Governo pede liberação de recursos para cidades em situação de emergência no Nordeste Goiano

Diante dos enormes estragos causados pelas chuvas em Goiás, principalmente no Nordeste Goiano, o governador Ronaldo Caiado pediu empenho aos deputados federais goianos para que consigam recursos para os 14 municípios em situação de calamidade. Foi liberado pelo Governo Federal o valor de R$ 700 milhões para auxiliar as cidades. Contudo, não há definição dos locais que irão receber o benefício.

De acordo com o governador, os deputados e senadores devem atuar fortemente para sensibilizar o Ministério do Desenvolvimento Regional em benefício dos municípios goianos que estão em situação de calamidade. “Desde o dia 30 [de dezembro] temos acompanhado de perto as dificuldades das famílias que estão ilhadas e temos feito com que alimentos, água e medicamentos cheguem a todas as regiões do Norte e Nordeste goiano. Contamos com a solidariedade e apoio de todos”, diz ele.

Caiado ressaltou que Goiás tem direito aos recursos da Medida Provisória que destina R$ 700 milhões às regiões afetadas. “Não é justo que nosso Estado seja deixado de lado uma vez que também foi duramente penalizado pelas cheias”, avalia.

A medida visa o enfrentamento das consequências das fortes chuvas que acometeram diversas regiões do Brasil, principalmente os Estados da Bahia e de Minas Gerais, que deixaram milhares de pessoas desabrigadas ou desalojadas, em decorrência de alagamentos, deslizamentos de terra e danos à infraestrutura local, com interdição de estradas, quedas de pontes e viadutos e interrupção de fornecimento de energia elétrica e água potável.

Foi realizada na última terça-feira (4) uma videoconferência com membros da bancada goiana para falar sobre o assunto. A reunião foi realizada durante o 10º dia de trabalhos de recuperação de vias e atendimento à população de municípios da região Nordeste do Estado. “Existem atoleiros no meio da rua, algumas casas caíram, comunidades estão isoladas, várias pontes que, até agora, deixam pessoas isoladas, estradas estão interrompidas, enfim, um quadro que é extremamente pesado para o Estado”, acrescentou o governador.

Ele informa que algumas rodovias e pontes terão que ser reconstruídas, e que não existem, no momento, desvios para solucionar problemas considerados imediatos. “É um esforço sobre-humano para podermos achar alguma alternativa. É impressionante. Aflora água por todo lado. Acabou o asfalto de todo mundo e não se transita mais por aqui. O pouco que tinha foi jogado de cabeça para baixo”.

Calamidade

Até o momento estão em situação de calamidade as cidades de Flores de Goiás, Colinas do Sul, Cavalcante, Monte Alegre de Goiás, Campos Belos, Divinópolis de Goiás, São Domingos, laciara, Formoso, Niquelândia, São João D’Aliança, Guarani de Goiás, Teresina de Goiás e Alto Paraíso de Goiás.

Diversas famílias tiveram as casas invadidas pela água e acabaram perdendo tudo, como móveis, roupas e alimentos. A Central Única das Favelas de Goiás (CUFA) criou a campanha Socorra o Nordeste Goiano para ajudar as famílias. Pode ser doada qualquer quantia via pix. A chave é o e-mail: [email protected]

Por conta da dificuldade de acesso, boa parte das doações está sendo levada de barco até as comunidades. O Corpo de Bombeiros concentra esforços na região. O trabalho inclui ações de Defesa Civil, levantamento de situação nos locais, orientação aos prefeitos da região e socorro a pessoas vulneráveis, além do apoio à distribuição de donativos na região.

Plano de contingência

A Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes (Goinfra) investirá R$ 80 milhões em ações do plano de contingência em atendimento à situação emergencial decorrente das condições climáticas no Nordeste goiano e em intervenções para garantir trafegabilidade e segurança aos motoristas e moradores da região.

“Trata-se de um plano de guerra, face à emergência que vivenciamos. A tática foi formulada com a união de todo o corpo técnico da Goinfra”, ressaltou o titular da pasta, Pedro Sales. Ele explica que, durante o prazo de execução das obras e até o final do período chuvoso, uma equipe de plantonistas vai coordenar os trabalhos, sempre em comunicação direta com os fiscais de campo, para diminuir o desconforto dos usuários das rodovias goianas.