Acusados de matar amiga para testar se eram psicopatas são interrogados; relembre o caso
Polícia Civil concluiu que a jovem foi morta pois uma das acusadas precisava matar uma pessoa para avaliar a reação pós-crime
Por: Maria Paula Borges
Os acusados de matar a jovem Ariane Bárbara Laureano de Oliveira, de 18 anos, após a chamarem para lanchar, serão interrogados pela Justiça, nesta quarta-feira (9/2), em Goiânia. A Polícia Civil concluiu que a jovem foi morta porque uma das acusadas querer saber se era psicopata e, para ter a prova, precisava matar uma pessoa para avaliar a reação após o crime.
O responsável pelo interrogatório é o juiz Jesseir Coelho de Alcântara, da 3ª Vara dos Crimes Dolosos Contra a Vida. Ele explicou que já ouviu as testemunhas de defesa e acusação e que, após depoimento dos réus, deve decidir se eles vão a júri popular, entretanto haverá um prazo de mais dez dias para que o Ministério Público e a defesa apresentem declarações.
A perícia realizada no corpo de Ariane apontou que ela levou oito facadas e uma acusada postou foto na internet segurando as duas facas usadas no crime, minutos antes de se encontrar com a jovem, segundo a Polícia Civil.
Na época, uma adolescente foi apreendida suspeita de dar uma facada em Ariane e ajudar no homicídio. Por ser menor de idade, uma vez que a adolescente tem 16 anos, o processo criminal corre em segredo na Vara da Infância. A menina pode pegar pena máxima de até três anos de internação, de acordo com informações da TV Anhanguera.
Caso Ariane
Ariane Bárbara Laureano de Oliveira enviou um áudio para a mãe avisando que ia se encontrar com alguns amigos, que supostamente tinham a chamado para comer. Na mensagem de voz, a jovem afirmou que eles iriam buscá-la e pagar a comida. “As meninas me chamaram para comer lá no Jaó. Elas vão me buscar de carro, mãe. Aí eu vou, né? Vai pagar a comida, me buscar de carro e me deixar em casa, sou besta?”, disse momentos antes.
Por ser magra e pequena, os jovens acusados a enxergaram como a vítima perfeita para testar se eram psicopatas.
Conforme investigações da Polícia Civil, os quatro suspeitos chamaram Ariane para lanchar afirmando que de fato a buscariam em casa e a levariam de volta. Entretanto, as apurações apontam que o grupo planejou o crime no dia anterior, feito uma lista de possíveis alvos. Por ser magra e pequena, os acusados a enxergaram como a vítima perfeita para testar se eram psicopatas.
Segundo o delegado Marcos Gomes, o grupo se organizou para cometer o crime dentro do carro. Um dos jovens, Jeferson, ficou responsável por levar o carro, forrar o porta-malas com sacos de lixo e providenciar as facas. A trilha sonora também foi pensada, colocaram uma música sobre homicídios para tocar durante o passeio e quando o motorista estalasse os dedos era o sinal para iniciar o assassinato.
O delegado diz que primeiro Enzo enforcou a vítima e depois ela foi esfaqueada, a suspeita é que a adolescente deu o primeiro golpe e a acusada, Raíssa, deu o segundo. Em seguida, o corpo de Ariane teria sido colocado no porta-malas e deixado em uma mata. Além disso, logo após o crime, o grupo saiu para lanchar e continuaram convivendo normalmente.
O corpo de Ariane foi abandonado em uma mata no Setor Jaó e encontrado sete dias depois do crime, no dia 31 de agosto. O corpo estava coberto por pedras e entulhos de obras.