Mais de 400 famílias permanecem desamparadas com a interdição de CMEI no setor Vila Nova

Professores do centro de educação denunciam a demora da Secretaria Municipal de Educação (SME) para dar solução ao problema.

Postado em: 26-01-2022 às 11h54
Por: Ícaro Gonçalves
Imagem Ilustrando a Notícia: Mais de 400 famílias permanecem desamparadas com a interdição de CMEI no setor Vila Nova
Professores do centro de educação denunciam a demora da Secretaria Municipal de Educação (SME) para dar solução ao problema | Foto: Reprodução

Servidores, alunos e pais de crianças matriculadas no Centro de Educação Infantil da Rede Municipal (CMEI) Viver a Infância, no setor Leste Vila Nova, permanecem desassistidos desde a interdição do local em dezembro do ano passado. A situação de desamparo já havia sido denunciada pelo jornal O Hoje na edição do dia 20 deste mês, mas passada quase uma semana, as mais de 400 crianças atendidas pelo CMEI permanecem sem uma resposta definitiva por parte da Prefeitura de Goiânia.

Leia mais: Paço interdita CMEI e deixa mais de 400 crianças desamparadas sem aula presencial

Servidores do centro de educação denunciam a demora da Secretaria Municipal de Educação (SME) para dar solução ao problema. A interdição do local ocorreu após servidores do CMEI identificarem rachaduras na estrutura de duas salas do estabelecimento. No final de novembro, engenheiros da SME solicitaram a interdição do pavilhão onde as salas ficam, o que fecharia também outras três salas além das danificadas, a cozinha, refeitório e os banheiros.

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Dias depois, na primeira semana de dezembro, veio o comunicado de que todo o prédio do CMEI deveria ser fechado, com o atendimento passando a ser online, o que prejudicou pais que precisavam das aulas presenciais para deixarem seus filhos enquanto trabalham.

Segundo as denúncias, a diretoria do CMEI conseguiu negociar um novo local para a continuidade das aulas presenciais, no prédio da Igreja Presbiteriana, na Praça Boaventura. Porém, mesmo após um mês de espera, o processo para aluguel do imóvel por parte da SME ainda se encontra em tramitação, sem data para ser finalizado.

Telma Rocha é auxiliar de atividades educativas na instituição. Segundo ela, quando os servidores do CMEI Viver a Infância foram informados que teriam que mudar de prédio, toda a equipe se empenhou para achar um local que acomodasse todos, criança e servidores. “Teve servidor que no sábado saiu andando a pé pelo setor Leste Vila Nova, na esperança de encontrar algum imóvel.  Todos nos empenhamos muito, contudo agora só nos resta aguardar os trâmites da SME”.

Telma conta que os pais procuraram a Secretaria Municipal de Educação na semana passada, quando foram informados que o processo para o aluguel do novo prédio seria concluído até sexta (28/1). Contudo, ontem (25), uma mãe novamente entrou em contato com o secretário municipal de Educação Wellington de Bessa, dessa vez por meio de seu perfil oficial no Instagram, e obteve como resposta a estimativa de entrega para semana que vem, prorrogando a espera da comunidade escolar.

Hoje o processo se encontra na Comissão de Avaliação Imobiliária, sem previsão de quando será finalizado. “Nossa expectativa era que no início de janeiro fizéssemos a mudança e no dia 17 ocorresse o início do ano letivo, quando já estaríamos no novo prédio. Expectativas frustradas. Toda equipe está à mercê da SME, ansiosos por uma solução, alguns temerosos de não termos um lugar pra trabalhar”.

Ainda segundo Telma, o receio é igual por parte dos pais dos alunos, pois a grande maioria precisa do CMEI para deixarem seus filhos enquanto trabalham. “A educação é um direito constitucional e nossas crianças e os pais precisam da escola pra poderem trabalhar fora e trazer o sustento pra casa. Todos estão sendo prejudicados com essa prorrogação de datas”, afirmou uma mãe ouvida pela reportagem.

Os pais chegaram a denunciar a situação ao Ministério Público de Goiás (MPGO), por meio de Notícia de Fato, e esperam o andamento do processo. A SME foi procurada pela reportagem, que aguarda resposta. O espaço para posicionamento permanece em aberto.

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