Falta de sono pode causar sérios problemas à saúde

Especialistas alertam sobre riscos associados às noites mal dormidas

Postado em: 03-10-2017 às 10h00
Por: Márcio Souza
Imagem Ilustrando a Notícia: Falta de sono pode causar sérios problemas à saúde
Especialistas alertam sobre riscos associados às noites mal dormidas

Márcio Souza*

Com a vida moderna, a correria do
dia a dia, o estresse, as reclamações de dificuldade para dormir tem se tornado recorrente
na sociedade. A pessoa deita na cama e não consegue pegar no sono, mesmo depois
de um dia trabalhoso. Ou dorme, mas acorda várias vezes durante a noite.

De acordo com especialistas, o
indicado é dormir de 6 a 8 horas por dia, sem interrupções. A psicóloga Michelle Branquinho explica que cada indivíduo precisa entender a sua necessidade do sono, dentro da média diária, lembrando que a boa duração de sono  deixa a pessoa descansada e alerta
durante o dia. “Dormir sem interrupções é importante para que o sono seja
efetivo e com qualidade. O sono deve ser profundo para que seja restaurativo”, afirma.

Continua após a publicidade

Ainda de acordo com Michelle, a falta
do sono e do descanso pode gerar distúrbios imunológicos e até insuficiência cognitiva,
como, por exemplo, problema de atenção e concentração. “Existem estudos feitos
nos Estados Unidos que mostram que quase todos os distúrbios psiquiátricos
apresentam algum tipo de problema relacionado ao sono. Então, é importante ser analisado porque os problemas psiquiátricos podem levar a dificuldade de
dormir”, destaca.

Atualmente, há diversos estudos
que mostram que as áreas social, psicológica e emocional têm grande
participação na incidência de insônia. Alguns dos motivos são gerados pelo estresse,
ansiedade, transtornos de humor e exaustão – mesmo cansado, o indivíduo não
dorme porque não se desliga dos problemas. Segundo Michelle, as pessoas se veem
deitadas, mas acordados, porque a agitação com problemas financeiros, casamento,
transtorno de ansiedade, a pessoa não consegue dormir. O resultado é recorrer a ajuda médica para tratar a insônia.

Foi o que fez o administrador de empresas, Leonardo Mendes, de 32 anos. Ele conta que os problemas com o sono começaram
ainda na pré-adolescência. “Na época eu tinha 10, 11 anos de idade. Como não
existia nenhum caso diagnosticado na família passei por longos anos enfrentando
esse problema sem auxílio médico, até que se tornou insuportável. Fui
diagnosticado com ‘insônia crônica’, que é basicamente um transtorno
no sono sem motivos externos e sem cura”, diz.

Com a falta
de sono, Leonardo sente dores de cabeça constantes, maior sensibilidade à luz e mudanças
de humor. “Os pensamentos ficam desorganizados, isso complica demais a vida. No
meu caso específico já tenho depressão e desde então faço tratamento com um
psiquiatra, como não existe cura, o tratamento é por medicamentos que auxiliam
no sono”, relata.

Michelle reitera que o sono
precisa ser reparador. “Para termos uma qualidade de vida, o organismo
libera hormônios, como cortisol e adrenalina enquanto dormimos, o que ajuda a melhorar
o estresse e a ansiedade”, explica. O corpo também tende a ter uma nova visão de que é
um recomeço. O início e o término de um dia são importantes para que a mente
consiga regular as atividades, as informações e reprocessar.

Apneia obstrutiva do
sono

A apneia obstrutiva do sono é uma
doença que ataca durante a noite e a pessoa muitas vezes nem sabe que tem, mas
o corpo vai sofrendo aos poucos e o sistema circulatório pode ficar comprometido.
Apesar dessas características, a apneia não pode ser considerada uma doença
silenciosa, já que o seu principal sintoma é o ronco, repetido e bem alto, como
pontua a fonoaudióloga Geanne Angélica de Alcântara. “O paciente com esse
distúrbio apresenta ronco intenso entrecortado. A única forma de o paciente
voltar a respirar é despertando, alterando assim, a qualidade do sono fazendo
com que o paciente levante cansado, irritado e sonolento. A doença é mais frequente
em homens que mulheres, justamente pelas diferenças anatômicas de vias aéreas
superiores. Também é diagnosticada em pessoas obesas e indivíduos com obstruções
nasais, anormalidades endócrinas e histórico familiar”, observa.

O diagnóstico deste distúrbio é
realizado por meio da avaliação clínica e confirmado pelo estudo
polissonográfico. De acordo com Geanne, a fonoaudiologia pode contribuir com a
qualidade de sono de quem sofre com a apneia. “Terapia miofuncional oral
representa uma opção terapêutica para pacientes roncadores com ou sem apneia
obstrutiva do sono, que visa à adequação desse sistema por meio de técnicas
para o aumento da propriocepção, sensibilidade e de exercícios para a
musculatura envolvida”, conclui. 

(*Márcio Souza é integrante do programa de estágio do jornal OHoje.com, sob a supervisão de Naiara Gonçalves) – Foto: Reprodução

Veja Também