Advogado de igreja Assembleia de Deus pede para vítimas procurarem polícia

Os relatos de assédio sexual contra evangélicas da Assembleia de Deus repercutiram em grupos de WhatsApp de igrejas de Goiânia

Postado em: 29-11-2021 às 08h36
Por: Redação
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Os relatos de assédio sexual contra evangélicas da Assembleia de Deus repercutiram em grupos de WhatsApp de igrejas de Goiânia | Foto: Reprodução

Por Yago Sales

Luiz Carlos de Sousa Martins, advogado da igreja Assembleia de Deus Ministério Jardim América, pede para que vítimas denunciem para a Polícia Civil casos de assédio sexual, conforme revelado pelo jornal O Hoje na edição do dia dia 27 de novembro. 

Os relatos de assédio sexual contra evangélicas da Assembleia de Deus repercutiram em grupos de WhatsApp de igrejas de Goiânia. O caso, como vinha ocorrendo, foi discutido de maneira privada, mesmo assim com comentários consternados com o silêncio a que as vítimas foram submetidas, segundo depoimentos ao jornal, pelo pastor Elce Alves Damasceno. O líder dirigiu uma das unidades da congregação durante 20 anos no bairro Vila João Braz, na periferia de Goiânia. Afastado da atividade religiosa, ele era o terceiro nome mais poderoso do Ministério.

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O temor das críticas tanto da igreja quanto de familiares ligados à igreja, muitas mulheres optaram pelo silêncio, mesmo depois de os casos terem sido expostos em uma reunião entre as vítimas e a cúpula da instituição, em março deste ano. O pastor foi afastado da liderança e, conforme apurado pela reportagem, foi embora para o Espírito Santo com a família. 

“As vítimas precisam tomar as providências legais e denunciá-lo”, disse o advogado. Ele ressaltou, ainda, que existe um perfil nas redes sociais que estão divulgando fotos e relatos contra o pastor afastado. Têm perfis ocultos que estão atacando que não vão direto ao ponto, inclusive atacando a direção da igreja. Quanto aos sites ocultos a polícia está investigando”, destaca. 

Sobre a falta jurídica às mulheres, o advogado afirma que a igreja compareceu à polícia. “Sabemos que legalmente o ministro de confissão religiosa, o médico, estão amparados na mesma lei em que não podem expor aquilo que uma pessoa confessa a este. Apenas quando for menor de idade, incapaz ou idoso. O que não é nenhum caso das vítimas. Pelo que sabemos, são maiores e capazes, e por isso a denúncia é iniciativa da vítima”, afirma. 

Segundo ele, uma ata feita no dia em que o pastor foi exposto diante da igreja, haveria disponibilidade de oferecimento de ajuda jurídica e psicológica por parte da instituição. O defensor reconhece que quando há casos deste tipo dentro das igrejas as pessoas ficam receosas da exposição. “As vítimas não querem se expor, mas devem para que os fatos sejam apurados”, disse. 

Procurado pela reportagem, o presidente da Igreja Assembleia de Deus Ministério Jardim América, Juvenil Saturnino Fernandes, enviou uma nota de repúdio.  Segundo a nota, que trata do perfil anônimo criado nas redes sociais para denunciar o pastor e possível omissão da igreja, “os comentários divulgados em publicação nas redes sociais, além de absurdas, desrespeitosas, ferem a honra e a integridade moral do presidente e de todos os fiéis”.

A nota afirma que, “quando surgiram os supostos indícios de comportamento inadequado do pastor (diz-se suposto porque ainda não foram concluídas as provas das tais acusações) a diretoria reuniu-se e em ata devidamente registrada em Cartório”. Nesta reunião, conforme a reportagem havia apurado, o pastor foi afastado até que todas as acusações sejam esclarecidas pelos órgãos competentes. A reportagem não conseguiu contato com o pastor Elce Alves Damasceno.

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