Cerca de 2,4% dos tabagistas da Capital fumam uma carteira por dia

Em 30 dias, o vício pode custar no mínimo R$ 150 e ultrapassar R$ 307,50

Postado em: 01-09-2017 às 14h00
Por: Victor Pimenta
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Em 30 dias, o vício pode custar no mínimo R$ 150 e ultrapassar R$ 307,50

De acordo com uma frequência de consumo identificada pela
Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito
Telefônico (Vigitel), cerca de 2,4% dos tabagistas que moram em Goiânia fumam
mais de 20 cigarros, o equivalente a uma carteira. A Medida Provisória nº
540/11 estabeleceu que o valor mínimo para cada maço é de R$ 5 no estado de
Goiás, sendo que o preço pode chegar até R$ 10,25. Por consequência, estes
valores elevaram a incidência de impostos para esse tipo de produto. Em 30
dias, o vício pode custar no mínimo R$ 150 e ultrapassar R$ 307,50, com base
nas planilhas de custos de 148 marcas e subtipos disponibilizadas pela Receita
Federal. Isso representa, respectivamente, entre 16,1% e 32,8% do salário
mínimo atual (R$ 937,00).

Segundo Gleydson Melo, coordenador-geral Centro Integrado de
Assistência Médico-Sanitária (Ciams) Pedro Ludovico, o impacto financeiro do
consumo de cigarros é um dos fatores que motivam dependentes a procurar ajuda. “Todos
ganham com a redução no número de fumantes, a sociedade e a pessoa que deixa o
vício. Ela ganha em qualidade de vida e ganha economicamente, já que deixa de
gastar com o cigarro. Nós temos, por exemplo, caso de usuário que chega ao
programa fumando duas carteiras de cigarro por dia”. Na Capital, 4% dos homens
e 1% das mulheres dependentes consomem mais de 20 cigarros todos os dias.

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O Sistema Único de Saúde (SUS), por meio das unidades básicas
de saúde, oferece tratamento gratuito para as pessoas deixarem o vício. Apenas
em 2016, o Ministério da Saúde investiu R$ 23,7 milhões na compra de adesivos,
pastilhas, gomas de mascar e bupropiona. No país, foram atendidos 902,3 mil
pacientes.

Estimativas

O aumento do preço do cigarro é considerado uma das medidas
mais efetivas para controlar o consumo. A estimativa do Ministério da Saúde é
que se o valor subisse 50%, em 10 anos poderia se evitar 136.482 mortes,
507.451 infartos agudos do miocárdio e eventos cardíacos, 100.365 acidentes
vasculares cerebrais e 64.383 novos cânceres. Além disso, poderia reduzir em R$
32,5 bilhões os custos em saúde, R$ 20 bilhões por perda de produtividade e
aumentar a arredação tributária nacional em R$ 45,4 bilhões.

Um estudo do Instituto Nacional de Câncer (Inca) indica que o
País gasta, em média, R$ 56,9 bilhões com despesas médicas e perda de
produtividade devido ao tabagismo, o que representa 1% do PIB brasileiro. Desse
total, R$ 39,4 bilhões são destinados a diagnóstico e tratamento. Outros R$
17,5 bilhões são utilizados em decorrência da redução da produtividade laboral
e da morte prematura.

Apesar da Secretaria Municipal de Saúde oferecer
tratamento gratuito contra esse tipo de vício, a quantidade de cidadãos de
Goiânia que fumam mais de 20 cigarros por dia coloca a cidade na 18ª posição do
ranking de maior consumo de cigarro/dia entre as 27 Capitais do Brasil. São
Paulo está no topo desta lista, com 4,3% dos fumantes que usam mais de uma
carteira de cigarro por dia, seguida por Porto Alegre e Recife (3,9%), Curitiba
(3,8%), Rio de Janeiro (3,5) e Florianópolis (2,9%). A menor frequência dessa
quantidade de cigarro por dia é a de Manaus, 0,3%. 

Foto: Reprodução

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