UFG desenvolve forma de descobrir, em minutos, tempo de morte de cadáveres

O método consiste em retirar uma amostra do humor vítreo, líquido que fica no olho, e aplicá-lo em um dispositivo de papel, analisando a cor do resultado do teste

Postado em: 19-09-2017 às 15h25
Por: Márcio Souza
Imagem Ilustrando a Notícia: UFG desenvolve forma de descobrir, em minutos, tempo de morte de cadáveres
O método consiste em retirar uma amostra do humor vítreo, líquido que fica no olho, e aplicá-lo em um dispositivo de papel, analisando a cor do resultado do teste

Pesquisadores da Universidade
Federal de Goiás (UFG) desenvolveram um sensor que pode ajudar a Polícia
Técnico-Científica a descobrir, em minutos, o tempo de morte de um cadáver. O
método consiste em retirar uma amostra do humor vítreo, líquido que fica no
olho, e aplicá-lo em um dispositivo de papel, analisando a cor do resultado do
teste.

De acordo com o professor e
orientador do estudo, Wendell Coltro, do Instituto de Química da UFG, a
coloração indicará o nível de concentração de ferro no líquido ocular do
cadáver. Segundo ele, quanto maior foi a concentração de ferro, mais intensa
será a cor do resultado e, consequentemente, maior é o tempo de morte.

Continua após a publicidade

“O sensor foi fabricado em papel,
colocando uma camada de cera para facilitar o direcionamento de caminhos
específicos para o transporte da solução. Visa, na verdade, utilizar um fluido
biológico conhecido como humor vítreo, que fica atrás do globo ocular, para a
gente detectar a concentração de ferro e fazer uma correlação com um intervalo
de post-mortem, que é o tempo de morte do cadáver”, explica.

O estudo foi desenvolvido pelo
doutorando em química Paulo de Tarso Garcia, em parceria com o Instituto
Nacional de Ciência e Tecnologia de Bioanalítica e com a Universidade Estadual
de Campinas (Unicamp). A partir da pesquisa, foi criada uma tabela com a escala
de cor de resultados de testes com o humor vítreo e o intervalo de morte
correspondente a cada um deles.

“O líquido é retirado do olho do
cadáver, com uma seringa, e é preparada uma solução e colocada no dispositivo.
Ao entrar no dispositivo, a solução percorre o caminho, reage com um indicador
específico para ferro, mudando, automaticamente, de coloração. Esta intensidade
da cor gerada é comparada com um padrão previamente estabelecido, e a gente
consegue fazer uma análise rápida e barata do post-mortem”, destaca. 

Com informações do G1 Goiás. Foto: Reprodução 

Veja Também