Preços dos carros usados devem se manter nas alturas em 2022 devido aumento de custos

Os altos preços dos carros são um dos principais empecilhos que as pessoas estão encontrando na hora da compra

Postado em: 05-01-2022 às 08h09
Por: Redação
Imagem Ilustrando a Notícia: Preços dos carros usados devem se manter nas alturas em 2022 devido aumento de custos
Os altos preços dos carros são um dos principais empecilhos que as pessoas estão encontrando na hora da compra | Foto: Reprodução

Por Ítallo Antkiewicz

Desde o início da pandemia do coronavírus os preços de veículos não param de subir. Os reajustes sucessivos chegaram a tal ponto que hoje um carro tipo SUV compacto zero quilômetro pode chegar a custar mais de R$ 100 mil. Enquanto a Covid-19 não for controlada, por meio da vacinação em massa, a expectativa é de que seus efeitos negativos na economia persistam, mantendo a tendência de alta nos preços dos automóveis.

A situação não tem sido diferente quando se trata de veículos usados e seminovos dependendo do modelo, os valores praticados por concessionárias e lojas multimarcas chegam a ser maiores do que os cobrados pelo mesmo carro, porém novo. Isso se o veículo zero pretendido estiver disponível, já que muitos modelos tiveram ou ainda têm a produção paralisada por causa da falta de componentes em especial, semicondutores, ou outras matérias primas.

Continua após a publicidade

A disparada nos preços dos automóveis ainda continuará, nada indica que os valores atualmente cobrados serão reduzidos, já descontada a inflação, quando uma das principais causas sobre o preço acabar: a escassez matéria prima, que tem paralisado a produção de carros nas fábricas e reduzido os estoques de exemplares novos nas concessionárias.

“Os preços continuarão mais altos em 2022. É verdade que existe demanda maior do que a disponibilidade de carros novos atualmente, mas isso é consequência da queda brutal na produção e nas vendas. Em 2019, o estoque no pátio das fábricas e nas concessionárias ficava entre 200 e 250 mil unidades e hoje não passa de 85 mil exemplares”, alerta o economista Eber Vaz.

“Quando a loja tem o veículo solicitado, vende sem desconto, pelo preço de tabela ou até acima dele. Quando a produção for normalizada, as montadoras voltarão a conceder incentivos para a aquisição, como abatimento no preço cheio e crédito facilitado. Contudo, em 2022 os valores de tabela não voltarão aos patamares anteriores, pois muitos modelos passaram por diversos crescimentos, e a tendência é seguir em alta” afirma o especialista.

Segundo Eber Vaz, se não fosse a questão dos semicondutores, a busca por carros zero seria muito menor do que a capacidade de produção da indústria automotiva no Brasil, cuja ociosidade hoje é de aproximadamente 50%, devido ao baixo estoque.

O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Carlos Moraes, afirma que as montadoras não têm uma previsão de quando haverá alívio no preço dos carros para o consumidor. O valor dos veículos vem subindo desde o início da pandemia. Para 2022, já existem carros compactos com preço na faixa de R$ 100 mil. Até mesmo modelos mais básicos tiveram alta e não saem por menos de R$ 40 mil nas concessionárias.

De acordo com Moraes, a alta nos preços está relacionada a três ondas de aumento de custos. A primeira delas foi a desvalorização do real, que tornou os componentes importados mais caros para toda a cadeia de fabricação. Além disso, por causa da pandemia.

Segundo Matías Fernández Barrio, CEO da Karvi, plataforma on-line de compra e venda de carros no Brasil e na Argentina, os estoques de seminovos e usados em concessionárias e lojas independentes também estão baixos e isso é outro fator a pressionar para cima os respectivos preços.

Veículos usados

Também tem havido menor oferta de automóveis de segunda mão. De acordo com Barrio, o giro dos veículos de segunda mão, que é o tempo entre a compra e a sua respectiva revenda, era superior a dois meses há cerca de um ano. Hoje, caiu para aproximadamente 30 dias. “É um sinal de que há demanda. Quem tem estoque, vende. Contudo, o problema é que está muito difícil repor o veículo comercializado para efetuar novo negócio, pois faltam carros”.

É o motivo, afirma o executivo, de concessionárias e lojistas independentes elevarem os preços para compensar a expressiva queda no volume de veículos comercializados e, com isso, bancar os custos de operação e manter o negócio sustentável. “A margem bruta na revenda hoje continua em torno de 10%, porém um mesmo veículo que há um ano era vendido por cerca de R$ 45 mil hoje sai por mais de R$ 60 mil ao consumidor”, pontua.

Além da escassez de semicondutores, que também encareceram, outros insumos e serviços essenciais para a produção de automóveis ficaram mais caros ao longo dos últimos dois anos e elevaram o preço dos automóveis ao consumidor.

Valor do aço

Em um ano (2020 – 2021), o valor do aço no Brasil teve elevação de 61%; resinas e elastômeros saltaram 68% de dezembro de 2019 a dezembro de 2020; o frete aéreo, por sua vez, teve alta de 105% entre janeiro do ano passado e o primeiro mês deste ano; e o frete marítimo apresentou acréscimo de 339% no mesmo período. Isso sem contar o valor da eletricidade, que está subindo e afeta a geração de energia hidrelétrica e faz com que se recorra a usinas térmicas, mais caras.

O personal trainer Phellipe Santos relata que em 2019, antes da pandemia, procurava por um carro para comprar na faixa de R$ 27 a R$ 30 mil. “Hoje fui adquirir o mesmo veículo, estava na faixa de preço de R$ 35 a R$ 39 mil, até o preço dos carros usados subiram. O meu Honda Civic LXS 2007 automático, a compra foi particular, preço de garagem costuma ser mais alto, se você pesquisar por aí, consegue achar uns preços mais em conta”. (Especial para O Hoje)

IPVA não terá aumento de alíquota para 2022

O Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Economia, publicou o calendário de pagamento do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) e do licenciamento de veículos automotores adquiridos ou desembaraçados, em Goiás. A Secretaria da Economia informa que as alíquotas do IPVA não terão aumento em 2022. A última vez que foram alteradas foi em 2015, há mais de seis anos.

O IPVA pode ser pago em três parcelas ou parcela única na data limite para o pagamento, começando pela placa de final 1, em janeiro, no caso de parcelamento, e terminando com o final 0, em outubro, com parcelamento. Para o proprietário que preferir pagar em parcela única o prazo para a placa com final 1 será 30 de março e para a placa de final 0 será 30 de novembro. 

O valor do IPVA, referente ao veículo usado, foi calculado com base no valor de mercado local, apurado em pesquisa da FIPE (Fundação de Pesquisa Econômica). A tabela serve de referência para a cobrança do imposto e está na Instrução Normativa da Secretaria da Economia que fixa o calendário. O veículo novo vendido no Estado não paga IPVA no ano de sua aquisição.

As alíquotas são

– 1,25% para ônibus, micro-ônibus, caminhão, veículos aéreos e aquáticos utilizados no transporte coletivo de passageiros e de carga.

– 3% para motocicleta, ciclomotor, triciclo, motoneta e automóvel de passeio com potência até 100 cv (cavalos).

– 3,45% para os veículos utilitários.

– 3,75% para veículo terrestre de passeio, veículo aéreo e aquático e demais veículos não especificados.

Veja Também