Segunda-feira, 01 de julho de 2024

SSPAP conclui remanejamento de detentos de Anápolis para Aparecida de Goiânia

Procedimento deslocou 237 reeducandos de um total de 558 presos que foram transferidos para o interior após rebelião destruir parte das celas

Postado em: 08-08-2017 às 16h15
Por: Lucas de Godoi
Imagem Ilustrando a Notícia: SSPAP conclui remanejamento de detentos de Anápolis para Aparecida de Goiânia
Procedimento deslocou 237 reeducandos de um total de 558 presos que foram transferidos para o interior após rebelião destruir parte das celas

Foi finalizada nesta terça-feira (8) a transferência de
presos da Cadeia de Anápolis para a Penitenciária Odenir Guimarães (POG), em
Aparecida de Goiânia. A Secretaria de Segurança Pública e Administração
Penitenciária (SSPAP) comandou a operação. Os 237 presos foram transferidos à
sua unidade de origem após uma reforma na mesma realizada por conta de uma
rebelião que deixou cinco mortos e 35 feridos, em fevereiro deste ano.

O deslocamento dos presos foi realizado em comboio e contou
com o apoio de 370 guardas das polícias Militar e Rodoviária Federal, além de agentes
prisionais e do Corpo de Bombeiros. Uma revista nas celas foi realizada antes
do procedimento, a qual apreendeu alguns celulares e porções de droga.

Continua após a publicidade

O tenente-coronel Newton Nery de Castilho, superintendente de
administração penitenciária, explica que com essa operação não há mais nenhum
preso da POG em Anápolis. Na ocasião do motim, 558 detentos tinham sido
transferidos. Castilho explica ainda que o número inicial de presos restantes
era de 243, entretanto seis deles não precisaram sem transferidos. “São
casos de presos que tiveram progressão de regime, liberdade concedida pela
Justiça ou que tiveram audiência em outra comarca e depois foram levados direto
para a POG”, disse.

Rebelião

O motim aconteceu no dia 23 de fevereiro, em que cinco presos
morreram. Dentre eles, Thiago César de Souza, conhecido como Thiago Topete,
líder de uma quadrilha de tráfico de drogas. Em 2015, o grupo liderado por Topete
foi apontado como responsável por várias mortes na capital, durante uma disputa
com rivais. Na época, ele já cumpria pena na POG.

De acordo com Castilho, uma rixa entre os reeducandos das
alas A e B provocou a rebelião. Segundo ele, a obra feita na POG teve como
intuito separar, até mesmo visualmente, presos dos dois espaços.

Atraso

A transferência dos detentos foi marcada por alguns
problemas. Em 24 de fevereiro, logo após o remanejamento para Cadeia de
Anápolis, a juíza Lara Gonzaga de Siqueira havia determinado que eles voltassem
para a POG em no máximo até 15 dias. Entretanto, o prazo se extinguiu no dia 15
de março e a decisão não foi cumprida. A SSPAP pediu mais tempo para o trâmite,
alegando que era “impossível” fazer os reparos necessários na cadeia
neste período.

O Estado, por meio da Procuradoria Geral do Estado (PGE),
ingressou com ação requisitando 60 dias para concluir o trabalho. As alegações,
entre outras, eram que a juíza não tem perícia para deliberar sobre a situação
e que o estado tem de zelar pela “integridade física e moral dos presos”. 

Veja Também