Segunda-feira, 22 de julho de 2024

Aumenta em 40% o número de acidentes envolvendo afogamentos no Estado

Casos acendem alerta para prevenção de incidentes aquáticos

Postado em: 02-02-2022 às 08h44
Por: Daniell Alves
Imagem Ilustrando a Notícia: Aumenta em 40% o número de acidentes envolvendo afogamentos no Estado
Casos acendem alerta para prevenção de incidentes aquáticos | Foto: Reprodução

O número de acidentes envolvendo afogamentos no Estado registrou um aumento em comparação ao mês de janeiro do último ano. Segundo dados do Corpo de Bombeiros de Goiás (CBM), foram registrados nove acidentes, um aumento de 40%. O caso mais recente foi de um menino, 8 anos, que teve o braço sugado por um ralo de piscina no Hotel Radisson, em Anápolis, e permaneceu por cerca de três minutos debaixo da água. 

O pai do menino, Marcos Barbosa, conta que o filho está bem e segue na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), em Goiânia, para tratar o machucado na palma da mão direita, pelo risco de infecção. “Ele literalmente nasceu de novo. Foi um desespero total. Mas ontem à noite disseram que pela questão do afogamento ele não tem impedimento algum”, afirmou.

A criança estava brincando na piscina do hotel, no último domingo (30). Após alguns instantes, ficou com o braço preso em um ralo de sucção. A filha da babá percebeu o perigo e gritou por socorro. De acordo com testemunhas, três adultos se revezaram na água para tentar desprender o braço do menino. Também tinham médicos no hotel, que prestaram os primeiros socorros até a chegada dos bombeiros.

Continua após a publicidade

Os serviços dos bombeiros e do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foram acionados por pessoas que estavam no local. Assim que os militares chegaram lá, notaram que a criança ainda respirava e a ajudaram até que os batimentos se estabilizassem.

O tenente dos Bombeiros, Leandro Ribeiro, explica que o acidente aconteceu porque foi retirado um ralo do fundo da piscina e a criança colocou o braço lá dentro. Os bombeiros afirmam que, por conta da sucção, o menino ficou com o braço inchado. 

Assim, depois dos primeiros socorros, voltou a respirar normalmente. O Samu ainda o encaminhou à UPA pediátrica de Anápolis, para exames e observações ao paciente, já que a criança tinha engolido muita água. Em seguida, a criança foi encaminhada para o Hugol (Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira), em Goiânia.

Em nota, o Hotel Radisson Anápolis disse que todas suas áreas de lazer, banheiros, saunas, hidromassagem e piscina contam com equipamentos e informativos de segurança. O hotel informou ainda que está acompanhando o caso do menino.

Orientações para pais e responsáveis

O CBM-GO possui Norma Técnica que estabelece os requisitos mínimos de segurança em piscinas e áreas circundantes. “As piscinas devem possuir dispositivo automático de proteção contra aspiração, objetivando evitar acidentes e proporcionar a segurança do usuário da piscina”, diz. Além disso, os ralos de fundo devem ser cobertos por grades ou tampas, cujas aberturas tenham no máximo 10 mm de largura, executadas de forma a evitar a entalação de dedos, brinquedos e outros objetos e que possam ser removidas apenas mediante o uso de ferramenta. 

Com relação às dicas de prevenção, o Manual do CBM aponta para as medidas que impedem que o incidente ocorra, a exemplo da  correta sinalização das áreas de risco, utilizando placas de advertência; isolamento de locais de risco; e orientações aos banhistas dos riscos de afogamentos. Estes devem evitar ingerir bebidas alcoólicas e alimentos pesados antes do banho, não praticar hiperventilação para aumentar o fôlego e em festas com piscinas garantir a presença do “pai da vez” (aquele que toma conta das crianças em rodízio). 

Prevenção 

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), estima-se que mais de 85% dos casos de afogamento podem ser prevenidos pela supervisão, ensino da natação, tecnologia, regulamentação e educação pública. A OMS ressalta que 0,7% de todas as mortes em todo o mundo – ou mais de 500 mil mortes a cada ano – são devido ao afogamento não intencional.

As Nações Unidas têm uma lista de ações para prevenir que as pessoas se afoguem: instalar barreiras para controlar o acesso à água (como em piscinas); garantir que creches e pré-escolas sejam espaços seguros e longe da água; estimular aulas de natação e práticas de resgate seguro. (Especial para O Hoje). 

Legenda: As piscinas devem possuir dispositivo automático de proteção contra aspiração, objetivando evitar acidentes, alerta CBM.

Veja Também