Quinta-feira, 28 de março de 2024

Antes de ser arrastado e morto, jovem enviou áudio denunciando ameaças de policias; ouça

Crime veio à tona depois que um vídeo que registra a ação policial passou a circular em redes sociais em Trindade | Foto: reprodução

Postado em: 13-12-2021 às 17h31
Por: Redação
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Crime veio à tona depois que um vídeo que registra a ação policial passou a circular em redes sociais em Trindade | Foto: reprodução

Por Yago Sales

Pouco antes de ter sido morto com quatro tiros na manhã de sexta-feira (10/12), Wilker Darcian Camargo, de 35 anos, enviou um áudio para a namorada dizendo que estava sendo ameaçado por policiais militares que queriam que ele arrumasse uma arma durante uma abordagem três dias antes da execução.

O crime veio à tona depois que um vídeo que registra a ação policial passou a circular em redes sociais em Trindade. De acordo com a Polícia Militar, o jovem tinha envolvimento com o trágico. Por outro lado, o pai da vítima, Moacir Divino Camargo, que é cabo aposentado da PM goiana, afirma que os policiais “plantaram a droga”.

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Segundo a namorada, o jovem foi abordado na terça-feira (7). Em um áudio obtido pelo jornal O Hoje, o jovem conta que os policiais encontraram droga em sua casa. “O celular, dizendo eles, é roubado e eles querem que eu dê um revólver para eles agora. Vou ter que vazar, véi”, disse ele, antes de dizer que assumiu aos policiais que usava a droga encontrada no local.

Por meio de nota, a Polícia Militar disse que afastou os policiais da rua. “Todas as providências cabíveis estão sendo tomadas e que o caso será apurado com o rigor devido”, disse.

Em entrevista ao jornal O Hoje, o pai do jovem, Moacir Divino, disse que o filho não devia nada para a Justiça. “Ele foi executado na maior covardia. Foram na casa dele, colocaram droga no carro dele, espancaram os cachorros”, afirmou. Para ele, que foi policial militar durante 15 anos, o trabalho dos policiais é “pegar o meliante, dominar, conduzir ao hospital”. Para ele, “apenas Deus pode tirar a vida”.

Abalado e com senso de justiça, o pai diz que o caso teve repercussão devido ao vídeo compartilhado nas redes sociais. “Eles pensaram que ninguém ia saber. Mataram na covardia. Para mim isso não é polícia, é bandido”, disse o pai que há oito meses havia dado um carro ao filho para que ele trabalhasse.

Ouça os áudios:

Veja o vídeo:

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