Goiânia tem a 3ª maior inflação do Brasil, diz IBGE

Combustíveis registram leve queda pelo preço do barril mas podem voltar a subir

Postado em: 11-12-2021 às 09h26
Por: Redação
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Combustíveis registram leve queda pelo preço do barril mas podem voltar a subir | Foto: Reprodução

Ítallo Antkiewicz

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulada em  12 meses mostra que Goiânia passou dos 11% em novembro. A inflação de novembro em Goiânia é a terceira maior do País, com 1,39%, perdendo para Salvador-BA (2º) e Campo Grande (MS), em 1º. Sete dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados (leia texto nessa página) tiveram alta em novembro. A alta foi pressionada pelos combustíveis, que subiram mais de 50% em 2021, pela energia elétrica, com alta de 35%, além de gás de cozinha, com reajuste anual de 40%.

A prévia da inflação teve alta de 1,17% em novembro no Brasil, a maior para o mês desde 2002, quando o índice foi de 2,08%. A maior variação foi a de Goiânia, com 1,86%, cujo resultado foi puxado pela energia elétrica, em 10,93% e pela gasolina, com um aumento de 5,87%. 

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Com o maior impacto individual no índice do mês (0,40 p.p), a gasolina teve alta de 6,62% e influenciou o resultado dos transportes, que registraram, de longe, a maior variação (2,89%) e o maior impacto (0,61 p.p.) entre os grupos pesquisados. No ano, o combustível acumula variação de 44,83% e, em 12 meses, de 48,00%.

Combustíveis

Apesar de registrarem na última semana uma leve queda, os combustíveis ainda continuam pesando nas contas de final do mês dos consumidores. Para o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Goiás (Sindiposto), Márcio Andrade, a expectativa era de que houvesse uma redução nos preços nos últimos dias, já que o preço do barril de petróleo havia apresentado uma redução. “Contudo, desde segunda-feira (06), o valor já vem apresentando recuperação e, com isso, os preços podem voltar a subir”, afirmou.

Questionado sobre o motivo de a gasolina comum em Goiás ser a segunda mais cara do Brasil, Márcio Andrade pontuou que a Petrobras vende o combustível com valores diferentes entre os Estados. “Em Goiás já começamos comprando o combustível com o preço mais caro do Brasil, então não tem como Goiás ficar entre os Estados mais baratos se ela compra o combustível mais caro”, afirmou.

O presidente do Sindiposto orienta que o consumidor pesquise, não somente o preço, mas que busque abastecer em postos que ofereçam qualidade e boas condições de pagamento. “Existe uma variação de preço muito grande na cidade, porque o mercado é livre e há postos que já reduziram os preços e outros não”, destacou.

Aumentos

Já alimentação e bebidas o aumento apresentado no acúmulo de 12 meses foi de 10,47 (Brasil) contra R$ (11,72) Goiânia; No aumento relacionado aos gastos com habitação (15,34) Brasil contra 15,86 Goiânia  e transporte (20,30) contra (25,45) Goiânia. 

No item alimentação e bebidas houve queda inexpressiva de (0,40%) que desacelerou em relação a outubro (1,38%), devido às altas menos intensas nos preços do tomate (14,02%), do frango em pedaços (3,07%) e do queijo (2,88%). A consumidora Francisca Pereira relata que está em um período muito difícil, passando por uma crise grande, em relação aos valores dos alimentos. “ Tudo muito caro, estou procurando, para ver se encontro algo mais barato, fazendo pesquisas”, afirma Francisca.

Na alimentação fora do domicílio (0,15%), destacam-se a aceleração da refeição (de 0,52% em outubro para 0,88% em novembro) e o recuo nos preços do lanche (-1,08%). os preços da batata-inglesa (14,13%) subiram mais do que em outubro (8,57%). A cebola teve variação positiva (7,00%), após a queda de 2,72% no mês anterior. Houve pequena desaceleração no aumento dos alimentos .

Mas para consumidora Francisca Pereira na prática, nada mudou: “Está tudo caríssimo. Eu estou tentando economizar o máximo possível, tentando escolher os alimentos mais baratos, porque com o salário que a gente ganha, cada dia fica mais difícil, e eu como operadora de caixa, estou vendo todo dia aumento de valores nos produtos, e todos os dias procuro lugares mais baratos para comprar”, afirma Lena Araújo.

Transportes

Outro destaque foi o transporte por aplicativo (16,23%), que já havia subido 11,60% em outubro. Por outro lado, houve redução nos preços das passagens aéreas (-6,34%), após altas consecutivas em setembro (28,76%) e em outubro (34,35%).

Além dos transportes, os outros oito grupos de produtos e serviços pesquisados também tiveram alta em novembro. Em habitação (1,06%), a maior contribuição foi do gás de botijão (4,34%), cujos preços subiram pelo 18° mês consecutivo, acumulando 51,05% de alta no período iniciado em junho de 2020.

A energia elétrica (0,93%) teve variação menor que a de outubro (3,91%) e contribuiu com 0,05 p.p. no índice do mês. Desde setembro, está em vigor a bandeira tarifária Escassez Hídrica, que acrescenta R$ 14,20 na conta de luz a cada 100 kWh consumidos. Além disso, houve reajustes nas tarifas de energia em Goiânia, Brasília e São Paulo.

No grupo saúde e cuidados pessoais, a alta de 0,80% foi influenciado pelos itens de higiene pessoal (1,65%) e produtos farmacêuticos (1,13%). Em outubro, a variação do primeiro havia sido negativa (-0,26%) e a do segundo próxima da estabilidade (0,02%). Juntos, os grupos transportes, habitação e saúde e cuidados pessoais contribuíram com 0,88 p.p. no IPCA-15 de novembro, o equivalente a cerca de 75% do índice do mês.

Vestuário (1,59%) teve a segunda maior variação do mês, com altas em todos os itens pesquisados, com destaque para roupas femininas (2,05%), masculinas (1,88%), e infantis (1,30%), além dos calçados e acessórios (1,28%). No ano, o grupo acumula variação de 8,64%, enquanto no acumulado do mesmo período de 2020, o resultado foi negativo (-1,31%). Os demais grupos do IPCA-15 ficaram entre o 0,01% de Educação e o 1,53% de Artigos de residência.

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