Quinta-feira, 28 de março de 2024

Dezembro Laranja: Estado pode registrar mais de 8 mil novos casos de câncer de pele este ano

No Brasil, o número de casos novos de câncer de pele não melanoma esperados, entre 2020 e 2022, será de 83.770 em homens e 93.170 em mulheres

Postado em: 13-12-2021 às 08h18
Por: Redação
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No Brasil, o número de casos novos de câncer de pele não melanoma esperados, entre 2020 e 2022, será de 83.770 em homens e 93.170 em mulheres | Foto: Reprodução

Por Ítallo Antkiewicz 

O cancerologista do Hospital de Câncer Araújo Jorge, Sormany Del Carmo, explica que os casos de câncer de pele são muito frequentes no Centro – Oeste pela forte exposição ao sol e pela exploração agrícola em Goiás, onde muitos  trabalhadores são expostos ao sol. “Com relação à incidência, como nós temos o ano todo aqui um período de bastante exposição de raios solares, não temos um inverno definido e estimamos para 2021,  8.070 novos casos, no Estado.

A Campanha Dezembro Laranja foi criada pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) com o objetivo de prevenir o câncer de pele, que é o tumor de maior incidência. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer da pele responde por 33% de todos os diagnósticos desta doença no Brasil. É registrado, a cada ano, cerca de 185 mil novos casos. A exposição solar excessiva, sem proteção, pode provocar alterações celulares, levando ao desenvolvimento de câncer de pele. 

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Aos 60 anos a professora Zulmira Batista Pereira, descobriu um câncer de pele no início de 2021 e relata que, “por andar muito no sol em fazenda, sem ao menos se importar em me cuidar em estar exposta ao sol, então ficou uma mancha vermelha no braço, nessa mancha, foi onde procurei investigar o que estava acontecendo, na investigação no dermatologista, descobri que se tratava de um melanoma, o câncer de pele, onde foi preciso fazer uma cirurgia bem profunda, onde ficou mais de um mês aberta, pois a pele não juntava, pois já estava bem enraizado, e aí foi retirado todo material, foi feito uma limpeza em volta, e graças a Deus não foi preciso fazer nenhum tratamento mais profundo como quimioterapia, hoje estou bem, já cicatrizou tudo, só foi mesmo uma retirada do Melanoma”. Explica Zulmira Batista.

Verão

Com o avanço da vacinação e redução das restrições a viagens, muitas pessoas devem estar ansiosas para aproveitar o verão. Mas o que a pandemia não apagou foram os riscos da exposição excessiva ao sol nesta época do ano. Por isso, o último mês do ano foi escolhido pela Sociedade Brasileira de Dermatologia para a campanha do Dezembro Laranja, que conscientiza as pessoas dos cuidados com a pele e a prevenção do câncer. Esse é o tipo de câncer mais frequente no Brasil, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA). A doença atinge ambos os sexos, mas é diagnosticada mais frequentemente após os 40 anos de idade e em pessoas de pele clara, com pintas e manchas, idosos, quem se expôs muito ao sol e quem tem histórico de câncer de pele na família estão mais propensos a desenvolver a doença. 

Casos

No Brasil, o número de casos novos de câncer de pele não melanoma esperados, para cada ano do triênio 2020-2022, será de 83.770 em homens e de 93.170 em mulheres. Em homens é mais incidente nas regiões Sul, Centro-Oeste e Sudeste, com risco estimado de 123,67 casos por 100 mil habitantes, 89,68/100 mil e 85,55/100 mil, respectivamente. Nas regiões Nordeste e Norte, ocupa a segunda posição, com risco estimado de 65,59/100 mil e 21,28/100 mil, respectivamente. No que diz respeito às mulheres, é mais incidente em todas as regiões brasileiras, com risco estimado de 125,13/100 mil (Centro-Oeste), 100,85/100 mil (Sudeste), 98,49/100 mil (Sul), 63,02/100 mil (Nordeste) e 39,29/100 mil (Norte). 

Tipos de câncer

São basicamente dois tipos de câncer: o não melanoma e o melanoma. O primeiro é a forma mais recorrente de tumor na pele, correspondendo a aproximadamente 90% dos casos. O câncer não melanoma pode ser classificado em:

Carcinoma basocelular – Mais frequente na população, correspondendo a cerca de 70% dos casos. Se manifesta por lesões elevadas, peroladas, brilhantes ou escurecidas que crescem lentamente e sangram com facilidade.   

