal gigantescas com mais de seis metros de altura e muitos pinheiros e cenários que remetem ao clima natalino.

No ano passado, os encontros com o Papai Noel precisaram ser por videoconferência em alguns shoppings, e outros, pelo distanciamento, era avistado de longe. Este ano, será possível trazer o Papai Noel de volta ao trono, de forma presencial. Seguindo todos os protocolos biológicos e adotando medidas necessárias para a segurança sanitária.

Todos os shoppings devem seguir o protocolo de prevenção à Covid-19 da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce).

Viagens e compras

Dados da Secretaria de Turismo do Governo Federal apostam na retomada das atividades em todo o País. Isso porque, de acordo com pesquisa da agência de viagens on-line Zarpo, cerca de 90% dos viajantes brasileiros devem viajar neste fim de ano.

Um dos principais motivos para esta alta, segundo o levantamento, é a sensação de segurança sanitária por parte dos turistas nos hotéis e resorts nacionais. Juntos, eles são responsáveis por mais de 20% das adesões ao Selo Turismo Responsável, do Ministério do Turismo, que assegura aos estabelecimentos a adoção de protocolos de biossegurança contra a Covid-19.

Entre os destinos mais buscados, dois são nordestinos: Porto Seguro (BA) e Porto de Galinhas (PE). A região também é responsável pelo interesse de mais da metade (52,3%) dos viajantes. Logo depois vem o Sudeste (25,6%) e a região Sul do País (15%).

E-commerce deve vender R$ 110 bi neste Natal

Com crescimento esperado em mais de 30% nas vendas, o e-commerce no Brasil em 2021 deve atingir faturamento de R$ 110 bilhões. Segundo pesquisa da empresa Ebit/Nielsen.

De acordo com o levantamento, no quarto trimestre, com pesquisas realizadas com consumidores, 95% dos entrevistados responderam que pretendem continuar comprando on-line.

A consultoria também divulgou a expectativa para o Natal deste ano com alta esperada de 30% para R$ 3,38 bilhões em vendas. O período contabilizado é de 10 a 24 de dezembro.

O resultado de 2021 será limitado pela retomada, mesmo tímida, da economia, com expectativa de aumento da taxa básica de juros e inflação mais alta.

De acordo com os números da Ebit/Nielsen, o resultado de 2021 virá acompanhado de um incremento de 16% no número de pedidos, para R$ 225 milhões, e uma expansão de 9% no valor médio das vendas, para R$ 490.

As categorias que mais se devem destacar nas vendas on-line são: Alimentos e Bebidas; Arte e Antiguidade; Bebês e Cia; Casa e Decoração e Construção.

Com as expectativas do Natal, os números esperados indicam a potencialização na Black Friday, que cresceu entre 26 e 30 de novembro 26,4%. Isto sendo o melhor desempenho desde 2014.

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