Defesa Civil monitora duas áreas em Goiânia com risco de desmoronamento

De acordo com órgão, área está sob monitoramento ostensivo e edificações de contenção para proteger área já estão em preparo

Postado em: 15-12-2021 às 08h33
Por: Redação
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De acordo com órgão, área está sob monitoramento ostensivo e edificações de contenção para proteger área já estão em preparo | Foto: Reprodução

Por Ítalo Antkiewicz

De acordo com o coordenador Municipal da Defesa Civil de Goiânia, Robledo Mendonça, duas áreas em Goiânia são as mais preocupantes para desabamento, mas que estão estáveis e sob monitoramento ostensivo. São elas: Jardim Dom Emanuelle, que fica no Bairro Novo Mundo II e as Ruas R-1 e Austrália, no Parque Tremendão. 

Ele explica que as casas foram construídas em áreas que pertencem à União e sobre antigo lixão de escombros da construção civil. “Em março advertimos 12 famílias que estavam vivendo no local de risco. Todas, saíram de lá. Apenas um morador ficou. Oferecemos abrigo para aquela família, mas eles não quiseram sair”, diz.

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Outro ponto delicado fica na área do Parque Tremendão Nas Ruas R-1 e Austrália que também estão sob o olhar da defesa civil. Robledo diz que as áreas estão em monitoramento sistemático por conta das chuvas e que nos próximos dias terá liberação para demolir as 10 casas que apresentam maior risco e edificar os muros de contenção. “Sem retirá-las não é possível fazer o trabalho. Mas estamos com tudo já preparado para fazer”, diz ele que graças “a atuação integrada com as diversas pastas da prefeitura como Secretaria de Planejamento Urbano (Seplan) e secretaria Municipal de Infraestrutura de Goiânia (Seinfra).

Após as demolições, a projeção é de que a área tenha a edificação de praças ou espaços de lazer. “Com as chuvas estamos em constante vigilância para manter a estabilidade do local. Em caso de emergência, ou percepção de qualquer deslize de terreno, mínimo possível, solicitamos entrar em contato com a máxima urgência pelo telefone: 153”, diz Robledo. Ele explica que as invasões são antigas e que o momento para intervenção é premente.

Chuvas

No período chuvoso, os cuidados são redobrados na Capital para evitar inundações, e, por consequência, desmoronamentos. A Defesa Civil monitora 18 áreas de risco em Goiânia com a chegada das chuvas. São regiões que contam com 796 residências que correm algum tipo de perigo como inundações, também. Mais de 1,3 mil pessoas moram nesses locais.

A Defesa Civil começou a monitorar 18 áreas de risco de alagamento de desmoronamento em Goiânia. Ao todo, 1.357 pessoas moram nesses bairros. Das 796 residências que correm algum tipo de perigo, 55 foram classificadas como de alto risco. No Jardim Novo Mundo 2, uma das áreas monitoradas, cerca de 350 famílias moram sem segurança durante o período chuvoso. As casas ficam perto de uma grande erosão e que segue aumentando. A região foi classificada como de alto risco, pois há o perigo de desmoronamento.

“Esse terreno foi aterrado indevidamente com materiais impróprios, com resíduos de construção civil, lixo doméstico, podas de árvores, entulhos que são inservíveis para a construção”, explicou Francisco Vieira, coordenador da Defesa Civil.

Moradores da área contam que a chuva desce forte e leva barro, entulhos e destrói casas. Eles contam que sentem medo de serem atingidos. “Principalmente à noite, que não tem como você correr, mas a gente espera que não aconteça nada de ruim”, disse o pedreiro Lorisvan Carvalho.

A invasão existe há cerca de três anos. Os moradores se juntaram para fazer um canal com a intenção de conter a enxurrada. Entretanto, os técnicos da Defesa Civil explicam que o improviso não resolve. A solução mais adequada é retirar todas as famílias da região.

A Vila São José é outro ponto que desperta a preocupação do órgão. O perigo se deve ao encontro do Córrego Cascavel com o Ribeirão Anicuns. “Se a gente tiver uma quantidade atípica de chuva para esse mês de novembro, acima da média, e chover em poucas horas o esperado para o mês inteiro, vamos correr o risco de novas inundações no bairro. E a parte mais baixa é a mais afetada”, contou o coordenador da Defesa Civil.

A defesa civil realizou bacia de contenção, e este ano não houve registro de nenhuma casa atingida por enxurrada no bairro.Em algumas casas da região, quando há uma chuva mais forte, a água chega a cobrir metade dos muros e atingir os relógios de energia.

O imóvel do senhor Francisco Ramos já foi inundado algumas vezes. “A primeira vez não foi tanto, igual dessa última vez, que tem um ano e pouco. É muito difícil, muito doído, porque é desesperador. A gente que está aqui é que sente na pele, esse problema persiste desde 2017 e nada é resolvido”, contou.

Segundo a Defesa Civil, a lista de áreas de risco tem 55 imóveis em situação mais crítica, 475 com perigo médio e 258 em baixo nível. Ao todo, 11 pessoas com algum tipo de deficiência moram nesses bairros e 42 crianças e adolescentes.

Em nota, a Secretaria Municipal de Planejamento e Habitação (Seplanh) explicou que faz o cadastro das famílias que moram nessas áreas em um programa de habitação da prefeitura e acompanha a situação dos moradores junto com a Secretaria Municipal de Assistência Social. Em casos de casas condenadas ou alagadas, é feito a retirada dos moradores e encaminhados para abrigos provisórios.

Prefeitura prevê 1º Plano Diretor de Drenagem Urbana 

Secretário de Infraestrutura Urbana, Fausto Sarmento, explica que para 2022 será lançado um Plano Diretor de Drenagem Urbana de Goiânia que tem por objetivo fazer uma definição e mapeamento total das condições de drenagem de todo o município.  “Para isso, vão ser tratadas as grandes bacias que compõem todo o município e também as microbacias vão ser aglutinadas  em áreas que vão permitir  que nós possamos fazer um tratamento  da drenagem por microbacia e por bacias maiores como a da Meia Ponte,  e um dos principais afluentes que é o João Leite. 

A ideia geral, de acordo com o secretário, é ordenar uma divisão de áreas no município que nos permite, fazer para cada uma, especificamente, um planejamento de ataque adequado quanto à vazão e tratamentos dos cálculos das águas das chuvas. Isso porque cada região irá compor cada uma dessas regiões pré-delimitadas da cidade. Além disso, terá  a definição de um sistema único cadastrado, onde todos os dispositivos e componentes de drenagem do município estarão elencados e interligados  a um  sistema único.O desenho de planejamento será sustentado sob a importância de evitar fortes enxurradas e alagamentos com o período das chuvas.

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