Desgaste de eixo provocou acidente no Mutirama, aponta laudo

No relatório de 2011, o brinquedo já apresentava uma trinca de 10,8 centímetros que deveria ter sido acompanhada no decorrer do tempo, porém a vistoria não aconteceu

Postado em: 27-09-2017 às 12h55
Por: Kamilla Lemes
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No relatório de 2011, o brinquedo já apresentava uma trinca de 10,8 centímetros que deveria ter sido acompanhada no decorrer do tempo, porém a vistoria não aconteceu

Kamilla Lemes*

Na
manhã de hoje (27), o Instituto de Criminalística da Superintendência de
Polícia Técnico-Científica
apresentou o laudo da perícia realizada no equipamento do
brinquedo Twister, do parque Mutirama. No mês de julho deste ano, treze pessoas
ficaram feridas após o brinquedo quebrar.

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A
conclusão do laudo, de acordo com os peritos responsáveis pela apuração, foi
que o eixo se rompeu devido a um processo de “fadiga” que é uma ruptura progressiva
de materiais com movimentos repetitivos, de tensão ou deformidades.
Uma tensão existia. Na medida em que o
brinquedo se inclinava, o peso do eixo x ficava sobre o y, levando a uma
sobrecarga que ocasionava uma compressão. As manutenções eram necessárias, mas
o equipamento não possuía um manual de fabricante. Isso foi um total descaso
com a vida.”, destacou Alysson Santos, perito no caso.

No
relatório de 2011, o brinquedo já apresentava uma trinca de 10,8 centímetros que
deveria ter sido acompanhada no decorrer do tempo, porém a vistoria não
aconteceu. O rompimento foi uma falha catastrófica.

Segundo Rodrigo Irani Medeiros,
gerente do Instituto de Criminalística (IC), claramente, o brinquedo não deveria
estar funcionando e poderia ter causado danos ainda mais graves. “De nenhuma
forma o Twister poderia estar em funcionamento. Como os detalhes técnicos foram
mostrados, a fissura não aguentava o peso do equipamento. Se ele tivesse caído
para o lado oeste, poderia ter atingido as pessoas na fila de espera. Houve falha
humana, pois não ocorreu manutenção”, afirmou.

O Titular do 1° Distrito
Policial (DP), delegado Isaias Pinheiro relatou que o presidente da Agência
Municipal de Turismo, Eventos e Lazer (Agetul), Alexandre Magalhães, o engenheiro
do parque, Alfredo Coelho Rosendo e o supervisor responsável pela manutenção
dos brinquedos serão indiciados. “A princípio os três irão responder pelo crime
de
lesão corporal de natureza grave
motivado pelas vítimas que apresentaram ferimentos. Não foram feitas as inspeções
necessárias. Vamos analisar o laudo para ver as responsabilidades dessas
pessoas que, em 2012 fizeram a reforma no brinquedo.”, disse o delegado.

Ainda
de acordo com Isaias, uma nova investigação foi aberta para investigar outros
brinquedos que estão em situação alarmante. “Nos próximos dias, serão
realizadas novas perícias no Parque Mutirama, que segue interditado”, concluiu.

Em nota, a prefeitura divulgou que:

“A Prefeitura de Goiânia, por meio da Agência de Turismo e Lazer, esclarece que vai aguardar o fim das investigações e a concomitante conclusão do inquérito para se pronunciar a respeito do teor do laudo pericial, apresentado nesta manhã à autoridade policial responsável pelo caso. Informa, ainda, que continua colaborando com as investigações e não se furtará a tomar todas as providências efetivamente necessárias, inclusive para reabertura do parque e o amparo às vítimas.” 

(Kamilla Lemes faz parte do programa de estágio do Jornal O Hoje, sob a supervisão de Naiara Gonçalves)

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