Despachantes são presos por fraudes em processos

Wilton Morais*

A Polícia Civil (PC) prendeu dois
homens suspeitos de fraudar o pagamento de 600 processos de cadastramento e
recadastramento de autoescolas. De acordo com a PC, os homens anexavam cópias de
comprovantes bancários de débitos já quitados junto aos documentos. O prejuízo
que chega a R$ 100 mil, era fraudado nos processos já no Departamento Nacional
de Trânsito (Detran), em Goiás.

Após três meses de investigação,
desde que o Detran identificou a fraude, José Wanderson dos Anjos Arruda foi
preso na terça-feira (26). Já Divino Alves da Silva, de 63 anos, foi preso no
dia 14 de setembro em Brasília, suspeito de outras fraudes. Divino é apontado
pela polícia como proprietário da empresa que realizava as fraudes.

A delegada Mayana Rezende,
responsável pelo caso, assegura que ambos realizavam as fraudes por acreditar
que não havia comunicação entre o sistema do banco e do Detran. Dessa maneira,
a dupla recebia o valor dos Centros de Formação de Condutores (CFC), e após
montarem o processo anexavam cópias do comprovante de pagamento de outros
processos, crendo que não haveria verificação.

Mayana ressaltou que existe uma conferência, porém lenta, e
assim que percebida a fraude, o Detran realizou a denúncia na delegacia.

Esquema

Conforme as investigações, os
suspeitos agiram durante seis meses, entre 2016 e 2017. O esquema era realizado
de forma que as CFCs, não tinham conhecimento do esquema ao contratar a
empresa. A delegada explicou ainda que os homens recebiam o valor de R$ 160
referente ao boleto, e uma taxa cobrada pela empresa. O lucro da fraude era
dividido entre os dois.

A polícia também pedirá um
mandato de prisão para Divino pelo golpe contra o Detran. E ambos vão responder
por estelionato. Já o Detran reforçou que a fraude foi identificada por eles e
que exigirá o pagamento das taxas não quitadas.

O Detran ressaltou ainda que caso
os CFCs não façam o pagamento, os mesmos podem ser descredenciados. O
departamento não se pronunciou se irá corrigir a falha de conexão entre as
instituições financeiras e o departamento. 

Wilton Morais é integrante do
programa de estágio do Jornal O Hoje, sob orientação de Rhudy Crysthian