Aumento de casos de dengue, gripe e Covid-19 deixa Cais abarrotados em Goiânia

Nos Cais de Campinas e do Bairro Goiá a situação é ainda mais crítica. Além da superlotação, Sindicato denuncia falta de profissionais

Postado em: 05-01-2022 às 07h56
Por: Maiara Dal Bosco
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Nos Cais de Campinas e do Bairro Goiá a situação é ainda mais crítica. Além da superlotação, Sindicato denuncia falta de profissionais | Foto: Reprodução

Os moradores de Goiânia e da Região Metropolitana seguem encontrando problemas ao procurar atendimento nos Centros de Assistência Integral à Saúde – os Cais. No último mês, a reportagem de O Hoje já havia mostrado que muitas unidades de Saúde contavam com problemas estruturais e de falta de materiais básicos. Agora, a população enfrenta outro grande problema, com o aumento dos casos de dengue, gripe e Covid-19: a superlotação.

À reportagem, o Sindicato dos Trabalhadores do Sistema Único de Saúde no Estado de Goiás (Sindsaúde-GO), destacou que a situação é complicada em todos os Cais da Capital, mas há alguns em que a situação é crítica. “Na verdade, temos recebido denúncias de todos os Cais, mas especificamente nos Cais de Campinas e do Bairro Goiá a situação é ainda mais crítica. Em Campinas, a superlotação está maior porque a prefeitura não tem disponível outros Cais para atendimento de crianças. Já no Bairro Goiá, além da superlotação, há a falta de profissionais, principalmente por causa da função da ruptura dos contratos”, afirma Néia Vieira, vice-presidente do Sindsaúde-GO.

Segundo a vice-presidente, o colapso que tem sido visto nos últimos dias pode ser atribuído à falta de competência do secretário de Saúde e da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia. “Primeiramente para garantir que o concurso público aconteça. Já é sabido a quantidade de profissionais que faltam, e se, antes, por conta do momento crítico da pandemia não foi possível dar andamento no processo, agora isso já poderia ter sido feito”, afirmou Néia.

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Para o Sindsaúde, muitos profissionais tiveram os contratos suspensos por conta do final do ano. O Sindicato destaca que informou à SMS e questionou se haveria uma solução, inclusive na prestação de contas do último quadrimestre. “Agora, continuamos tendo essas denúncias dos trabalhadores, que estão sobrecarregados”, afirmou a vice-presidente. Ela adiantou ainda que hoje (05) será realizada uma visita com a Comissão de Saúde da Câmara Municipal de Goiânia no Cais de Campinas, para averiguar o tempo de espera no atendimento às crianças que, em casos que não são de urgência, chega a durar quase um dia todo.

Falta de profissionais

“É importante que a Secretaria se posicione com relação à realização do concurso e a contratação de novos profissionais. A SMS já deveria tê-lo realizado. A dúvida que fica é se ele de fato será feito ou se a situação está se agravando para justificar a terceirização de alguns serviços, como a do Almoxarifado Central da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), que foi feita sob o pretexto de que iria agilizar o atendimento, mas, diante da continuidade do problema, o que se vê é que é que o real problema é a forma como a Prefeitura se organiza”, aponta Néia.

Diante da falta de perspectiva de melhora, a orientação do Sindsaúde para quem precisar de atendimento médico pelos próximos dias é observar se a situação é grave, e se há febre, por exemplo. Caso não haja, a recomendação é que a população procure as unidades de atenção básica – Unidades Básicas de Saúde (UBS) e Programa Saúde da Família (PSF), ou mesmo ambulatórios, uma vez que os Cais estão com superlotação.

Transtorno

Questionada acerca da situação de superlotação dos Cais, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Goiânia, afirmou, em nota, que reconhece o transtorno enfrentado pela população que tem buscado atendimento de urgência na Capital. “É um momento desafiador para as equipes da saúde também. A pasta informa que este é um período de transição, com necessidade de reorganização de equipes nas unidades de Saúde, inclusive com a prorrogação dos contratos que seriam encerrados no mês de dezembro”, diz o comunicado.

Ainda de acordo com a pasta, as escalas médicas estão completas e ressalta que não tem medido esforços para solucionar todos os problemas existentes, uma vez que é um momento complexo relacionado às doenças infectocontagiosas. “Salienta, ainda, a expectativa é de que nos próximos dias tudo volte à normalidade. Enquanto isso, a Secretaria solicita que a população busque também atendimento nas Unidades Básicas de Saúde e que somente os casos mais graves procurem as unidades de urgência”, finaliza.

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