“Irresponsabilidade”, afirma presidente do Sinpro Goiás sobre novo decreto da Prefeitura que mantém aulas 100% presenciais

Em entrevista exclusiva ao jornal O Hoje, o presidente do Sinpro Goiás, professor Railton Nascimento, comenta a omissão da prefeitura sobre o funcionamento das escolas em regime 100% presencial.

Postado em: 18-01-2022 às 11h20
Por: Ícaro Gonçalves
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Em entrevista exclusiva ao jornal O Hoje, o presidente do Sinpro Goiás, professor Railton Nascimento, comenta a omissão da prefeitura sobre o funcionamento das escolas em regime 100% presencial | Foto: Reprodução

Conforme noticiado na edição impressa desta terça-feira (18/1) do Jornal O Hoje, a Prefeitura de Goiânia publicou ontem (17/1) um novo decreto com medidas para conter o avanço da variante Ômicron e os casos de gripe em Goiânia. Fato curioso é que apesar de cancelar o carnaval, limitar a capacidade de funcionamento de restaurantes, cinemas, e até igrejas, o decreto não cita medidas para as escolas (que voltaram a funcionar com 100% de sua capacidade), nem para eventos já programados.

De acordo com as novas regras, que entram em vigor hoje e serão revistas a cada 15 dias, locais como shoppings, cinemas, celebrações religiosas, realização de shows e festas, assim como os estabelecimentos destinados à recreação, como o Zoológico e o parque Mutirama, terão sua lotação limitada ao máximo 50% de sua capacidade.

Conforme explicou Durval Pedroso, secretário municipal de Saúde (SMS), os grandes eventos estarão limitados à capacidade de 500 pessoas, e só acontecerão mediante autorização da SMS, ao obedecer aos protocolos estabelecidos em nota técnica da pasta. Apesar disso, as regras não se aplicam aos eventos já autorizados pelo município.

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“Irresponsabilidade”

Em entrevista exclusiva ao jornal O Hoje, o presidente do Sinpro Goiás (Sindicato dos Professores do Estado de Goiás), professor Railton Nascimento, criticou a omissão da prefeitura sobre o funcionamento das escolas, apontando o grave risco de contaminação dos alunos no regime 100% presencial.

“Recebemos essa notícia do decreto com estarrecimento. Além de ignorar a proteção da comunidade escolar, seja na rede pública ou privada, o prefeito sequer fala das condições básicas de protocolos sanitários para as escolas na publicação feita. Temos a Ômicron, com uma transmissão exponencial, também a H3N2, também com uma transmissão absurda. De forma que autorizar a volta 100% presencial nas redes pública e privada não pode ser descrito de outra forma se não como irresponsabilidade”, afirmou Railton.

Para o presidente do Sinpro, mesmo que os motivos que levaram a prefeitura a manter as aulas presenciais tenham algum embasamento social, o retorno não se justifica pelo risco de vida à comunidade escolar.

“Há um discurso sobre a perspectiva social, que é a necessidade que muitas crianças pobres têm da proteção da escola, da alimentação, de proteção da violência doméstica. Porém, não se justifica trocar uma proteção por outra, e em nome da proteção social colocar as crianças em risco de vida. Ao meu ver, o apelo econômico para o retorno das aulas é o que grita mais alto”, concluiu o prof. Railton.

As aulas presenciais em escolas de Goiânia retornaram suas atividades nesta semana, com 100% dos alunos em sala de aula. Um levantamento recente realizado pela consultoria Vital Strategies, com base em dados do Sistema de Vigilância Epidemiológica da Gripe (SIVEP-Gripe), aponta que cerca de 800 pessoas entre cinco e 11 anos podem ter morrido após infecção por coronavírus desde o início da pandemia até fim de novembro do ano passado.

Colaborou Alzenar Abreu e Nathan Sampaio

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