Goianos não abrem mão de produtos especiais para Ceia de Natal

Mesmo com preços altos, amigos e família se unem para não deixar faltar na festa uma carne, uma sobremesa com frutas e a tradicional farofa.

Postado em: 24-12-2021 às 08h20
Por: Redação
Imagem Ilustrando a Notícia: Goianos não abrem mão de produtos especiais para Ceia de Natal
Mesmo com preços altos, amigos e família se unem para não deixar faltar na festa uma carne, uma sobremesa com frutas e a tradicional farofa. | Foto: Reprodução/Internet

Por Ítallo Antkiewicz

Pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (Ibre-FGV) mostra que a ceia de Natal de 2021 será mais cara. Mas a população, de todas as classes, não vai deixar de fora do carrinho pelo menos quatro itens de maior procura: carne vermelha (35,17%), o panetone de frutas cristalizadas (25,96%), Morangos  (25,35%), a azeitona verde com caroço (21,91%) e a farofa (13,45%). Veja pesquisa completa no texto.

Diante de tantos aumentos, a alternativa para quem não abre mão da tradição e aguardou o ano todo pela ceia de Natal para deliciar-se das iguarias preferidas, o jeito será controlar o apetite e diminuir as porções.Contar com a ajuda dos familiares na compra dos alimentos para a ceia também é uma excelente alternativa. 

Continua após a publicidade

O encarecimento está relacionado a fatores como a projeção da inflação e o aumento na procura por alimentos tradicionais. Alguns dos principais itens da ceia de Natal apresentaram a menor variação no acumulado dos últimos 12 meses, atingindo a média de 5,39% do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) entre dezembro de 2020 a novembro de 2021.

Se fizer uma comparação com o período anterior, nota-se que a inflação incidente sobre a ceia de Natal ficou em 13,51%. Por outro lado, houve um aumento em relação a 2019 com 3,81%, 2018 com 3,37% e 2017 com -2,30%. O fator que mais alavancou a inflação foi o encarecimento dos alimentos, cuja variação média foi de 7,93%. Embora tenha sido bem menor que no mesmo período do ano passado. 

Nos últimos 12 meses, o frango inteiro teve uma disparada de 24,28%. Bem como os ovos a 17,79%. A azeitona aumentou 15,13%, as carnes bovinas 14,72% e a farinha de trigo 13,70%. Em contrapartida, o arroz registrou uma queda de -8,27%, bem como o pernil suíno que teve uma redução de -1,27%. O leite longa vida, a cebola e as frutas foram os alimentos com o menor aumento, com 0,81%, 1,87% e 2,84%, respectivamente. 

De acordo com o economista do Ibre-FGV e responsável pelo levantamento, Matheus Peçanha, os reflexos dos problemas nos custos de produção que foram sofridos desde o ano passado, com secas, geadas, alta nos preços dos combustíveis e energia elétrica ainda se fazem sentir, sobretudo, nas proteínas.

“O câmbio alto, favorecendo a exportação das carnes, também contribuiu para manter os preços das proteínas em alta. No entanto, é bom ver que o retorno gradual das chuvas já tem normalizado a dinâmica de diversos preços de alimentos como arroz, frutas, hortaliças e legumes”, analisou o economista.

Uma pesquisa realizada pelo Procon Goiânia aponta variação de até 150% nos preços dos produtos da Ceia de Natal em estabelecimentos da capital. O levantamento foi feito em 12 supermercados da cidade. Ao todo, foram comparados valores de 25 produtos. Com pesquisa, a economia do consumidor pode ser de R$ 111,10.

De acordo com o levantamento, as maiores variações foram encontradas no panetone. Em um supermercado, o item da mesma marca e tamanho custava R$ 5,99 e R$ 14,99 em outro comércio, uma diferença de 150,25%. A nectarina nacional também está na lista, com variação de 133,53%, sendo o kg encontrado por R$ 5,99 em um local e por R$ 13,99 em outro.

Segundo a pesquisa, entre as menores variações estão o tender Perdigão (0,02%), que pode ser adquirido por preço entre R$ 59,98 e R$ 59,99, seguida do chester Rezende (0,05%), encontrado por R$ 18,98 o kg em um local e por R$ 18,99 em outro. A inflação é a base de cálculo para a fixação de preços cobrados por serviços e produtos. Sua incidência tem sido massiva, em proteínas como o pernil, o lombo ou chester, os tornando os vilões da ceia de Natal. 

