Hospitais privados do Estado registram aumento de até 50% nos atendimentos médicos

Aumento simultâneo nos casos de dengue, influenza e Covid-19 impulsionou a procura por serviços de saúde

Postado em: 07-01-2022 às 08h36
Por: Maiara Dal Bosco
Imagem Ilustrando a Notícia: Hospitais privados do Estado registram aumento de até 50% nos atendimentos médicos
Aumento simultâneo nos casos de dengue, influenza e Covid-19 impulsionou a procura por serviços de saúde | Foto: Mateus Pereira/Governo da Bahia

Além da rede pública, a rede privada de saúde em Goiás também tem sentido os efeitos do aumento pela procura de atendimento médico. Com o crescimento significativo dos casos de dengue, gripe e Covid-19, hospitais privados da Capital e do interior estão vivendo um momento atípico desde o final do ano passado com prontos atendimentos lotados. Em alguns hospitais a busca por atendimentos cresceu 50%.

De acordo com a Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg), nem mesmo em 2020, primeiro ano da pandemia de Covid-19, foi registrada uma demanda tão grande entre meados de novembro e dezembro, como a verificada agora. Segundo a Ahpaceg, na última semana de dezembro de 2021, em apenas um dia, um de seus hospitais associados, localizado na região Sudoeste de Goiânia, chegou a atender cerca de 350 pacientes no pronto atendimento, quase 100 a mais do que o maior número de atendimentos diários já registrados na unidade.

Em outro hospital associado, localizado no Setor Oeste, o aumento começou em outubro com a transição de atendimentos para casos clínicos não Covid-19. Naquele mês, foi registrado um aumento de 6% na demanda. Em novembro, esse percentual subiu para 10% e, em dezembro, já superou 20% de aumento e segue crescendo. Situado no Setor Bueno, um outro associado registrou um crescimento de cerca de 50% na demanda de dezembro em relação a novembro no pronto atendimento.

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Interior

A situação repete-se em outras regiões de Goiânia e no interior, como em Rio Verde. Segundo a Ahpaceg, o reflexo deste aumento na demanda tem sido pontos de atendimentos cheios e o aumento no tempo de espera, pois mesmo com mais médicos na equipe, os hospitais não têm conseguido manter o tempo habitual de assistência.

A maior procura é por parte de pessoas com sintomas de gripe e dengue, com casos de Covid-19 sendo descartados por exames laboratoriais. Os pacientes chegam com queixas de febre, tosse, dor de garganta, cefaleia e dores no corpo. Mesmo diante desta situação de aumento na demanda, a Associação orienta que pacientes com esses sintomas é que continuem procurando atendimento médico-hospitalar.

Cuidados

Para entender melhor os riscos da infecção simultânea de Covid-19 e Influenza, a reportagem conversou com a médica e professora de Pneumologia do Centro Universitário São Camilo, Luiza Helena Falcão. Ela explica que até pouco tempo, a coinfecção influenza e Covid-19 era bastante rara, motivo pelo qual ainda há poucas evidências robustas sobre a evolução clínica destes pacientes. Segundo a especialista, em estudos experimentais já foi demonstrado que o vírus influenza é capaz de aumentar a infectividade do SARS-CoV-2 (vírus da COVID-19) e os dois juntos podem causar mais dano pulmonar do que separados. “No entanto, isso não significa que todas as pessoas com infecção por ambos os vírus irão desenvolver quadros graves com pneumonia. É importante ficar atento a indivíduos que sabidamente fazem parte do chamado grupo de risco para doença grave por qualquer um destes vírus, como os idosos, os pacientes obesos, as gestantes e os pacientes portadores de doenças cardiorrespiratórias crônicas”, alerta a médica.

Com relação aos sintomas, a médica destaca que ambos os vírus podem causar dor de garganta, coriza, obstrução nasal, espirros, febre e falta de ar. “Assim, já que estamos num cenário de epidemia das duas doenças, é realmente quase impossível fazer essa diferenciação simplesmente pelo quadro clínico. A exceção é se o paciente perde subitamente o olfato ou o paladar, que são sintomas muito mais associados à infecção por SARS-CoV-2. Desta forma, é importante fazer o teste confirmatório – PCR ou ao menos algum teste rápido – para saber qual o vírus responsável pelos sintomas, já que o tratamento pode ser substancialmente modificado em pacientes que sejam de grupos de risco ou que desenvolvam sintomas graves”, finaliza Luiza.

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