Quinta-feira, 28 de março de 2024

Empresas de transporte de Goiânia fazem ‘lobby’ para manter subsídios

Secretário de Governo aponta que plano emergencial de subsídio às empresas pode ser mantido no mesmo percentual atual

Postado em: 13-11-2021 às 08h48
Por: Raphael Bezerra
Imagem Ilustrando a Notícia: Empresas de transporte de Goiânia fazem ‘lobby’ para manter subsídios
Secretário de Governo aponta que plano emergencial de subsídio às empresas pode ser mantido no mesmo percentual atual | Foto: Reprodução

As empresas do transporte coletivo na Região Metropolitana de Goiânia trabalham para a manutenção do subsídio do Estado e da prefeitura da Capital para conseguir manter o preço das passagens no ano que vem. A justificativa das empresas é a mesma, de que a redução do número de usuários e o aumento do custo do combustível provocaram prejuízos na operação do sistema.

O presidente do Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de Goiânia (SET), Adriano Oliveira, alega que o repasse dos prejuízos ao usuário seria o pior caminho e diz que há tratativas com o Estado e a prefeitura de Goiânia em busca de um acordo. Uma das propostas levantadas pelo SET seria a adoção de duas tarifas, uma que seria paga pelo usuário, com valor reduzido, e a tarifa técnica, que seria aportada pelo poder público.

O que a gente defende é a existência de duas tarifas, que é a de remuneração que leva em conta o contrato e o custo de operação, a tarifa técnica, que vai remunerar os serviços prestados. E a tarifa pública que vai ser paga pelo usuário. Com essas duas figuras você passa a ter essa diferença”, defende Adriano.

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A medida está sendo levada à mesa de negociação do poder público junto ao pedido de permanência do plano emergencial de socorro às empresas do transporte coletivo. “Em 2021 o Estado e a prefeitura entraram em acordo, pois o sistema estava em via de colapso com a terceira onda e o embarque prioritário e cada um (Estado e a Prefeitura de Goiânia) assumiram 41% desse déficit. Ao longo do ano inteiro, em torno de R$ 70 milhões de déficit”.

Com a pandemia, uma ação Civil Pública do Ministério Público de Goiás (MP-GO) cobrou o socorro do Estado e municípios da Região Metropolitana de Goiânia. Além do subsídio do governo de Goiás e de Goiânia, Senador Canedo arcou com 8% e a prefeitura de Aparecida de Goiânia, que deveria subsidiar com 9%, optou por ficar de fora da subversão.

O secretário da Governadoria, Adriano da Rocha Lima, aponta para a manutenção do subsídio criado com o plano emergencial. Em entrevista à Rádio Sagres 730, o secretário disse que os percentuais devem ser mantidos e que uma ação judicial pede que o município de Aparecida de Goiânia seja obrigado a contribuir com o aporte. “Para que o valor do custo não seja repassado para o usuário e sim arcado nessa proporção pelos entes envolvidos”, argumenta.

Segundo o secretário e o presidente do Sindicato, essa proposta de modernização deve ser apresentada ainda no mês de novembro. “Não é tanto dinheiro, não é uma fortuna, ainda mais para o orçamento público, estamos falando de algo possível que é uma região metropolitana que vai repartir entre estado e várias prefeituras”, diz o presidente da SET.

“O próprio Estado tem se mostrado preocupado em ter uma solução para a mudança, a prefeitura da mesma forma. Acreditamos que teremos uma solução e uma transformação que com certeza não repassa o custo para o usuário, que seria o segundo pior cenário, o pior é não fazer nada”, completa.

Déficit e redução de usuários

A redução de usuários com as medidas de isolamento para a contenção da disseminação da Covid-19 provocou déficit operacional na ordem de R$ 80 milhões, segundo o presidente da SET. Outro fator que prejudicou as operações foram os constantes aumentos no preço do diesel, que somente esse ano subiu 50%.

A tendência é que para os próximos anos, o número de usuários se mantenha em queda pela concorrência de aplicativos de transportes individuais e a má qualidade do serviço público pelas empresas de ônibus. “Se nada for feito, com certeza vai continuar caindo, a gente não retorna aos números de antes da pandemia como a tendência é de queda. A gente acredita que na Região Metropolitana é que a gente precisa de uma reformulação e uma reestruturação”, diz Adriano. (Especial para O Hoje)

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