Abono de 13º salário deve movimentar R$ 6,2 bilhões em Goiás

Quitar dívidas, poupar ou gastar com as festas e família fazem parte dos planos nos beneficiados

Postado em: 30-11-2021 às 09h21
Por: Redação
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Quitar dívidas, poupar ou gastar com as festas e família fazem parte dos planos nos beneficiados | Foto: Reprodução

Por Alzenar Abreu

Cerca de 2,4 milhões de goianos vão receber em média R$ 2.296.81 de 13º salário, num montante de R$ 6,2 bi. A primeira parcela será paga hoje. O valor é relativo às duas parcelas a receber. Entre os beneficiados estão os trabalhadores celetistas, formais e estatutários que correspondem a (69%). Enquanto pensionistas e aposentados pelo Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) são 28,5% emprego doméstico, com carteira assinada, 2,6%. O cálculo é do Departamento Intersticial de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e representa 2,5 % do PIB estadual.

O montante deve aquecer a economia goiana que espera um retorno representativo de investimentos para o embute dos gastos com compras natalinas, viagens, ceias e pagamentos à vista de produtos.

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De acordo com o economista Everaldo Leite, o momento é propício para dividir a cota do abono para em parte quitar dívidas e o restante para gastar no mercado. “Acredito que o país passa por um momento de crise muito grande. Inflação alta, alimentos muito caros, e um cenário pós-pandêmico agudo, onde as pessoas sofreram muitas privações. Divirjo de alguns colegas que aconselham as pessoas gastarem todo o 13º com pagamento de dívidas. Eu aconselho a usar a primeira parcela para isso. Porque a economia, em geral, precisa respirar com as compras e o trabalhador também merece usufruir de um alimento melhor no final de ano, se presentear, também”, diz.

Realista

Everaldo explica que as dívidas que devem ser atacadas nesse momento são as que possuem juros mais altos. Como os cartões de crédito ou limites de cheque especial.  “Mas as pessoas precisam saber negociar. Não adianta pagar uma parcela que vai comprometer muito o orçamento doméstico. O ideal é que esse valor caiba nas contas do mês”, diz.

Ele explica que é primordial tentar abater dívidas com cartões porque o Banco Central já sinalizou aumento dos juros básicos que vão ficar em torno de 11 a 12% ao ano. Esse aumento também vai incidir sobre os cartões de crédito que podem chegar a 300% ao ano.

Na visão do economista sempre que possível é bom pagar as dívidas e fugir de empresas que oferecem crédito a juros muito altos. “Só em caso muito extremos. Porque essas companhias, que não fazem parte do grupo de instituições bancárias de maior porte, cobram juros abusivos. E a pessoa pode se comprometer muito”, explica.

Presentes

O especialista diz que as compras devem ser feitas à vista. E vale pedir desconto.  “Porque se for parcelar os juros vão estar embutidos”, diz. Ele dá um exemplo. Caso queira comprar um celular por R$ 1 mil à vista e achar vantagem pagando 10 prestações de R$120, acaba por gastar R$ 200 a mais. E pode ter certeza que até à vista o valor pode ser bem negociado porque tem juros ali. Pelo menos com 5% de desconto”, ensina.

Amortização de dívidas

O gerente comercial José Alves diz que parte do 13º deve ser utilizado para amenizar a parcela habitacional. E que o restante, espera aproveitar com as compras de final de ano para a família e parte, poupar. “Quero diminuir um pouco o valor da minha prestação e vou aproveitar esse momento”, conta.

Para Everaldo, o consumidor que puder fazer como José terá boa vantagem.  “Em geral os juros habitacionais são os menores. Mas diminuir a parcela é uma boa solução”, completa. E guardar dinheiro num momento delicado da economia é uma decisão muito assertiva, devido às intempéries do mercado.

O economista lembra que janeiro e fevereiro são meses pesados para gastos com material escolar, ou dívidas de impostos. “É importante fazer cálculos nesse momento e garantir um fôlego para quem tem filhos em idade escolar”. 

Consequências da dívida

De acordo com análise da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) ignorar ou deixar a dívida rolar é a pior decisão que o consumidor pode tomar. As lojas ou instituições financeiras normalmente tentam negociar com os clientes antes, mas caso não consigam, podem colocar esses nomes em listas públicas de mau-pagadores.

O principal problema de quem entra nas listas de nomes sujos é a dificuldade em conseguir crédito. Ter crédito negado significa não conseguir empréstimos, financiamentos, crediários em lojas ou até mesmo um novo cartão de crédito. Alguns bancos ainda podem cortar o cheque especial e suspender talões de cheques.

Além disso, o próprio Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) tem estudos que mostram como as dívidas impactam também a saúde das pessoas – nervosismo, irritação, insônia e até mesmo falta de apetite são alguns dos sintomas mais reportados por quem está endividado.

Aposentados do INSS já receberam 13º salário

Em maio de 2021, foi publicada no Diário Oficial da União a medida que antecipava o pagamento do décimo terceiro salário para os aposentados e pensionistas do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS).

Com isso, cerca de 31 milhões de segurados já receberam o dinheiro. A primeira parcela foi paga entre os dias 25 de maio e 8 de junho de 2021, e a segunda parcela foi paga entre 24 de junho e 7 de julho. A data de liberação do benefício seguiu conforme a quantia que a pessoa recebe do INSS e o número final do benefício. Ou seja, os valores do décimo terceiro para aposentados e pensionistas do INSS já foram disponibilizados na conta.

Imposto de Renda

O valor do 13º salário do INSS vai de R$ 550 a R$ 6.433,57. A segunda parcela do 13º salário pode ter sido de um valor diferente da primeira devido ao desconto do Imposto de Renda (IR).

Essa tributação varia conforme a idade: para aposentados a partir de 65 anos, por exemplo, há isenção extra do Imposto de Renda e só é cobrado se o benefício superar R$ 3.807,96. Já o segurado com idade até 64 anos paga IR caso receba acima de R$ 1.903,98.

Têm direito ao 13º salário as pessoas que recebem aposentadoria, pensão por morte, auxílio-doença, auxílio-acidente ou auxílio-reclusão em 2021. Quem recebeu benefícios temporários (ou seja, aqueles em que há previsão de interrupção dos pagamentos ainda neste ano) também deve receber um valor proporcional do 13º.

Afastamento pelo INSS

Para quem está afastado do trabalho pelo INSS, também não há mudanças no 13º salário. A única diferença está no pagamento: caso o trabalhador fique mais de 15 dias afastado, o empregador fica responsável por pagar o décimo terceiro salário proporcional aos meses anteriores e posteriores ao afastamento mais quinze dias de licença.

O restante fica sob responsabilidade da Previdência Social, que paga o chamado “abono anual”: calculado do mesmo jeito que o 13º salário é proporcional ao período em que o funcionário ficou afastado. (INSS)

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