Ômicron assusta doadores e causa redução de 30% nos estoques do Banco de Sangue do Araújo Jorge

Hospital pede apoio da população, lembrando que muitos pacientes dependem da doação de sangue para a continuidade do tratamento oncológico

Postado em: 18-01-2022 às 15h24
Por: Giovana Andrade
Imagem Ilustrando a Notícia: Ômicron assusta doadores e causa redução de 30% nos estoques do Banco de Sangue do Araújo Jorge
Hospital pede apoio da população, lembrando que muitos pacientes dependem da doação de sangue para a continuidade do tratamento oncológico. | Foto: Reprodução

Como resultado do aumento de casos de Ômicron, o Banco de Sangue do Hospital de Câncer Araújo Jorge está com os estoques em nível crítico. Desde dezembro de 2021, quando Goiás confirmou os primeiros casos de Covid-19 causados pela variante, muitos doadores se assustaram e deixaram de ir ao local, o que causou uma diminuição de 30% na reserva que garante a continuidade do tratamento oncológico de milhares de goianos.

Na luta contra o câncer, alguns pacientes precisam de suporte hemoterápico quase diariamente, o que aumenta a preocupação quanto à redução do estoque de sangue do hospital. “Devido às características de alguns tipos de cânceres e dos efeitos causados pelos quimioterápicos e radioterápico, muitas vezes a medula óssea é afetada e o organismo acaba tendo um um prejuízo na produção de glóbulos vermelhos, brancos e plaquetas”, explica a hemoterapeuta Carolina Iracema de Oliveira Rego, chefe do Setor de Hemoterapia e responsável pelo Banco de Sangue do Araújo Jorge.

Ela conta que, até o último domingo (16/1), o estoque do Banco de Sangue estava com 361 bolsas liberadas para uso, 139 a menos do que o necessário. A estimativa é de que, das 160 pessoas atualmente internadas na unidade, cerca de 45 façam uso diário do sangue armazenado no local. Só no Setor de Hematologia, por exemplo, 90% dos pacientes precisam de transfusão sanguínea em algum momento.

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Mais segurança

Para garantir a segurança dos doadores, o Banco de Sangue do HAJ vem reforçando as medidas de segurança contra a Covid-19. Há mais de um ano os atendimentos estão sendo feitos mediante agendamento, com uma distância segura entre os doadores e depois de uma triagem ainda mais criteriosa.

“Durante a entrevista que antecede a doação de sangue, avaliamos o estado de saúde do doador, visando a proteção de sua saúde e da saúde do receptor. Desde os primeiros casos de Covid-19, estamos investigando também qualquer mínimo sintoma relacionado ao novo coronavírus”, adianta Carolina.

Ela completa esclarecendo que quem teve Covid também pode doar depois de 30 dias. O mesmo prazo vale para quem foi diagnosticado com dengue. Já para quem teve gripe, infecção viral do momento, o intervalo necessário é de 15 dias. Quanto às vacinas os prazos são variáveis: quem tomou Coronovac só precisa esperar 2 dias; para Pfizer/AstraZeneca/Jassen, o intervalo é de 1 semana.

Para doar, é preciso:

  • Estar em boas condições de saúde
  • Ter entre 16 e 69 anos, desde que a primeira doação tenha sido feita até 60 anos
  • Menores de 18 anos só doam mediante apresentação de formulário de autorização
  • Pesar, no mínimo, 50kg
  • Estar descansado (ter dormido pelo menos 8 horas nas últimas 24 horas)
  • Estar alimentado (evitar alimentação gordurosa nas 4 horas que antecedem a doação)

O Banco de Sangue funciona de segunda à sexta, das 7 às 17 horas, na Rua 239, nº 181, Setor Leste Universitário. Informações pelo telefone (62) 3243-7031.

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