Covid-19 lidera motivo de afastamento no trabalho e preocupa patrões
A doença gerou o maior número de benefícios por incapacidade temporária (antigo auxílio-doença) nos primeiros sete meses de 2021
Por: Daniell Alves
A Covid-19 segue sendo uma das principais causas de afastamentos do trabalho acima de 15 dias. A doença gerou o maior número de benefícios por incapacidade temporária (antigo auxílio-doença) nos primeiros sete meses de 2021. De janeiro a dezembro de 2021, foram concedidos 98.787 benefícios por incapacidade, segundo dados do Ministério do Trabalho. Todas as áreas de serviços estão sendo afetadas, a exemplo dos caminhoneiros.
Em Goiás, cerca de 50% dos caminhoneiros foram afastados por conta da doença e alto do diesel, conforme aponta o Sindicato dos Transportadores Autônomos de Cargas de Goiás (Sinditac). De acordo com o presidente da Federação dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários em Goiás e Tocantins (Fettransporte) Jaime Bueno Aguiar, o impacto é grande. Ele diz que mantém contato permanente com todas as federações nacionais e estima que cerca de 30% da categoria em todo o país já tenha sido afetada pela contaminação por gripe ou Covid-19, com o afastamento do trabalho.
O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), Sandro Mabel, também manifestou preocupação com o volume de afastamentos de funcionários das indústrias devido a casos de Covid e de Influenza. Sandro não vê necessidade, contudo, de restrições à atividade industrial, que ficou fora do decreto publicado na terça-feira (18) pela prefeitura de Goiânia. De acordo com ele, as empresas seguem rigorosamente protocolos sanitários e são os ambientes mais seguros para os trabalhadores.
“O problema está na circulação das pessoas em outros ambientes, a aglomeração fora do local de trabalho”, disse. O dirigente da Fieg reafirmou que o setor industrial trabalha com a perspectiva de imunização em massa da população e projeta crescimento na geração de emprego e renda.
Atacado e varejo
Já na área de atacado e varejo no Estado, mesmo com alto índice de afastamentos de motoristas de cargas dos volantes ainda não há sinais de falta de produtos, explica o presidente Sindicato do Comércio Atacadista, Distribuidor e Atacarejo no Estado de Goiás (Sinat), Paulo Diniz.
Segundo ele, atualmente, o maior problema está atrelado à falta de colaboradores próprios. Isto porque houve um significativo aumento do número de afastamentos por contaminação por gripes ou Covid-19 nos últimos dias.
Conforme explicam especialistas, os empregados que apresentarem sintomas devem procurar um médico e apresentar ao empregador exames que comprovem a doença e possível sequelas. Caso não seja beneficiado pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), o empregado pode entrar com ação na Justiça. Ainda há a possiblidade da aposentadoria por invalidez, quando as sequelas resultam na incapacidade de trabalha.
Nova orientação sobre isolamento
O Ministério da Saúde (MS) determinou nova orientação de isolamento para quem for contaminado com a Covid-19. Paciente assintomático que tiver diagnóstico negativo pode ser liberado da quarentena após cinco dias. Para aqueles que apresentarem teste positivo, o prazo é até dez dias depois da infecção.
Já o Ministério do Trabalho (MTE) divulgou orientações para empregadores e empregados medidas a serem observadas visando à prevenção, controle e mitigação dos riscos de transmissão da Covid-19 nos ambientes de trabalho. Dentre a série de recomendações estão a de que a organização deve estabelecer e divulgar orientações ou protocolos com a indicação das medidas necessárias para prevenção.
Estas orientações ou protocolos devem incluir medidas de prevenção nos ambientes de trabalho, nas áreas comuns da organização, a exemplo de refeitórios, banheiros, vestiários, áreas de descanso, e no transporte de trabalhadores, quando fornecido pela organização.
De acordo com MTE, todos os trabalhadores devem ser orientados sobre a higienização correta e frequente das mãos com utilização de água e sabonete ou, caso não seja possível a lavagem das mãos, com sanitizante adequado para as mãos, como álcool a 70%.
Também precisam ser adotados procedimentos para que, na medida do possível, os trabalhadores evitem tocar superfícies com alta frequência de contato, como botões de elevador, maçanetas, corrimãos etc.