A avelã sem casca (180g) também está na lista de menores diferenças. Durante a pesquisa, o fruto foi encontrado por R$ R$ 34,99 em um supermercado e por R$ 37,99 em outro, uma variação de 8,57.

A dona de casa Daniela Borges, relata “Os consumidores estão buscando estratégias para as compras de fim de ano, esse ano está desfavorável para quem gosta de adquirir produtos importados. Os produtos nacionais que costumam compor a mesa nas festividades natalinas também tiveram aumento de preços. A alta no combustível contribuiu para o aumento desses produtos, onde também alguns tiveram quebras na safra, tiveram algumas alterações, o que fez aumentar o preço”.

Ainda de acordo com a dona de casa “Agora com a melhora da pandemia as pessoas vão se reunir mais. Então, eu acredito que as pessoas vão fazer uma mesa linda e maravilhosa com todas essas delícias que são disponibilizadas para a ceia de natal e ano novo. Eu, por exemplo, comprei umas frutas para fazer uma salada de fruta, um chester para assar, panetones, e assim vou complementando minha ceia de natal, do jeito que der, vou fazendo da melhor maneira possível, para mim e minha família”

Preços de produtos da Ceia de Natal variam até 150% em Goiânia: com pesquisa, economia pode de ser de R$ 111

Os consumidores que estão começando a organizar as compras para preparar a ceia de natal, devem pesquisar muito para não pagar caro. Pesquisadores do Procon Goiás encontraram produtos da ceia de natal com variação de até R$ 87 no preço, entre um estabelecimento e outro em Goiânia. De acordo com o Procon Goiânia, as cinco maiores variações de preços estão entre 90,52% e 150,25%, encontradas no panetone, bacalhau, nectarina nacional, pêssego nacional e castanha do Pará sem casca.

Caso leve a pesquisa em consideração e adquira cinco itens pelo menor valor encontrado pelo órgão, o consumidor pagará R$ 87,76 pelos mencionados itens. No entanto, se comprar os produtos pelo maior preço, o cliente terá de pagar R$ 198,86. Assim, segundo o Procon, poderá economizar R$ 111,10 apenas nestes cinco produtos, gerando economia considerável ao final de toda a lista.

O levantamento do Procon tem como objetivo “auxiliar os consumidores goianos que vão às compras e querem poupar o bolso”. Os pesquisadores estiveram em nove estabelecimentos comerciais de Goiânia entre os dias 7 e 13 de dezembro, quando coletaram os preços de 103 itens tradicionais da ceia de natal, como espumantes, frutas, panetone, pernil e outros. O Procon Goiás identificou variações exorbitantes em alguns produtos, como é o caso da nectarina nacional, fruta típica dessa época do ano. Enquanto alguns estabelecimentos vendiam o quilo do produto a R$ 4,09, outros cobravam R$ 19,90 variação de 386%. O preço do morango foi outro que teve grande variação: em alguns lugares o quilo dessa fruta era vendido a R$ 2,95. Em outros, a R$ 9,99, o que representa variação de 238%.

Veja lista dos produtos que a população está comprando mais:

-Filé mignon kg 35,17%;

-Panetone de frutas cristalizadas, 500g: 25,96%;

-Morango caixa (feira): 25,35%;

-Azeitona verde com caroço, 500g: 21,91%;

-Farofa kg: 13,45%;

-Bombom, caixa de 251g: 12,83%;

-Bacalhau kg: 12,34%;

-Picanha kg: 10,87%;

-Queijo ralado, 100g: 9,04%;

-Palmito inteiro tipo Pupunha, 300g: 7,58%;

-Peru kg: 7,27%;

-Chester kg: 7,27%;

-Bolo pronto kg: 5,63%;

-Uva kg (feira): 4,90%;

-Azeite de oliva extra virgem, vidro de 500 ml: 4,79%;

-Champanhe, 660 ml: 4,75%;

-Atum sólido, 170g: 4,59%;

-Pêssego kg (feira): 3,83%;

-Sorvete kg: 3,24%;

-Suco néctar de pêssego, 1 litro: 2,98%;

-Molho de tomate, 340g, tradicional: 2,56%;

-Macarrão espaguete, caixa de 500g: 1,97%;

-Pernil com osso kg: -9,76%;

-Suco néctar de laranja, 1 litro: -4,58%;

Vinho tinto, 750 ml: -4,29%.

Veja Também