Reserva indígena em Minaçu foi 60% queimada

14 brigadistas do Ibama estão no local para combater o avanço do fogo

Postado em: 11-09-2017 às 17h30
Por: Victor Pimenta
Imagem Ilustrando a Notícia: Reserva indígena em Minaçu foi 60% queimada
14 brigadistas do Ibama estão no local para combater o avanço do fogo

Informações do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos
Recursos Renováveis (Ibama) afirmam que uma área de aproximadamente 24 mil hectares
foi queimada pelo incêndio que a reserva indígena Avá-Canoeiros, em Minaçu,
está enfrentando. A área destruída corresponde a 60% da terra dos povos da
região.

O incêndio acontece há uma semana e 14 brigadistas do Ibama
estão no local para combater o avanço do fogo. O Instituto garante que uma
perícia será realizada com o intuito de identificar se ação começou de forma
criminosa. Com a ajuda de imagens de satélite, uma equipe de fiscais e peritos
em fogo estão na busca para identificar o que deu origem às chamas e determinar
o local de início dos incêndios.

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Ainda segundo o Ibama, não houve registros de feridos no que
já é considerado um dos maiores incêndios já registrados dentro da terra
indígena Avá-Canoeiros. Caso se prove crime, os autores receberam multas
conforme indicado na lei.

Incêndios

O pesquisador Alberto Setzer, coordenador da área de
monitoramento de queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe),
garante que 99% dos incêndios florestais em território natural são iniciados
por ação humana. “Alguns são propositais, outros por descuido, mas sempre com
ação humana”, disse ao Portal Brasil.

As causas naturais – no Brasil, a maior delas são os raios –
são responsáveis por menos de 1%, explica o coordenador. Setzer se refere tanto
ao produtor que vai fazer uma queimada no fundo do quintal e perde o controle
do fogo, provocando um incêndio gigantesco; quanto os incêndios dolosos, em
áreas de conflito ou em florestas sendo transformadas em pasto.

No momento do combate ao fogo, o formato do terreno dificulta
os profissionais e voluntários a trabalharem. Em alguns casos, o solo é
acidentado e íngreme e isso compromete a aproximação dos bombeiros do foco do
incêndio.

Em períodos mais secos, a situação pode se agravar ainda
mais. Haverá mais queimadas nos anos mais secos e quentes, visto que as chamas
se propagam de maneira mais fácil. Em contrapartida, em anos úmidos, o número
de detecções de incêndios cai consideravelmente, pois, com terra úmida e
precipitação maior, o fogo se propaga de forma mais restrita. 

Fotos: Reprodução

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