Casos de dengue reduzem em 47%, mas aumento de focos preocupa

Desde outubro, a Capital tem registrado crescimento no números de focos”, alerta o gerente de controle de vetores da SMS

Postado em: 10-12-2021 às 09h06
Por: Daniell Alves
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Desde outubro, a Capital tem registrado crescimento no números de focos”, alerta o gerente de controle de vetores da SMS | Foto: Reprodução

Goiânia registrou mais de sete mil casos de dengue até a semana 48 deste ano e apresentou uma taxa de incidência de 462 casos por 100 mil habitantes (hab) e uma proporção de casos graves de 1,0 casos/1000 hab. Os dados são da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS). Em comparação com o ano de 2020, houve redução de 47% de casos prováveis registrados no mesmo período analisado. 

No último ano, apenas duas semanas (27 e 28) apresentaram pequenos picos epidêmicos, ultrapassando o limite superior. Já neste ano, o boletim aponta para curva ascendente entre as semanas 40 e 48, em relação ao mesmo período de 2020, sem registro de epidemia até o momento. 

Focos

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Desde outubro, a Capital tem registrado crescimento no números de focos, alerta o gerente de controle de vetores da SMS, Izaías de Araújo. Ele explica que este cenário pode resultar em uma alta nas próximas semanas. “A percepção é que a população “relaxou” porque os criadouros têm sido encontrados nos lixos e em locais onde o cidadão poderia interferir por falta de limpeza. Os agentes têm identificado diversos focos e bastante mosquitos”, revela. 

Até quarta-feira (15), a Prefeitura de Goiânia realiza a abertura de imóveis desocupados e fechados na Capital. A ação tem o objetivo de eliminar possíveis focos do mosquito Aedes Aegypti e é amparada por liminar judicial, contando com o auxílio de um chaveiro. A entrada ocorre após os proprietários ou responsáveis pelos imóveis não terem sido encontrados.

Região Noroeste

Conforme o boletim da secretaria, a região Noroeste apresentou a maior taxa incidência de dengue, com 895,5 casos/100 mil hab, seguida das regiões Sudoeste (717,7 casos/100 mil hab.) e Oeste (676,1 casos/100 mil hab.). A Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) alerta os municípios goianos para o controle ambiental e químico de combate à proliferação do mosquito Aedes aegipty, transmissor da dengue, zika e chikungunya, doenças chamadas de arboviroses e endêmicas em Goiás e toda a Região Centro-Oeste. Com o início do período chuvoso, o mosquito se reproduz com maior facilidade e o número de casos tende a aumentar.

“É importante que os gestores municipais priorizem ações de controle sanitário, como a limpeza urbana, a fiscalização de pontos estratégicos, como borracharias e ferro-velhos, visitas dos agentes de saúde aos domicílios e aplicação de fumacê nos locais específicos. Essas rotinas têm que ser intensificadas diante do possível aumento de casos nesse período”, explica a superintendente de Vigilância em Saúde, Flúvia Amorim.

Preocupação

Goiás apresenta 60.333 casos notificados de dengue, uma queda de 26% em relação ao mesmo período do ano passado (semana 39), com 18 óbitos confirmados. Já os casos notificados de zika somam 80 até a mesma semana.

Outro motivo de atenção é a febre chikungunya. O Estado registrou 726 casos notificados da doença, um aumento de 168% em relação ao mesmo período do ano passado. São 306 registros confirmados em 24 municípios goianos, com a presença autóctone (transmissão local) do vírus. 

Por apresentar sintomas muito debilitantes e maior risco de sequelas, principalmente nas articulações, a doença é motivo de preocupação das autoridades sanitárias. “O engajamento de toda população no combate aos focos do mosquito é importante. Assim como a dengue, a chikungunya pode levar a quadros graves de internação e óbito”, reforça Flúvia.(Especial para O Hoje).

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