Entenda o caso da criança que matou o padrasto a facadas após ele agredir sua família

O homem estava estrangulando e dando socos na mãe e no irmão do garoto de 11 anos, que acabou matando o agressor ao tentar impedir que ele machucasse os demais

Postado em: 12-01-2022 às 16h14
Por: Giovana Andrade
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O homem estava estrangulando e dando socos na mãe e no irmão do garoto de 11 anos, que acabou matando o agressor ao tentar impedir que ele machucasse os demais. | Foto: Reprodução

O Ministério Público da Infância e da Juventude está investigando, em sigilo, o caso de um menino de 11 anos que matou o padrasto a facadas após ele agredir sua mãe. O episódio aconteceu na cidade de Campinas, em São Paulo, no dia 10 de fevereiro de 2020. O homem era um técnico de 43 anos, casado há 2 anos com a mãe da criança, uma auxiliar, de 40.

Segundo o relato da mulher à Polícia Civil, na noite do ocorrido, o casal teve uma briga porque ele não tinha pago algumas contas e havia feito um “gato” de energia elétrica. Quando a discussão começou, seu marido rasgou sua roupa, trancou a porta de casa para evitar que fugisse e escondeu a chave. Em seguida, passou a agredi-la com socos.

O homem e a mulher viviam com 3 filhos dela de outros casamentos, sendo um jovem de 15, e duas crianças de 11 e 6 anos. No dia da briga, o padrasto começou a agredir também o filho de 15 anos, o estrangulando e dando socos. A mãe tentou impedi-lo, e o menino de 11 anos, temendo pela vida do irmão, foi até a cozinha e pegou uma faca.

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Segundo o depoimento à Polícia Militar, a criança deu duas “cutucadas” em seu padrasto, para que parasse. Os golpes atingiram o pescoço do homem, que conseguiu pegar a chave e sair de casa. Com um sangramento intenso, ele acabou caindo na calçada, onde morreu antes da chegada das equipes do SAMU e da PM. Uma vizinha, que é técnica de enfermagem, ainda tentou socorrê-lo, mas sem sucesso.

O menino disse ainda que queria apenas “riscar” a barriga de seu padrasto, e não imaginava que fosse matá-lo. Segundo o boletim de ocorrência, ele ficou em estado de choque. A PM levou todos ao plantão da 2ª Delegacia da Mulher, no Jardim Londres, onde o caso foi registrado como violência doméstica e lesão corporal seguida de morte.

A mulher, que mantém a custódia do filho, contou à polícia que conheceu o então marido há mais de 20 anos, e que o relacionamento foi marcado por “idas e vindas” ao longo dessas duas décadas. Segundo ela, ele sempre foi violento e já havia agredido ela e seus filhos em outros momentos. O homem também era muito ciumento, tendo diversas vezes a acusado de traí-lo, razão pela qual ele a obrigava a acompanhá-lo em seu trabalho, e ela acabou virando sua assistente.

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