Quinta-feira, 28 de março de 2024

CAU/GO repudia demolição do edifício que abrigava antiga sede da Celg, em Goiânia

Prédio está sob proteção, devido ao processo de tombamento solicitado pela Secretaria de Cultura de Goiás em junho de 2019

Postado em: 18-12-2021 às 17h30
Por: Redação
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Prédio está sob proteção, devido ao processo de tombamento solicitado pela Secretaria de Cultura de Goiás em junho de 2019 | Foto: Lucas Jordano

O Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Goiás (CAU/GO) repudia a decisão dos proprietários de proceder com a demolição da edificação que foi sede da antiga empresa Centrais Elétricas de Goiás (Celg), localizada na Av. Anhanguera, 7171, no setor Oeste em Goiânia.

Em 12 de março de 2020 a Comissão de Política Urbana e Ambiental do CAU/GO (CPUA) encaminhou, à 15ª Promotoria de Justiça de Goiânia, pedido de providências quanto à depredação da edificação, considerando que o prédio está sob proteção, devido ao processo de tombamento solicitado pela Secretaria de Cultura de Goiás em junho de 2019.

A demolição do edifício representa um ataque frontal à história da nossa capital, uma vez que se trata de uma construção da década de 1950, projetada e executada por profissionais pioneiros na construção de nossa cidade, como o Eng. Oton Nascimento e o arquiteto e artista plástico Gustav Ritter. Com características modernistas, além do edifício ser um exemplar autêntico do modo de entender e fazer Arquitetura de uma época, sua localização é emblemática dentro de um circuito de outros espaços importantes na cidade como o Lago das Rosas, a antiga estação Rodoviária (hoje sede do Corpo de Bombeiros), o Teatro Incabado e o antigo edifício que abrigou a sede do Iplan, demolido no início dos anos 2000.

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Não é a primeira vez que o patrimônio cultural edificado em nossa capital é desconsiderado pelas autoridades e que o patrimônio público é vendido como se o Estado não necessitasse de espaço livre ou construído para fazer funcionar suas atividades, ou como se a privatização dos serviços essenciais fosse solução para o desenvolvimento da cidade. O desaparecimento desta e de outras edificações na paisagem comprometem o conhecimento e o futuro de gerações que podem nunca ter acesso a esse tipo de cultura que foi a Arquitetura Moderna em nossa cidade.

Manifestamos, mais uma vez, repúdio e preocupação com o caminho que o desmonte dos serviços estatais, somado à demolição em massa de nossas edificações históricas, tem tomado nos últimos anos e seguimos solicitando ao Ministério Público que nos acompanhe em nossas lutas.

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