Número de mortes por Aids diminuiu 12% na América Latina desde 2000

O número de portadores de HIV na América Latina totalizou 1,8 milhões as novas infecções seguem estáveis desde 2010, com quase 100 mil casos por ano

Postado em: 20-07-2017 às 11h00
Por: Thais Tomás
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O número de portadores de HIV na América Latina totalizou 1,8 milhões as novas infecções seguem estáveis desde 2010, com quase 100 mil casos por ano

O número de mortes relacionadas com a Aids na América Latina
diminuiu, em 12% entre os anos 2000 e 2016, apesar dos dados
“preocupantes” em países como a Bolívia, Guatemala, Paraguai e Uruguai.
O dado foi apresentado pelo Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS
(Unaids).

No ano 2000 morreram na região cerca de 43 mil pessoas. Já
em 2016 esse número caiu para 36 mil, um declínio a partir do aumento da
disponibilidade de tratamentos antirretrovirais, segundo o último relatório
apresentado em Paris (França) pelo órgão.

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Este “progresso significativo” é impulsionado pela
redução das mortes relacionadas com a Aids no Peru (62% entre 2000 e 2016),
Honduras (58%) e Colômbia (45%), segundo informou a agência EFE.

O número de portadores de HIV na América Latina totalizou
1,8 milhões e as novas infecções seguem estáveis desde 2010, com quase 100 mil
casos por ano.

A Unaids revelou que a quantidade de soropositivos com
acesso a tratamentos antirretrovirais quase dobrou em seis anos (58%), passando
de 511.700 pessoas em 2010 para 1 milhão em 2016, o que coloca a região acima
da meia mundial (53%).

O órgão advertiu, no entanto, que “alguns países têm
dificuldades em implementar seus programas” de medicação, como a Bolívia,
onde apenas 25% das pessoas têm acesso ao tratamento, e o Paraguai, com 35%.

Na Venezuela, a crise econômica provocou a escassez “de
muitos medicamentos essenciais, especialmente os antirretrovirais”,
acrescentou.

Na Bolívia, Uruguai, Paraguai e Guatemala, a mortalidade por
Aids aumentou entre 2000 e 2016. No entanto, nos dois primeiros, os números
reduziram nos últimos anos. No caso da Bolívia, desde o pico alcançado em 2012,
verificou-se uma queda nas mortes. No Uruguai, os números também diminuíram
após 2010.

Já na Guatemala, a taxa de aumento da mortalidade é superior
a 4%, após estabilidade entre 2003 e 2011. No Paraguai, também houve um período
de estabilidade entre 2005 e 2010, mas desde então ocorre um aumento.

Um dos problemas na América Latina é o elevado custo dos
tratamentos “em vários dos países mais afetados pelo HIV”, segundo o
órgão, que elogiou as “licenças obrigatórias” promovidas pelo Brasil
e o Equador, que permitem reproduzir um medicamento patenteado se não for para
uso comercial.

O relatório aponta ainda que cerca de um terço dos
soropositivos são diagnosticados em um estado avançado da doença, o que afeta
“negativamente os esforços” médicos, segundo o relatório.

O HIV, classificado como ameaça para a saúde pública pela
ONU, afeta um total de 36,7 milhões de mulheres e homens em todo o planeta, e
desde a sua descoberta, em 1981, provocou 36 milhões de mortes.

Agência Brasil 

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