Carcinoma espinocelular – É o segundo tipo de câncer de pele de maior incidência no ser humano. Ele equivale a mais ou menos 20% dos casos da doença. É caracterizado por lesões verrucosas ou feridas que não cicatrizam depois de seis semanas. Geralmente causam dor e possuem sangramentos.

Já o câncer do tipo melanoma, embora corresponda a 10% dos casos, é mais grave. Ele pode se espalhar pelos outros órgãos (metástase) com facilidade, levando à morte. Ele pode ser caracterizado como pintas ou manchas escuras que crescem e mudam de formato rapidamente. Porém, mesmo sendo o câncer mais letal, quando diagnosticado a tempo, as chances de cura são de até 90%.

Diagnóstico e Tratamento

O paciente que encontrou um sinal suspeito de câncer de pele deve ir ao posto de saúde mais próximo da sua casa. Em caso de urgência, deve procurar uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA).  Após o atendimento e avaliação preliminar por um clínico-geral, o paciente será encaminhado a um Ambulatório de Especialidades. 

O diagnóstico normalmente é feito pelo dermatologista ou cirurgião, por meio de exame clínico. Em algumas situações, é necessário o exame que permite visualizar algumas camadas da pele não vistas a olho nu. Alguns casos exigem um exame invasivo, que é a biópsia. 

A cirurgia é o tratamento mais indicado. A radioterapia e a quimioterapia também podem ser utilizadas, dependendo do estágio da doença. Quando há metástase (o câncer já se espalhou para outros órgãos), o melanoma é tratado com novos medicamentos, que apresentam altas taxas de sucesso.

O brasileiro precisa aprender a cuidar mais da pele

Em Goiás, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD-GO), por meio de seus canais de comunicação, deve aproveitar a data para orientar e conscientizar a população sobre os riscos e como prevenir a doença. Além disso, neste ano, vários monumentos, prédios públicos e privados de Goiás serão iluminados pela cor laranja, como um lembrete sobre a importância de se prevenir.

É preciso lembrar que existem vários tipos de câncer de pele, o mais comum o carcinoma, a principal alteração, que se observa, é uma lesão na pele que não cicatriza, e ficar em alerta em feridas que demoram mais de 30 a 60 dias para cicatrizar, pode ter coceiras, sangramento, ardor, e outra coisa, surgiu em paciente com pele sadia, não tinha nenhuma lesão, isso é um sinal de alerta, e em relação ao melanoma, são as pintas pretas que devem ser avaliadas, caso mudem de tamanho, cor, ou que contenham sangramentos e coceiras. 

O brasileiro precisa aprender a cuidar mais da pele e que é importante ressaltar, que a pele é o maior órgão do corpo humano, e nós precisamos conhecer, assim olhando mesmo, para ver se não tem nenhuma alteração, e o alerta disso, caso ocorra alguma mutação, surgindo algo de novo, é motivo de procurar um profissional, é sempre bom ter a ajuda de um especialista para nos orientar.

Procurar evitar a exposição excessiva à radiação solar, composta pelos raios UVB (responsável pela queimadura da pele) e UVA (ultravioleta), principalmente entre 10h e 16h, é uma das recomendações. A radiação UVA penetra profundamente na pele e é a principal responsável pelo câncer da pele. Sua intensidade varia pouco ao longo do dia, sendo intensa não somente em dias de sol, mas também com o céu nublado, por isso é fundamental utilizar protetor solar diariamente. 

Quem tem tatuagem deve redobrar os cuidados, pois as tintas escuras usadas nas imagens podem encobrir possíveis lesões precursoras do câncer de pele. O melanoma, por exemplo, possui uma alteração celular com muito pigmento, assim como as tatuagens, dificultando a análise da estrutura celular durante os exames patológicos.

Adotar medidas simples de proteção como o uso de filtro solar, boné, chapéu, além do cuidado com o excesso de exposição solar, não exclui a importância do acompanhamento anual e periódico com um dermatologista.  “A consulta com um dermatologista é essencial para o monitoramento de manchas, pintas e sinais que podem identificar o câncer de pele. Existem regiões do corpo em que a pessoa sozinha não consegue visualizar”, alerta Del Carmo, especialista do Hospital Araújo Jorge.

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