Concessão de trecho da Norte-Sul é discutida pela Fieg

Desde 2014, somente dois transportes de carga foram realizados a partir de Anápolis na Ferrovia Norte-Sul

Postado em: 31-08-2017 às 10h00
Por: Victor Pimenta
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Desde 2014, somente dois transportes de carga foram realizados a partir de Anápolis na Ferrovia Norte-Sul

A Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg)
realizará nesta quinta-feira (31) uma reunião para tratar da questão da
Ferrovia Norte-Sul e do contrato entre a União e a Galvão Engenharia para a
gestão e realização de obras da BR-153, entre Anápolis e Aliança do Tocantins
(TO), que foram anuladas.  

A senadora Lúcia Vânia, que tem participado das discussões
sobre esses assuntos, marcará presença no encontro. Ela atuou com a Fieg em
julho na audiência pública promovida pela Agência Nacional de Transportes
Terrestres (ANTT), que discutiu a subconcessão da Ferrovia Norte-Sul, no trecho
compreendido entre Porto Nacional (TO) e Estrela D Oeste (SP).

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A Federação se reuniu com Alexandre Barreto de Souza, diretor
da ANTT, para discutir o modelo de concessão horizontal para a ferrovia, a
produção estimada no edital e o valor do pedágio entre trechos diferentes para
diversos produtos. Lúcia Vânia também acompanhou a reunião no mês passado, em
Brasília.

Para o presidente do Conselho Temático de Infraestrutura da
Fieg, Célio Eustáquio de Moura, a concessão para a iniciativa privada do trecho
deve gerar benefícios para o setor produtivo goiano. “Temos muito interesse na
operacionalização da Ferrovia Norte-Sul para que o setor produtivo goiano possa
fazer uso desse modal que torna mais eficiente e barato o transporte de
produtos. Assim, Goiás vai concorrer de forma mais favorável com os Estados que
possuem ferrovia e hidrovia como meios para o transporte de produtos.”

A reunião ocorre em momento oportuno, pois desde a
inauguração, em 2014, somente dois transportes de carga foram realizados a
partir de Anápolis na Ferrovia Norte-Sul. Além desses eventos, considerados
testes, havia expectativa de que, finalmente, o trecho goiano seria utilizado
este ano. Porém, a Brado, empresa especializada em logística de contêineres,
que seria responsável por transporte de mercadorias até o Norte do País,
frustrou a operação que faria e está transferindo 20 plataformas que foram
enviadas a Goiás para as regiões de atuação da Rumo, concessionária que tem
participação na empresa. Assim, as unidades podem ir para São Paulo, Mato
Grosso do Sul e para o Sul do País.

Cada plataforma tem capacidade para dois contêineres e cada
viagem da composição representaria 40 caminhões. A Brado Logística, subsidiária
da ALL para o transporte de contêineres não chegou a um acordo sobre o preço de
passagem com a empresa VLI.

Relembre

A FNS é concedida à empresa pública Valec Engenharia,
Construções e Ferrovias. Para essa subconcessão, o trecho ferroviário de 1.537
quilômetros de extensão divide-se em dois subtrechos: Tramo Central,
compreendido entre Porto Nacional (TO) e Anápolis (GO), que possui 100% da
infraestrutura construída, e a Extensão Sul, compreendida entre Ouro Verde de
Goiás (GO) e Estrela D’Oeste (SP), com mais de 90% de construção concluída.

Segundo os estudos realizados pela agência reguladora, o
investimento estimado é de cerca de R$ 2,8 bilhões. Por tratar-se de trecho
ferroviário em fase final de implantação, a maior parte dos investimentos a
serem realizados pela subconcessionária está associada à aquisição de material
rodante, correspondendo a cerca de 85,2% do que está previsto.

Partindo do município de Porto Nacional, a ferrovia
atravessará o Tocantins e passará por todo o Estado de Goiás, até chegar a
Estrela D´Oeste, em São Paulo. Em Porto Nacional, esse trecho ferroviário
conecta-se ao Tramo Norte da FNS, possibilitando o acesso ao Porto do Itaqui,
no Maranhão, em bitola larga; e em Estrela D’Oeste estará interligada à Malha
Paulista, concedida atualmente à América Latina Logística Malha Paulista
(ALLMP), permitindo a conexão da FNS ao Porto de Santos e ao polo econômico e
industrial de São Paulo, também em bitola larga.

Foto: Reprodução 

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