Usuários de transporte público pedem mais segurança, em Goiânia

Mais de 2 mil assinaturas querem o retorno de posto policial no Terminal Padre Pelágio

Postado em: 27-09-2017 às 06h00
Por: Márcio Souza
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Mais de 2 mil assinaturas querem o retorno de posto policial no Terminal Padre Pelágio

Wilton Morais* 

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Iniciado pela população que está
cansada dos arrastões no Terminal Padre Pelágio, a ação que pede a volta de um
posto policial da PM no terminal já recolheu 2.275 em três meses. Para Joelma
Santos, funcionaria de uma lanchonete, os arrastões são frequentes. “Ontem
[segunda-feira (27)], aconteceu um arrastão. Às 18h é pior. Os bandidos usam
facas, arma de fogo. O fim da tarde é o pior horário. Eles sabem que as pessoas
estão vindo do trabalho, da escola. Parece até que eles são os policiais
abordando”, relatou a Joelma.

Camille Lima, também funcionária
da lanchonete, alerta que aos finais de semana, os crimes são intensificados. “A
polícia vem aqui, mas nem desce do carro. Apenas vem quando ligamos lá. No
domingo é pior, não tem policiamento e o terminal é deserto”, disse. Joelma
complementa. “Eles ficam em frente ao ponto do Eixo. Eles escolhem as vítimas,
no geral são estudantes, pessoal com mochila. Já tem um perfil definido para
atacar. Em frente à farmácia, o pessoal já desce e evita passar por lá. Há oito
anos trabalho aqui, são os mesmo”.

Horário do crime

De acordo com Joelma, além da 18h
os crimes acontecem mais à noite. “Eles vão embora, mas voltam por volta das
22h. Vendem os celulares, bonés. Essa semana mesmo roubaram um rapaz e tiraram
dele o boné, o tênis, e a camisa. O rapaz saiu daqui apenas com a bermuda”,
relatou. “O arrastão não acontece todos os dias, é toda hora”, complementou.

A funcionaria relata que aos
sábados, o horário do crime é ao meio dia. “Fico horrorizada. Tomam tudo mesmo.
Fazem a festa. Ligamos para a polícia eles dizem que não é obrigação virem
aqui. Ligamos para a Guarda Municipal, e fica no empurra, empurra”, questionou.
Segundo Joelma a descrição na hora da ocorrência, também atrasa a eficiência ao
combate do crime. “Ligamos para a PM, eles pedem características do ‘meliante’,
roupa que está vestindo, se está de boné. Falamos que a vítima está aqui, pedem
para esperar. Mas só depois de uma hora é que eles aparecem, dão uma volta no
terminal e vão embora”, disse.

Insegurança

Para os usuários do
Eixo-Anhanguera a insegurança é o principal sentimento. A doméstica Raquel
Alves contou sobre os crimes. “Eles levam mais é celular. As pessoas vivem
reclamando. Cortam as sacolas, enfiam a mão na bolsa e levam tudo que podem.
Andam com faca. Seria muito bom se tivéssemos um posto policial aqui”, relata.

Posto Policial

Conforme o comerciante Eloin
Pinheiro, havia um posto policial no Terminal Padre Pelágio há oito anos. “A
segurança era mais eficiente. O atendimento era mais rápido. Eram sempre dois
ou três policiais diretos aqui. Hoje o que vemos é esfaqueamento nesse
terminal. Aqui o que mais usam é faca, eles chegam perto de você mostram a faca
e te roubam”, disse.

O comerciante reitera que a
população não teve orientação para iniciar o abaixo assinado. “Ninguém orientou
a gente fazer isso. Mas o Ministério Público, se ver isso aqui já deveria determinar
um posto aqui, e em todos os terminais maiores da capital. Deveria haver pelo
menos uma viatura 24 horas aqui”, sugeriu Eloin.

106 vigilantes fazem a segurança do Eixo Anhanguera

De acordo com a RedeMob
Consórcio, com objetivo de melhorar a segurança e conforto do passageiro, a
Metrobus investiu e colocou 106 vigilantes ao longo nas Plataformas e Terminais
do Eixo Anhanguera. Os profissionais foram colocados por meio da integração com
a RedeMob Consórcio, que se tornou responsável pela gestão de segurança e
infraestrutura dos terminais. 

A RedeMob também esclareceu que os
terminais e estações contam com o sistema eletrônico de vídeo monitoramento que
é, vinculado ao Centro Integrado de Inteligência Comando e Controle da
Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária (SSAP), onde há
comunicação direta de ocorrências ao longo do Eixo Anhanguera. Além disso, os
passageiros também podem colaborar enviando denúncias de possíveis roubos ou
furtos através do whatsapp: 62 9 8591-8952. 

A RedeMob ressaltou ainda que quando
necessário, as mensagens são rapidamente encaminhadas ao Comando de Operações
da Polícia Militar (Copom), que aciona o apoio da viatura mais próxima ao local
informado. O serviço funciona todos os dias das 4h30 à 1h da madrugada e trata
exclusivamente de denúncias relacionadas à segurança pública dentro de ônibus,
terminais e estações.

O programa “Terminal
Seguro” da Policia Militar, também dá apoio importante à segurança nos
terminais.  Apesar disso, a Policia Militar
não se manifestou até o fechamento desta edição, sobre a possibilidade de
reabertura de um posto policial no terminal Padre Pelágio.

Já a Metrobus apenas informou que
todos os ônibus que operam no Eixo Anhanguera possuem câmeras de
videomonitoramento e são vinculadas ao Centro Integrado de Inteligência Comando
e Controle da Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária
(SSAP), onde há comunicação direta de ocorrências ao longo do Eixo Anhanguera.

A Metrobus também disse que a responsabilidade
da segurança nos terminais é de competência da RedeMob Consórcio.  

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