HDT registra aumento de 30% em casos de Influenza com relação ao ano passado

Saúde reforça a necessidade de se manter os mesmos protocolos de segurança necessários à Covid-19

Postado em: 04-02-2022 às 08h37
Por: Daniell Alves
Imagem Ilustrando a Notícia: HDT registra aumento de 30% em casos de Influenza com relação ao ano passado
Saúde reforça a necessidade de se manter os mesmos protocolos de segurança necessários à Covid-19 | Foto: Reprodução

Das doenças respiratórias registradas no HDT,  cerca de 30% estão relacionadas à influenza. A afirmação é do infectologista Boaventura Braz de Queiroz, em entrevista ao O Hoje. Ele ressalta que o surto de gripe não era esperado, mas ocorreu um aumento nos casos desde novembro do ano passado, que continuou em alta após as festas de fim ano. 

O sistema da Secretaria de Estado de Saúde (SES-GO) ainda não consegue diferenciar casos de H1n1 e H3N2. De acordo com a pasta, os dados ainda estão sendo filtrados. De qualquer modo, a melhor forma de se prevenir é se vacinando. “Há alguns sintomas que são comuns como febre, dor de cabeça e mal estar inicial. Depois os sintomas se diferem, a gripe envolve o sistema respiratório, com coriza, tosse, dificuldade para respirar”, ressalta o secretário de saúde, Durval Pedroso. A recomendação é para que as pessoas com esses sintomas procurem atendimento médico. 

A atual vacina contra gripe, disponível na campanha de imunização de 2021, se mostrou capaz de conferir proteção contra a influenza H3N2 (Darwin), mesmo sem ter a cepa na sua composição. Este é o resultado de testes realizados no Instituto Butantan, produtor da vacina distribuída pelo Ministério da Saúde.

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Segundo o diretor de produção do Instituto Butantan, Ricardo Oliveira, a vacina atual trivalente, composta pelo vírus da influenza H1N1, H3N2 e B, conferiu a proteção cruzada (quando o imunizante foca em neutralizar um vírus, mas consegue neutralizar outro) contra a cepa Darwin em testes de laboratório justamente por conter uma cepa H3N2, da mesma origem. 

“A vacina que temos hoje traz uma proteção cruzada contra a Darwin, menor do que a vacina específica, mas confere. Vimos isso nos reagentes que usamos no controle de qualidade, nas reações in vitro. O reagente da cepa anterior reage como uma cepa nova. Então existe essa possibilidade, esse nível de proteção”, afirma ele. 

Vírus parentes 

Ricardo explica que a proteção cruzada pode ocorrer principalmente quando um imunizante contém em sua composição uma cepa semelhante à que se quer proteger. Isso acontece porque os vírus evoluem com o tempo, mas mantêm estruturas semelhantes.

“Você tem um grau muito próximo de parentesco com a sua mãe, mas você é diferente dela. As cepas da influenza são parentes, têm mudanças na estrutura viral, nos aminoácidos, mas têm partes do vírus que são as mesmas e ela confere essa proteção mesmo com a atualização do vírus”, explica.

H3N2 em Goiás 

As coletas feitas na primeira quinzena de dezembro identificaram o vírus H3N2 em Goiás, após mais de um ano sem a circulação da influenza, afirmou a superintendente de Vigilância em Saúde, Flúvia Amorim. Ela ressalta que as recomendações para a prevenção do contágio são semelhantes às tomadas contra o coronavírus. “Uso de máscara, higienização das mãos e vacinação contra a gripe”, pontuou.

Também é o que aponta a SES, por meio de nota. A pasta informa que “a circulação do vírus H3N2 em Goiás reforça a necessidade de se manterem os mesmos protocolos de segurança necessários à Covid-19, como uso de máscara, higienização das mãos, se for se reunir dar preferência a locais bem arejados e, sobretudo, a busca da vacina, disponível nos postos de saúde nos municípios”. 

Atualmente, são 55 salas para vacinação contra a gripe em Goiânia. De acordo com a Secretaria de Saúde do Estado (SES-GO), as doses estão disponíveis para maiores de 6 meses. Para se vacinar é preciso não ter sintomas gripais há pelo menos três dias. 

O grupo prioritário é composto por crianças de 6 meses a menores de 6 anos, gestantes e puérperas (mulheres que tiveram filhos há no máximo 45 dias), povos indígenas, trabalhadores da saúde, idosos com 60 anos e acima, professores, pessoas com comorbidades e aquelas com deficiência permanente.

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